
A deputada federal S�mia Bonfim (PSol-SP) define como "uma bomba em ano eleitoral" ter de lidar com um aumento explosivo no pre�o dos combust�veis. "[Os projetos] s�o paliativos diante do alto valor que se expressou. Bolsonaro joga para o pr�prio PT e para o STF. Com o projeto aprovado na C�mara, joga inclusive para os estados e munic�pios. Isso vai ter um impacto para prefeitos e governadores, que na pr�tica v�o ter menos arrecada��o para investir em sa�de, educa��o. E n�o vai resolver o problema da alta dos combust�veis", pontuou a deputada.
O chefe do Executivo n�o esconde a possibilidade de demitir o presidente da Petrobras, o general Joaquim Silva e Luna. No m�s que vem, o presidente da Petrobras completar� um ano no comando da empresa e vai receber um b�nus de R$ 1,4 milh�o. Ele j� avisou que n�o pretende pedir demiss�o.
"Roubalheira" do PT
Bolsonaro chegou a mencionar, em live, que uma das causas para o aumento dos pre�os se deve � corrup��o nos governos petistas. "As duas refinarias que o PT ia fazer no Nordeste, mais uma aqui no Sudeste, n�o fez. Uma roubalheira terr�vel. Mais de R$ 100 bilh�es jogados fora. Ent�o, n�s dependemos da importa��o de diesel, de gasolina, dentre outras coisas. Se l� atr�s o PT tivesse feito o seu trabalho, n�o tivesse endividado a Petrobras em mais de 900 milh�es, n�o estar�amos em uma situa��o t�o complicada", argumentou o chefe do Executivo.
Este � o ponto defendido pelo l�der do PL na C�mara, o deputado Altineu C�rtes (PL-RJ): "A Petrobras vem praticando essa paridade com o mercado internacional. Deve-se muito isso ao maior esc�ndalo de corrup��o da hist�ria do Brasil", diz o parlamentar, referindo-se ao petrol�o.
C�rtes pontua que, caso as refinarias estivessem prontas, estariam produzindo derivados de petr�leo mais baratos para a popula��o brasileira. "N�s deixar�amos de importar. Sem falar na grande quantidade de empregos que estar�amos gerando aqui no pa�s. Esse � o problema que vem l� de tr�s", disse.
Na avalia��o do cientista pol�tico da FGV Eduardo Grin, mais um aumento no pre�o dos combust�veis gera "um problema ser�ssimo" para uma das importantes bases de apoio de Bolsonaro — os caminhoneiros. "Bolsonaro vai achar um jeito de privilegiar por algum crit�rio de subs�dio, redu��o do pre�o, congelamento de pre�o, no sentido de evitar a greve, porque se essa greve ocorrer ela vai ser, n�o s� prejudicial eleitoralmente para o presidente, pela perda de apoio dos caminhoneiros, como para toda a popula��o", destacou o professor.
"Isso significa a possibilidade da infla��o no Brasil assumir uma taxa elevad�ssima no ano de 2022, e n�o h� precedente de presidentes no Brasil que tenham conseguido se eleger em meio � crise econ�mica, com infla��o alta e desemprego", explanou o professor.
A situa��o evidencia, ainda, uma nebulosidade no papel que a Petrobras exerce nos governos. Para o economista e analista pol�tico Masimo Della Justina, demitir ou n�o o general Silva e Luna n�o far� diferen�a nesta altura do jogo pol�tico. "Falta um projeto de longo prazo, de gest�o e do papel econ�mico e social para a Petrobras", observou.