
Na avalia��o desse grupo, um dos principais problemas a serem resolvidos pelo governo � a quest�o da vulnerabilidade social, agravada pela crise econ�mica. Nesse aspecto, Bolsonaro tem conseguido dialogar com essa parcela da popula��o por meio de "pacote de bondades", incluindo o Aux�lio Brasil e o fim da bandeira vermelha na conta de luz, anunciada nesta semana, que vai reduzir o gasto do brasileiro com energia el�trica.
Pesquisadores do Instituto de Estudos da Religi�o (Iser), que monitora o comportamento do segmento, alertam que o discurso dos candidatos n�o ser� avaliado somente sob o aspecto da f� ou da defesa da agenda conservadora, mas, principalmente, pelas respostas a demandas sociais.
Para a representante da ala evang�lica do PT, deputada Benedita da Silva (RJ), esse � um ponto positivo para o ex-chefe do Executivo. "Lula dialoga com as pol�ticas p�blicas", argumentou. A parlamentar considera precoce especular com quem os evang�licos v�o caminhar em outubro, mas acredita que a "ambiguidade" do comportamento de Bolsonaro n�o se sustentar� na campanha. "Estamos diante de uma situa��o em que os evang�licos com consci�ncia est�o vendo o que est� acontecendo na pr�pria vida deles com este governo. Sabem para onde ir", defendeu.
Para o antrop�logo Juliano Spyer, autor do livro Povo de Deus - quem s�o os evang�licos e por que eles importam, Bolsonaro passou os �ltimos anos construindo v�nculos com grandes igrejas evang�licas ao assumir a agenda conservadora. Suas lideran�as, hoje, s�o muito mais pr�ximas do presidente do que de qualquer outro pol�tico. "Bolsonaro nem � evang�lico, sabe muito pouco sobre a B�blia, mas ele assumiu um compromisso muito claro e direto com as pautas morais", afirmou ao Correio.
Por isso, as declara��es de Lula sobre aborto, por exemplo, preocuparam membros do pr�prio PT, por entrar em choque com a agenda conservadora defendida pelos evang�licos.
