
"Quem provocou essa confus�o foi o governo, que prometeu 40% [41% de reajuste, na verdade]. N�o foi a pol�cia ou as for�as de seguran�a que fizeram a confus�o", disse, ap�s visitar obras para a conten��o de enchentes na Avenida Vilarinho, em Venda Nova.
Ontem, Romeu Zema anunciou aumento de 10,06% nos vencimentos de todo o funcionalismo. Apesar da oferta, lideran�as das pol�cias e dos agentes ligados ao setor penal defendem que o governo estadual pague as tr�s parcelas firmadas em 2019 e endureceram a postura ante a administra��o.
� �poca, o Executivo prometeu recompor 13% das perdas inflacion�rias em julho de 2020. Depois, seriam acrescidos 12% em setembro do ano passado e, em um terceiro momento, previsto para setembro deste ano, mais 12%.
Cotado para disputar o governo estadual contra Zema, que tentar� a reelei��o, Kalil criticou o que ele chamou de tentativas da imprensa de associar a greve das pol�cias � elei��o - uma "ideia fixa", conforme o prefeito belo-horizontino. Mesmo assim, n�o se furtou a opinar.
"O problema da revolta n�o � a greve. O problema da revolta � a mentira. Concordo com o governador: se n�o tem dinheiro, n�o pague - e, principalmente, n�o prometa. N�o pode prometer e levar � Assembleia um aumento de 40% [41%, na verdade], mas dar 12% e falar que est� tudo bem", afirmou o pessedista.
O prefeito contou ter sido procurado por pessoas de todo o Brasil para falar sobre o motim das tropas, mas se recusou a comentar. "Greve � o seguinte: tem-se dinheiro para pagar ou n�o tem dinheiro para pagar. Ningu�m paga servidor se n�o tem dinheiro", afirmou. "N�o pego carona em trag�dia, greve ou nada disso".
Zema e secret�rios t�m afirmado que o �ndice de aumento proposto ao funcionalismo p�blico leva ao limite a capacidade financeira do estado. Nesta sexta, o governador assegurou preferir perder a elei��o a inviabilizar as contas p�blicas.
"Estamos raspando o cofre. Estamos ainda criando a amplia��o do aux�lio-farda, ou aux�lio vestimenta, de de R$ 1,8 mil por ano para R$ 6 mil. E eu tenho que ser respons�vel. Eu n�o vou fazer algo que v� inviabilizar a vida do estado amanh�", declarou, em entrevista � "R�dio Itatiaia".
Kalil pede que prote��o seja mantida
Em meio � insatisfa��o dos policiais com Zema, lideran�as n�o descartam um aquartelamento militar ou tens�es em penitenci�rias. Mais cedo, uma manifesta��o tomou a Cidade Administrativa, sede do governo mineiro, e a MG-010, rodovia que d� acesso ao complexo.
Kalil, contudo, afirmou que a popula��o n�o pode arcar com os custos do descontentamento. "Protejam a popula��o. N�o foi ela que mandou um reajuste � Assembleia e n�o p�de cumprir", pediu.
"O que tenho que falar como prefeito � fazer um apelo �s for�as de seguran�a para que n�o afetem a popula��o. Todas elas s�o muito importantes para a popula��o de Belo Horizonte. Ent�o, podem protestar e fazer tudo, mas � importante para n�s, cidad�os de BH, que tenhamos a nossa seguran�a - principalmente no carnaval", pontuou.
Prefeito ainda n�o bateu o martelo sobre futuro pol�tico
Se quiser disputar o pleito deste ano, Kalil precisa deixar o edif�cio da Avenida Afonso Pena em 2 de abril. Ele ainda n�o deu mostras p�blicas sobre a decis�o que pretende tomar, mas em dezembro admitiu a possibilidade de tentar chegar ao governo mineiro.
"Todo prefeito de Belo Horizonte � candidato ao governo, s� que n�o � hora. Estou cuidando da minha cidade", reconheceu, ao Estado de Minas.
Nesta semana, o EM, em parceria com o instituto F5 Atualiza Dados, divulgou sondagem eleitoral sobre a contenda estadual. Romeu Zema tem a ponta, com 46,8% das inten��es de voto. Kalil, o vice-l�der, tem 17,4%.
Al�m de Zema, entretanto, apenas um eventual postulante se coloca oficialmente como pr�-candidato: � o senador Carlos Viana, do MDB, que apareceu com 3,7% no levantamento.