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Estado de Minas ELEI��ES 2022

Militares balan�am no apoio para candidatos � presid�ncia

Identifica��o com Bolsonaro permanece, mas alian�a com Centr�o e candidatura de Moro influenciam mudan�a de voto


28/12/2021 08:49

Soldado bate continência para Jair Bolsonaro
(foto: Marcos Corr�a/PR)
Ber�o de forma��o de Jair Bolsonaro, as For�as Armadas comp�em uma parcela importante da base pol�tica do presidente da Rep�blica. A tend�ncia, nas elei��es do pr�ximo ano, � de que o ex-capit�o continue com o apoio dos militares. Entretanto, uma parte dos fardados busca uma alternativa, em rea��o � aproxima��o do presidente com o Centr�o, bloco at� ent�o criticado por ele pr�prio. Se em 2018 militares bolsonaristas cantarolavam "Se gritar pega Centr�o, n�o fica um, meu irm�o", em 2021, o presidente cerrou fileiras com o PL de Valdemar Costa Neto, condenado no caso mensal�o.

A parcela de militares decepcionada com Bolsonaro tende a apoiar um ex-colaborador do presidente: o ex-ministro da Justi�a Sergio Moro (Podemos). Um outro grupo, menor, pode ainda votar no ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT). A fim de evitar a sangria eleitoral, Bolsonaro tem se empenhado em manter a ades�o dos fardados de baixa patente, al�m das pol�cias militares e federais. O reajuste salarial inclu�do no Or�amento de 2022, manobra que enfureceu diversas categorias do funcionalismo p�blico, faz parte desse movimento.

Para os bolsonaristas, no entanto, essas flutua��es n�o alteram o quadro geral. Na avalia��o do deputado federal Capit�o Augusto (PL-RS), o apoio dos militares ainda � majorit�rio ao presidente. "Os militares se identificam demais com o presidente, n�o � de agora. S�o mais de 30 anos da vida p�blica dele. Bolsonaro vai ter total apoio novamente. N�o acredito que militares deixariam de votar no Bolsonaro para votar no Moro", avalia.

"Vejo que, internamente, na caserna, o pessoal tem uma admira��o muito grande por Moro pelo per�odo em que ele esteve � frente da Lava Jato. Mas da� achar que o pessoal vai deixar de votar no Bolsonaro para votar em Moro, � um longo passo. Para a reelei��o, Bolsonaro vai continuar contando com o total apoio dos militares, n�o s� das For�as Armadas, mas das pol�cias militares e bombeiros do pa�s", acredita o parlamentar.

Interlocutores do Minist�rio da Defesa ouvidos pelo Correio, em car�ter reservado, apontam que ainda n�o h� uma alternativa na terceira via que se sustente. "O Bolsonaro parece bobo, mas � um excelente estrategista. Cada vez mais os militares ir�o se inserir na pol�tica. N�o raciocinamos com desgaste da institui��o", descreve um oficial.

Para Raquel Borsoi, analista de risco pol�tico da Dharma Politics, n�o � poss�vel determinar com precis�o a forma como as For�as Armadas ir�o se comportar em 2022. "Podemos pensar em representantes das For�as que est�o bem envolvidos no universo da pol�tica e que, provavelmente, permanecer�o alinhados ao presidente, como � o caso do ministro da Defesa, Walter Braga Netto. Mas n�o � o retrato fiel de todo o grupo, como se ele fosse homog�neo", argumenta.

Politiza��o


Ela cita, por exemplo, o general Santos Cruz, que se juntou a Sergio Moro. "Ele � um contraponto ao consenso err�neo de que as For�as Armadas, em sua integralidade, est�o alinhadas a Bolsonaro. Santos Cruz ser� um interlocutor entre Moro e parte do setor que, assim como ele, tem certa frustra��o com Bolsonaro", acredita Borsoi. "� importante lembrar que candidatos � esquerda tamb�m t�m estabelecido di�logos com as For�as, como Lula e Ciro, o que confirma o fato de que elas se tornaram atores relevantes no processo pol�tico", observa.

O cientista pol�tico Cristiano Noronha, da Arko Advice, tamb�m considera forte o v�nculo de Bolsonaro com militares, mas n�o v� politiza��o nos quart�is. "Uma coisa s�o as pessoas que ocupam posi��es no governo, por escolha do presidente; outra coisa s�o as For�as Armadas serem usadas politicamente, o que n�o acho que esteja acontecendo. N�o tem uso pol�tico das For�as Armadas como institui��o", acredita Noronha. "Elas n�o t�m se envolvido em batalhas ou apoios pol�ticos do presidente de forma ostensiva. Existe sim, participa��o grande, mas n�o quer dizer maior politiza��o da institui��o como um todo", acrescenta.

Ele tamb�m aposta em uma fissura nas elei��es, mas n�o cr� em eros�o de votos na candidatura do presidente. "Uma parte (dos militares) deve aderir � campanha de Moro, mas, majoritariamente, vai com Bolsonaro. A tend�ncia � de que, independentemente do resultado da elei��o, as For�as mantenham o comportamento institucional. Isso significa respeitar o resultado das urnas sem qualquer tipo de problema ou posicionamento contr�rio ao que for manifestado pelas urnas", ressalta Noronha.

