
Esta reportagem foi atualizada no dia 25 de mar�o de 2022 ap�s o an�ncio de novas pr�-candidaturas � Presid�ncia da Rep�blica.
A elei��o presidencial de 2022 tende a gerar grande polariza��o, com Jair Bolsonaro (PL) disputando a reelei��o e o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) tentando retornar � Presid�ncia da Rep�blica para um terceiro mandato.
Mas pr�-candidatos de esquerda, centro e direita tentam se viabilizar como "terceira via", entre eles Ciro Gomes (PDT), a senadora Simone Tebet (MDB) e o ex-juiz S�rgio Moro (Podemos).
J� o PSDB escolheu o governador de S�o Paulo, Jo�o D�ria, como pr�-candidato do partido � elei��o. Mas ele ter� a tarefa dif�cil de resgatar a relev�ncia do partido na corrida presidencial. Em 2018, o candidato tucano, Geraldo Alckmin, ficou em quarto lugar no primeiro turno, com pouco mais de 4% dos votos.
Nesta quinta-feira (16), o Cabo Daciolo (PMB) anunciou ter desistido de se candidatar novamente � Presid�ncia e declarou voto em Ciro. Em 2018, Daciolo ficou em 6º lugar com 1,3 milh�o de votos - 1,26% do total.
At� agora, a �nica mulher na disputa � a senadora Simone Tebet, do MDB. A lista definitiva de candidatos s� vai ser definida nas conven��es partid�rias que v�o ocorrer entre 20 de julho e 5 de agosto de 2022.
A BBC News Brasil lista aqui as pessoas que, pouco menos de um ano antes da elei��o, j� foram lan�adas como pr�-candidatas — e os desafios que cada uma tem a enfrentar.
Jair Bolsonaro, pelo PL

O presidente Jair Bolsonaro vai disputar a reelei��o pelo Partido Liberal, legenda de Valdemar Costa Neto, um dos condenados no esc�ndalo do mensal�o.
Atualmente, um dos principais desafios de Bolsonaro � a popularidade em baixa.
Segundo pesquisa Datafolha de setembro, 53% consideram o seu governo ruim ou p�ssimo — o pior �ndice desde o in�cio do mandato. Na pesquisa anterior, o percentual era de 51%.
Alguns elementos contribu�ram para essa queda: a rea��o do governo � pandemia do coronav�rus; os esc�ndalos envolvendo filhos do presidente, especialmente o chamado caso das "rachadinhas"; e as acusa��es relacionadas � compra de vacinas contra a covid.
A crise econ�mica, com alta cont�nua da infla��o, e o aumento da pobreza tamb�m podem significar desafios para a reelei��o de Bolsonaro. Por outro lado, o aumento do valor do Aux�lio Brasil (antigo Bolsa Fam�lia) pode ajudar a recuperar parte dos votos. Bolsonaro deu novo nome ao Bolsa Fam�lia, numa tentativa de imprimir marca pr�pria na assist�ncia social. O presidente tamb�m conta com uma base de eleitores fi�is dispostos a ir �s ruas para defender suas posi��es, como ocorreu nos protestos de 7 de setembro.
"O principal desafio de Bolsonaro � a avalia��o ruim do seu governo, conforme mostram pesquisas de opini�o", disse � BBC News Brasil o cientista pol�tico Claudio Couto, professor da Funda��o Get�lio Vargas (FGV). "Tem bolsonaristas que n�o abandonam Bolsonaro, mas tem os bolsonaristas de ocasi�o, que podem abandonar Bolsonaro e ir para outros candidatos de direita, principalmente para S�rgio Moro", avalia.
Para Couto, Bolsonaro tem dois desafios pela frente que n�o existiam na elei��o de 2018. Primeiro, ele vai ter que centrar for�a na campanha em atacar dois candidatos: S�rgio Moro, seu principal advers�rio na disputa para chegar ao segundo turno; e Luiz In�cio Lula da Silva, atualmente em primeiro lugar nas pesquisas de inten��o de voto.
"Em 2018, Bolsonaro s� precisava atacar Lula. Ele era o candidato do antipetismo. Agora, tem Moro como alternativa e ele vai precisar centrar fogo em duas frentes no primeiro turno", diz Couto.
O segundo desafio � o fato de que Bolsonaro ter� mais dificuldade para sustentar o discurso de combate � corrup��o, especialmente ap�s as den�ncias de corrup��o na compra de vacinas contra a covid e as acusa��es de que tentou interferir em investiga��es da Pol�cia Federal.
Se antes de se eleger presidente Bolsonaro era um dos principais defensores da Lava Jato, foi durante seu governo que a for�a tarefa foi desmantelada e o ritmo das investiga��es se reduziu consideravelmente.
"Para Bolsonaro o discurso anticorrup��o foi perdido e foi perdido por conta dos problemas na fam�lia, o envolvimento em compra de vacina, e o favorecimento de seus aliados do Centr�o. Esse discurso, a n�o ser para quem acredita que o PT det�m o monop�lio da corrup��o, n�o vai colar como em 2018", diz Couto.
Bolsonaro est�, atualmente, em segundo lugar nas pesquisas de inten��o de voto, atr�s apenas de Luiz In�cio Lula da Silva. Num eventual segundo turno com Lula, ele poder� voltar a personificar o antipetismo que o ajudou a se eleger em 2018.
Luiz In�cio Lula da Silva, pelo PT

