
Bras�lia - O clima de incertezas sobre o quadro eleitoral, em especial, em rela��o � reelei��o do presidente Jair Bolsonaro, desarrumou a base e a oposi��o no Congresso, comprometendo o bom andamento das pautas no retorno dos trabalhos, a partir da pr�xima quarta-feira.
Deputados que em muitas vota��es apoiavam os projetos do governo, planejam se distanciar, de olho na sobreviv�ncia eleitoral. E, nesse sentido, nem o PL, partido de Bolsonaro, nem o PP, do ministro a Casa Civil, Ciro Nogueira, votar�o fechados com os desejos do Planalto. Parte das bancadas do PSDB e do DEM, que davam lastro em algumas quest�es econ�micas, tendem a se afastar de vez.
Deputados que em muitas vota��es apoiavam os projetos do governo, planejam se distanciar, de olho na sobreviv�ncia eleitoral. E, nesse sentido, nem o PL, partido de Bolsonaro, nem o PP, do ministro a Casa Civil, Ciro Nogueira, votar�o fechados com os desejos do Planalto. Parte das bancadas do PSDB e do DEM, que davam lastro em algumas quest�es econ�micas, tendem a se afastar de vez.
N�o h� consenso sequer para definir se a reforma tribut�ria deve come�ar na C�mara ou no Senado. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, pr�-candidato ao Planalto, j� disse com todas as letras que esse tema ser� prioridade dos senadores neste primeiro semestre. O presidente da C�mara, Arthur Lira (PP-AL), defende uma proposta diferente daquela que tramita por l� e n�o se cansa de referir ao Senado como a Casa revisora, numa indica��o de que dar� prefer�ncia ao texto que est� na C�mara.
O primeiro movimento desta semana ser� uma reuni�o entre Pacheco e Lira para tentar chegar a um acordo em rela��o aos pr�ximos passos da tribut�ria e avaliar ainda o que pode ser feito para tentar reduzir o pre�o dos combust�veis, um tema que interessa a todos num ano eleitoral.
Tamb�m est� no radar dos parlamentares a derrubada dos vetos ao Or�amento, com vistas � recomposi��o de valores destinados � educa��o, por exemplo. Por�m, fora desses assuntos que ajudam a aliviar o bolso do eleitor, as dificuldades ser�o grandes. Se o presidente n�o se recuperar logo perante o eleitorado, n�o vota mais nada de interesse exclusivo do governo, conforme avaliam os integrantes da base. O que os governistas falam reservadamente, os oposicionistas dizem de peito aberto: “N�o vejo clima para grandes avan�os na agenda do pa�s”, diz o deputado J�lio Delgado (PSB-MG).
Deputados do PP e PL, que hoje s�o a principal base no governo na C�mara, ao lado de uma parte do PSL e do Republicanos, j� olham meio desconfiados para a reelei��o de Bolsonaro. Embora eles saibam que elei��o � sempre um risco, o que leva muitos a manter uma certa dist�ncia do governo � o receio de que ele fique fora do segundo turno.
Alguns que est�o distantes, n�o querem nem saber de aproxima��o. O PP da Bahia, por exemplo, se orgulha da parceria de 16 anos com o PT e vai apoiar Lula. No PL do Cear�, a parceria � com o governador Camilo Santana. Entre os deputados de ambos os partidos, muitos dizem em conversas reservadas que o presidente ter� dificuldades em manter os votos dos nordestinos em pautas que n�o forem de interesse direto da popula��o. Ou seja, tudo o que vier apenas para agradar Bolsonaro ou exigir sacrif�cios do eleitor, dificilmente passar�.
Se entre os maiores aliados est� dif�cil, imagine em outros partidos. PSDB e Cidadania, que v�o discutir uma federa��o, devem passar a ter uma atua��o de maior parceria na Casa, mais distante do governo. O DEM e o pr�prio PSL, que aguardam a instala��o do Uni�o Brasil, tamb�m estar�o distantes do Planalto, em busca de uma agenda e de uma marca distantes daquelas que pregam os bolsonaristas.
OPOSI��O
Na oposi��o, a vida tamb�m n�o ser� tranquila. A vaga de l�der da oposi��o, por exemplo, pelo acordo feito l� atr�s, caber� este ano ao PDT de Ciro Gomes. PT e PSB, que passaram as �ltimas semanas discutindo uma federa��o, chegam estremecidos, depois que Marcelo Freixo (PSB-RJ) acenou com um apoio � candidatura de Fernando Haddad (PT) ao governo de S�o Paulo, desconsiderando M�rcio Fran�a, o nome do PSB para concorrer ao Pal�cio dos Bandeirantes, Alessandro Molon come�a a se movimentar para concorrer ao Senado pelo Rio de Janeiro, comprometendo a parceria de Freixo com o PT no Rio.
A esperan�a de Lira para conseguir votar, pelo menos, as medidas provis�rias, � o sistema remoto, mantido neste in�cio de ano por causa do aumento do n�mero de casos de COVID entre os servidores da C�mara. E para turbinar essa turma, ser� preciso ainda liberar as emendas que faltam do Or�amento do ano passado, inclu�das em restos a pagar. At� aqui, os donos do cofre n�o deram um sinal de que essa libera��o ser� feita no curto prazo.
Com a COVID e a falta de libera��o das emendas, fevereiro sem a folia do carnaval ser� um per�odo para que os l�deres sempre ass�duos em Bras�lia tentem organizar um pouco mais a bagun�a causada pela tens�o pr�-eleitoral. O problema � que, se demorar demais, a� � que n�o haver� clima ou tempo para votar as t�o propaladas reformas. Nesse caso, dizem alguns pol�ticos, o Brasil ter� mais um ano sem planejamento de agenda t�cnica e legislativa, levado na base do improviso e ao sabor das pesquisas.
Com a COVID e a falta de libera��o das emendas, fevereiro sem a folia do carnaval ser� um per�odo para que os l�deres sempre ass�duos em Bras�lia tentem organizar um pouco mais a bagun�a causada pela tens�o pr�-eleitoral. O problema � que, se demorar demais, a� � que n�o haver� clima ou tempo para votar as t�o propaladas reformas. Nesse caso, dizem alguns pol�ticos, o Brasil ter� mais um ano sem planejamento de agenda t�cnica e legislativa, levado na base do improviso e ao sabor das pesquisas.
A C�mara tem 145 propostas de emendas � Constitui��o prontas para vota��o na Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ) ou no plen�rio. O l�der do governo na C�mara, Ricardo Barros (PP-PR), afirma que o governo deve ter dificuldades para conseguir aprovar as PECs. “A bancada da base do governo est� firme. Temos mais dificuldades para votar propostas de emendas constitucionais (PEC), mas para aprovar mat�rias de lei complementares e lei ordin�rias, temos maioria com mais tranquilidade”, avalia.