Na vis�o de Pedro C�lio Borges, soci�logo e analista pol�tico, o comportamento de Bolsonaro nos �ltimos tem sido nocivo para as For�as Armadas. "Durante um bom tempo, at� o 7 de setembro deste ano, Bolsonaro atacou a ordem democr�tica e procurou subordinar as For�as Armadas a um ditame", opina. "Por�m, tentou fazer isso utilizando os membros mais decisivos e importantes e n�o as For�as Armadas como institui��o. Esse envolvimento n�o tem sido bom e fez com que militares se sintam incomodados", avalia.

Segundo Borges, os fardados se dividem entre apoio e desgaste da imagem do presidente dentro dos quart�is. "Bolsonaro continua com grande apoio no meio militar, mas n�o � irrestrito, nem absoluto como vinha sendo. V�o come�ar a surgir vozes dissidentes", frisa.

Frequ�ncia nas solenidades
Al�m de contar com diversos integrantes das For�as Armadas, Bolsonaro frequentemente demonstra apre�o com a corpora��o que serviu durante 15 anos. Segundo levantamento do Correio, Bolsonaro esteve em 43 solenidades militares este ano. Ele intensificou a frequ�ncia nos meses de agosto (nove participa��es) e novembro (oito). Em dezembro, at� o dia 17, Bolsonaro compareceu a cinco cerim�nias.

A predile��o pelos militares ocorre at� nos momentos de lazer. Pela terceira vez, Bolsonaro passar� os festejos de fim de ano em uma instala��o castrense. Ele e fam�lia ficar�o hospedados no Forte Marechal Luz, localizado na Praia do Forte, Santa Catarina.

A agenda deixa claro a prefer�ncia e o compromisso central do presidente �s For�as Armadas em detrimento � pandemia de covid-19.

Em 11 de dezembro, durante cerim�nia de Declara��o de Guardas-Marinha, que formou 197 aspirantes da for�a, disse que com seu governo, as For�as Armadas "voltaram ao cen�rio nacional". "As For�as Armadas, h� pouco tempo esquecidas, hoje voltam ao cen�rio nacional. O nosso trabalho cada vez mais vem sendo reconhecido por toda a na��o", discursou na data.

Outro gesto do presidente em favor dos militares foi o reajuste das carreiras de policiais. Segundo a proposta aprovada no Congresso, o reajuste ter� um custo de R$ 2,8 bilh�es para os cofres p�blicos apenas no primeiro ano.

O chefe do Executivo destacou que a reestrutura��o � uma forma de "corrigir injusti�as" e que � necess�rio a valoriza��o das pol�cias. As mudan�as dever�o englobar integrantes da Pol�cia Federal (PF), da Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF) e do Departamento Penitenci�rio Nacional (Depen) e valer�o a partir de 2022.

Seis perguntas para General Santos Cruz (Podemos)

Como v� a aproxima��o das For�as Armadas na pol�tica? H� um desgaste institucional?


Como institui��o, as For�as Armadas t�m que ficar sustadas da pol�tica. N�o s�o instrumento de jogo pol�tico, como o Bolsonaro quis. A cultura das For�as Armadas � bem forte e nada tem a ver com pol�tica. N�o h� desgaste, pois as For�as Armadas, como institui��o, est�o completamente fora da pol�tica. Aqueles que est�o expostos n�o representam as For�as.

Por qu�?


O fato de levar o t�tulo, patente, � ligado ao nome da pessoa. Isso pode dar essa percep��o institucional. Mas os militares n�o t�m lado. Uma coisa � o militar como eleitor, como cidad�o. Mas institucionalmente, ele n�o adota lado nenhum. N�o tem a m�nima chance ou abalo por candidato a B ou C.

Moro ter� for�a entre os militares?


N�o posso falar pelos militares, pois estou sem contato com o Ex�rcito. Mas � uma tend�ncia normal que o nosso eleitorado v� votar em uma pessoa equilibrada. A decep��o com Bolsonaro � geral, para o eleitorado dele como um todo.

O que aconteceu?


Ele traiu o pa�s inteiro, os eleitores, o discurso dele. Falou que era contra reelei��o, discursou sobre combate a corrup��o porque a Lava-Jato estava em alta. No final, n�o fez nada. Prometeu que ia acabar com o toma l� d� c�, velha pol�tica, mas nunca falou o que era a nova pol�tica.

Como enxerga a aproxima��o de Bolsonaro com o Centr�o a filia��o dele ao PL?
� uma contradi��o com o que ele falou, o descumprimento de sua palavra. O Centr�o n�o � um partido pol�tico; � um grupo de pessoas que s� t�m interesses pessoais. � claro que alguns partidos se confundem mais com isso, mas na pr�tica, s�o apenas pessoas defendendo os pr�prios interesses, custe o que custar.

Quais bandeiras o senhor quer levar ao Congresso, caso seja eleito?
Ainda estou sem defini��o [para qual cargo], pois vou discutir com o Podemos para ver o plano do partido, n�o sou cacique. O meu primeiro objetivo pol�tico � que a gente n�o eleja de novo nem o Bolsonaro nem o Lula, pois j� tiveram a oportunidade deles.


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