O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silvia aparece em primeiro lugar nas pesquisas de inten��o de voto para presidente da Rep�blica, seguido por Bolsonaro e S�rgio Moro. Desde que teve sua condena��o por corrup��o anulada pelo Supremo Tribunal Federal, sua candidatura pelo PT � Presid�ncia � tida como certa por pol�ticos do partido.
Embora, n�o tenha confirmado que ir� concorrer, o ex-presidente tem participado de eventos para discutir propostas para o Brasil, vem se reunindo com setores da sociedade, como lideran�as evang�licas, e at� rodou a Europa para dialogar com chefes de Estado e de governo.
O principal obst�culo do ex-presidente � o antipetismo, que ainda deve ter peso na pr�xima disputa presidencial, com eleitores buscando alternativas numa terceira via ou recorrendo a Moro ou Bolsonaro para evitar um retorno de Lula.
Apesar disso, as �ltimas pesquisas de opini�o mostram que a rejei��o do ex-presidente � menor que a dos outros quatro candidatos mais competitivos na disputa.
Lula aprece com 43% de rejei��o na pesquisa de inten��o de voto da Quaest/Genial, divulgada no dia 8 de dezembro, enquanto 64% dizem que n�o votariam em Jair Bolsonaro (PL). J� Sergio Moro (Podemos) tem 61% de rejei��o, Ciro Gomes (PDT), 55% e Jo�o D�ria (PSDB), 59%.
"O Lula tem a dificuldade de vencer o antipetismo. Mas isso est� mais fraco do que foi anteriormente. Uma parte dos problemas que originou o antipetismo, que � o esc�ndalo de corrup��o, se dissolveu pelo tempo que passou, s�o esc�ndalos j� precificados", avalia Claudio Couto, da FGV..
Lula tem a vantagem de, ao menos por enquanto, s� ter Ciro Gomes (PDT) como advers�rio de esquerda na disputa. Todos os demais pr�-candidatos s�o associados � centro-direita ou direita. Isso garante a ele maior facilidade para chegar ao segundo turno.
"Lula, de todos os candidatos, � o que pode estar na posi��o mais confort�vel. Ele tem na esquerda um apoio consolidado. Ciro Gomes, ao bater forte em Lula e Dilma, como tem efeito, abdicou de parte do eleitorado da esquerda", diz Couto.
Sergio Moro, pelo Podemos

Em 10 de novembro, o ex-juiz Sergio Moro se filiou ao Podemos numa cerim�nia na qual o partido o anunciou como "futuro presidente da Rep�blica".
Depois de deixar os processos da Opera��o Lava Jato, renunciar ao cargo de juiz, entrar para a pol�tica como ministro da Justi�a de Jair Bolsonaro e pedir demiss�o, Moro se torna o principal advers�rio do atual presidente na disputa para o segundo turno da elei��o presidencial de 2022.
Nas primeiras pesquisas de inten��o de voto realizadas ap�s a filia��o ao Podemos, o ex-juiz aparece em terceiro lugar na disputa, atr�s de Lula e Bolsonaro. Pesquisa Datafolha divulgada no dia 16 de dezembro aponta Lula com 48% das inten��es de voto no primeiro turno, Bolsonaro em segundo lugar, com 22%, e Moro em terceiro, com 9%.
"Ele tem chances de roubar votos de Bolsonaro, j� que parte do eleitorado do presidente tamb�m � 'morista' ou 'lavajatista'", avalia Claudio Couto, da FGV.
Por outro lado, Moro ter� o desafio de comprovar que suas capacidades v�o al�m do discurso anticorrup��o. Tamb�m ter� de enfrentar as acusa��es de que agiu com parcialidade nos julgamentos da Lava Jato e de que cometeu abusos durante a investiga��o. Mas ele tem espa�o para conquistar votos de antipetistas, e pode roubar parte do eleitorado do PSDB que desaprova Bolsonaro, mas tamb�m n�o quer o retorno de Lula.
"Ele vai ter que demonstrar que consegue dominar outros temas e fazer promessas cr�veis. Apostaria numa disputa entre Moro e Bolsonaro para chegar ao segundo turno. Os dois v�o se vender como baluartes do antipetismo, mas Moro vai precisar comprovar que � mais que um ex-juiz", diz Couto.
Jo�o D�ria, pelo PSDB

