
Em entrevista exclusiva ao Estado de Minas nesta quarta-feira (29/12), Pacheco defendeu que as autoridades brasileiras passem a falar, imediatamente e em tom un�ssono, sobre a necessidade da vacina��o infantil.
"Temos que ter a humildade de reconhecer que (para) essas quest�es t�cnicas, de medicina, de ci�ncia, h� crit�rios cient�ficos, que n�o s�o pol�ticos, estabelecendo qual deve ser o norte", disse.
A reportagem, ent�o, perguntou a Pacheco se o pedido de "humildade" vale, tamb�m, para Bolsonaro e Queiroga, dupla que acumula declara��es p�blicas na "m�o contr�ria" � delibera��o da Anvisa.
"Vale para todos. Para mim, meus colegas, para a sociedade e todas as inst�ncias. E, inclusive, para o presidente da Rep�blica, evidentemente", respondeu.
A autoriza��o da ag�ncia reguladora nacional para uso do composto da Pfizer em crian�as foi dada no �ltimo dia 16. Horas depois, Bolsonaro afirmou ter pedido "os nomes" dos respons�veis pela aprova��o. Pacheco, no entanto, endossa a avalia��o da Anvisa.
"O que se tem � o reconhecimento da necessidade da vacina��o de crian�as, sobretudo agora, em que h� processo de imuniza��o avan�ado no Brasil e no mundo. Que se possa, ent�o, priorizar as crian�as", observou.
"Pe�o humildade, como presidente do Congresso Nacional, de ouvir as inst�ncias do Executivo, a ag�ncia reguladora que cuida da mat�ria e a comunidade internacional. Estabelecendo-se o crit�rio de vacina��o de crian�as de 5 a 11 anos, vamos seguir nesse caminho. � o caminho que a ci�ncia, a medicina e a t�cnica est�o nos mostrando ser adequado", refor�ou o congressista.
Queiroga dispara contra governadores
A cruzada do governo federal contra a imuniza��o de crian�as ganhou novo cap�tulo nesta quarta, protagonizado por Marcelo Queiroga. A sa�de federal, que recomenda a vacina��o apenas mediante a apresenta��o de atestado m�dico, chegou a abrir consulta p�blica sobre o tema.
Apesar da recomenda��o, pelo menos 15 estados apontaram que n�o v�o exigir prescri��o m�dica. Queiroga ainda alegou interfer�ncia do poder Executivo estadual nas secretarias. "Governadores falam em prescri��o (m�dica), prefeitos falam em prescri��o. Pelo que eu sei, a grande maioria deles n�o � m�dico. Ent�o, eles est�o interferindo nas suas secretarias estaduais e municipais", rebateu, em Bras�lia.
Minas Gerais, por exemplo, por meio da Secretaria de Estado de Sa�de (SES-MG), afirmou que vai recomendar a vacina��o sem receita. "Em nenhuma outra campanha de imuniza��o houve necessidade de receita m�dica e, sim, o acompanhamento dos pais ou respons�veis, no caso de menores de idade", informou a pasta.
Bolsonaro garantiu: 'Laurinha' n�o vai se vacinar
H� dois dias, o presidente da Rep�blica garantiu que Laura Bolsonaro, sua filha ca�ula, de 11 anos, n�o vai receber o composto da Pfizer.
"Estamos conversando com o Queiroga nesse sentido. Ele, dia 5, deve ditar normas de como � que deve se vacinar crian�as. Eu espero que n�o haja interfer�ncia do Judici�rio; Espero, porque a minha filha n�o vai se vacinar - deixar bem claro. Ela tem 11 anos de idade", falou, durante entrevista em Santa Catarina.