O governador de S�o Paulo, Jo�o D�ria, foi escolhido para ser candidato do PSDB ap�s vencer o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e o prefeito de Manaus, Arthur Virg�lio, em pr�vias realizadas pelo partido.
Durante a pandemia do coronav�rus, D�ria se projetou ao adotar postura oposta � de Bolsonaro na rea��o � crise. Nos picos de infec��o, ele defendeu lockdowns, fechamento de com�rcio e restaurantes e medidas de isolamento social, al�m de ter investido, por meio do Instituto Butantan, na produ��o da CoronaVac, a primeira vacina a ser disponibilizada no Brasil contra a covid-19.
Para se cacifar nacionalmente, a tend�ncia � que ele se apresente como "o candidato da vacina" contra covid, ou seja, como algu�m que reagiu � crise. Mas pesquisas de inten��o de voto realizadas at� agora o colocam na quarta ou quinta posi��o no primeiro turno.
O PSDB vem passando por um processo de desgaste interno e, na �ltima elei��o presidencial, candidato tucano Geraldo Alckmin s� alcan�ou 4% dos votos no primeiro turno — resultado considerado desastroso para um partido que sempre figurava em primeiro ou segundo lugar na disputa presidencial desde 1994.
Al�m disso, D�ria enfrenta resist�ncias dentro do pr�prio partido e corre o risco de ser alvo de "fogo amigo" durante a campanha. "H� chance de integrantes do PSDB apoiarem outros candidatos de centro e direita, como S�rgio Moro", diz Claudio Couto, da FGV.
D�ria tamb�m vai enfrentar o desafio de convencer o eleitorado de outras regi�es do pa�s, especialmente do Nordeste, que n�o � um pol�tico centrado nos interesses e desafios de S�o Paulo e do Sudeste.
"D�ria ainda tem uma imagem antip�tica fora de S�o Paulo, de algu�m muito distante da realidade das regi�es mais pobres do pa�s. Ele precisa vencer essa resist�ncia e ter� a tarefa de comprovar que tem sensibilidade para quest�es de outros Estados", avalia o professor de ci�ncia pol�tica da FGV.
Ciro Gomes, pelo PDT

O PDT lan�ou a candidatura de Ciro Gomes � Presid�ncia no dia 21 de janeiro, em ato na sede do partido em Bras�lia. Esta ser� a quarta vez que Ciro Gomes concorre ao cargo. Em 2018, ficou em terceiro lugar no primeiro turno, com 12,5% dos votos.
Ele tamb�m concorreu � Presid�ncia em 2002 e 1998. Candidato associado � esquerda ou centro-esquerda, Ciro Gomes tenta novamente despontar como terceira via, ou seja, alternativa a Lula e Bolsonaro.
A seu favor, ele conta experi�ncia pol�tica, numa elei��o que n�o dar� o mesmo peso a "outsiders" ou figuras antipol�ticas como a de 2018. Ciro foi prefeito de Fortaleza, deputado estadual, deputado federal, governador do Cear� e ministro dos governos Itamar Franco e Lula.
Ele passou por sete partidos e deve concorrer � elei��o de 2022 pelo PDT. Para fazer frente � candidatura de Lula, Ciro tem adotado uma estrat�gia de ataque, criticando fortemente o ex-presidente petista.
"Lembre que o Brasil mudou muito e Lula n�o renovou as ideias. Ser� que ele se corrigiu e n�o vai repetir aqueles erros terr�veis que voc� s� descobriu depois? O pior � que voc� nunca viu ele pedir perd�o pelos erros e est� vendo ele se juntar de novo �s mesmas pessoas", escreveu Ciro nas redes sociais.
O ex-governador do Cear� tamb�m chegou a acusar Lula de conspirar para o impeachment de Dilma e, quando a petista saiu em defesa do padrinho pol�tico, Ciro reagiu dizendo que a ex-presidente foi uma das pessoas "mais inapetentes, incompetentes e presun�osas" a presidir o Brasil.
Se por um lado essa estrat�gia visa firmar Ciro Gomes como alternativa a Lula, por outro, pode eventualmente afastar eleitores que nutrem alguma simpatia pelo PT ou que defendem uma ampla alian�a anti-Bolsonaro.
"Ao mesmo tempo em que essa estrat�gia pode custar votos de eleitores da esquerda, Ciro tem dificuldade em conquistar, de fato, eleitores da direita. Ele ainda � visto como algu�m, no m�nimo, de centro-esquerda", diz o cientista pol�tico Claudio Couto.
Simone Tebet, pelo MDB

�nica mulher at� o momento a ser cogitada como pr�-candidata � Presid�ncia, a senadora Simone Tebet deve ser lan�ada para disputar o Pal�cio do Planalto pelo MDB em dezembro.
Ela foi a primeira mulher a disputar o comando do Senado, em 2021. Tamb�m foi a primeira parlamentar mulher a comandar a disputada Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ), a primeira vice-governadora de Mato Grosso do Sul e primeira prefeita de Tr�s Lagoas (MS).
A possibilidade de candidatura � Presid�ncia surgiu do destaque que Tebet teve na CPI da covid no Senado. Embora n�o fosse integrante fixa da comiss�o, ela participou dos principais depoimentos da CPI com uma postura contundente e cr�tica � gest�o do governo Bolsonaro na pandemia.
O principal obst�culo que a senadora dever� enfrentar � se tornar nacionalmente conhecida. "Ela � desconhecida fora de seu estado, o Mato Grosso do Sul. A CPI fez com que ela se tornasse conhecida por uma parcela pequena dos eleitores, aqueles que leem jornal, mas isso n�o � ainda suficiente", avalia Couto.
Vera L�cia, pelo PSTU

O Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) lan�ou a candidatura de Vera L�cia na sexta-feira (19/03). Esta ser� a segunda vez que ela disputa a presid�ncia pela sigla. A primeira foi em 2018, quando obteve 55,7 mil votos, o equivalente a 0,05% dos votos v�lidos.
O PSTU foi fundado no in�cio dos anos 1990 a partir de dissid�ncias de outros partidos como o PT, partido ao qual Vera L�cia chegou a ser filiada at� 1992. O partido se auto-define como "socialista e revolucion�rio".
Antes de ingressar na carreira pol�tica, Vera L�cia foi faxineira e costureira em Sergipe, estado onde iniciou sua milit�ncia. Ela participou da funda��o do sindicato dos profissionais de costura da ind�stria cal�adista do estado.
Durante os governos petistas, o PSTU se colocou como oposi��o, fazendo cr�ticas tanto �s gest�es do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva quanto de Dilma Rousseff.
Na avalia��o da cientista pol�tica Carolina Botelho, o Laborat�rio de Estudos Eleitorais, de Comunica��o Pol�tica e de Opini�o P�blica da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), o principal obst�culo a ser enfrentado por ela e por outros candidatos pouco conhecidos �, justamente, a a alta taxa do eleitorado que afirma n�o saber quem eles s�o.
"Em geral, a principal barreira � o desconhecimento. Para fazer dessa candidatura algo nacional, � muito dif�cil nesse contexto", afirma Botelho.
Pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha divulgada na quinta-feira (24/03) mostra que 69% dos eleitores entrevistados afirmam n�o conhecerem Vera L�cia.
Luiz Felipe D'�vila, pelo Partido Novo

O cientista pol�tico Luiz Felipe D'�vila foi anunciado no dia 3 de novembro como pr�-candidato do Partido Novo � Presid�ncia da Rep�blica. Em 2018, o partido surpreendeu em desempenho quando seu ent�o candidato � presidente, Jo�o Amo�do, terminou o primeiro turno em quinto lugar, com 2,5% dos votos, � frente de candidatos como Henrique Meirelles e Marina Silva.
Amo�do, que chegou a anunciar voto em Bolsonaro no segundo turno, passou a defender o impeachment do presidente durante a pandemia. Ele chegou a ser lan�ado novamente como pr�-candidato pelo Novo no in�cio do ano, mas sua candidatura sofreu oposi��o de parcela dos integrantes do partido, sobretudo entre os que apoiam Bolsonaro. O partido, ent�o, decidiu lan�ar Luiz Felipe D'�vila.
Ex-PSDB, D'�vila coordenou o programa de governo do candidato tucano � Presid�ncia Geraldo Alckmin em 2018, mas depois deixou o partido e recentemente se filiou ao Novo. Ele � cr�tico de Bolsonaro e Lula, e diz que os dois formaram governos "populistas de direita e esquerda". Ao ser lan�ado pr�-candidato pelo Novo em cerim�nia no dia 3 de novembro, ele defendeu privatiza��es e outras reformas para reduzir o papel do Estado na economia.
"O populismo apenas perpetua a mis�ria, a pobreza, a corrup��o e o mau funcionamento das institui��es democr�ticas", disse.
A dificuldade do partido Novo ser� tornar D'�vila conhecido nacionalmente. Al�m disso, enquanto em 2018 o partido se beneficiou de um forte movimento de rejei��o da pol�tica e de busca por quadros novos, a elei��o de 2022 tende a ser menos focada na busca pelos chamados "outsiders".
Na avalia��o de Carolina Botelho, um dos principais obst�culos a serem enfrentados por D'�vila � o desgaste do Partido Novo decorrente da aproxima��o da legenda com posi��es bolsonaristas.
"Acho que o principal problema a ser enfrentado � a rejei��o que o Novo ganhou nos �ltimos anos. Eles foram respons�veis pelo ingresso do ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles na vida p�blica e est�o com uma imagem muito associada ao bolsonarismo", afirmou.
Leonardo P�ricles, pela Unidade Popular pelo Socialismo (UP)
Leonardo P�ricles � t�cnico em eletr�nica e presidente nacional do Unidade Popular pelo Socialismo (UP), um partido de esquerda fundado em 2019. Ele mora em uma ocupa��o em Belo Horizonte e sua pr�-candidatura foi anunciada em novembro de 2021.
O pr�-candidato defende pautas como a realiza��o de uma nova assembleia constituinte e um plebiscito para consultar a popula��o sobre refinanciamento da d�vida p�blica do pa�s e a reforma urbana por meio da destina��o de im�veis ociosos para moradia popular.
Assim como Vera L�cia, Leonardo tamb�m enfrenta uma alta taxa de desconhecimento por parte do eleitorado.
Segundo o Datafolha, 80% dos eleitores entrevistados em mar�o afirmaram n�o conhecerem o pr�-candidato.
"Acho que essa barreira (baixa taxa de reconhecimento) � muito grande. At� por isso, n�o acredito que algumas dessas candidaturas tenham, de fato, o objetivo de chegar � presid�ncia. � comum que alguns usem esse momento para levantar suas bandeiras e fazerem seus partidos ficarem mais conhecidos", afirma Carolina Botelho.
Andr� Janones, pelo Avante

O partido Avante oficializou a candidatura do deputado federal Andr� Janones (MG) no dia 29 de janeiro. Em discurso, ele defendeu a cria��o de um programa de renda m�nima para pessoas na faixa da pobreza no Brasil.
"Vamos encampar essa campanha de um programa de renda m�nima para aqueles que mais precisam. E quando eu falo sobre isso, a primeira coisa que sempre me perguntam em qualquer entrevista ou debate � 'vai tirar dinheiro de onde?'. Ningu�m nunca perguntou de onde vai tirar dinheiro para pagar o juro a banqueiro, para pagar amortiza��o de d�vida, para pagar privil�gio de pol�tico", disse.
Janones tamb�m tenta se consolidar como a "verdadeira" op��o da "terceira via". No lan�amento de sua candidatura, ele chamou Ciro Gomes (PDT) e Sergio Moro (Podemos) de "puxadinhos" de Lula e Bolsonaro, respectivamente.
"As pessoas n�o migraram para a terceira via porque perceberam que era mais do mesmo. O eleitor que vota em Bolsonaro n�o v� muita diferen�a se for para Moro e os eleitores de Lula n�o veem muita diferen�a em mudar para Ciro. � trocar seis por meia d�zia", declarou.
Andr� Janones tem 37 anos, nasceu em Ituiutaba, no tri�ngulo mineiro, � advogado e exerce seu primeiro mandato como deputado federal.
Em 2016, ele se candidatou � prefeitura da cidade em que nasceu, mas foi derrotado. Dois anos depois, foi um dos principais apoiadores da greve dos caminhoneiros em MG, o que fez bombar a sua popularidade das redes sociais.
Em 2018, foi o terceiro deputado federal mais votado de Minas Gerais, com 178.660 votos. Assim como os demais pr�-candidatos � presid�ncia que s�o parlamentares, Janones ter� a dificuldade de se tornar realmente conhecido em �mbito nacional.
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