
Morreu na madrugada desta quarta-feira (17/8), aos 87 anos, o tenente-coronel Sebasti�o Rodrigues de Moura, mais conhecido como Major Curi�. Ele se tornou uma das figuras mais emblem�ticas na repress�o � Guerrilha do Araguaia, um dos principais movimentos de resist�ncia armada � ditadura militar no Brasil, que agia entre o norte do Par� e sudeste do Toacntins.
Mineiro de S�o Sebasti�o do Para�so, o agente da reserva estava internado em um hospital de Bras�lia e morreu devido a m�ltipla fal�ncia de �rg�os.
Ditadura militar
Em entrevistas, o militar reconheceu e apresentou documentos que indicaram a execu��o de 41 militantes da Guerrilha do Araguaia. quando eles j� estavam presos e sem condi��es de rea��o. Ele tamb�m foi ex-agente do Centro de Intelig�ncia do Ex�rcito (antigo CIE) e foi denunciado por crimes como sequestro, assassinato, tortura e oculta��o de cad�ver.Nos anos 80, Curi� atuou na Serra Pelada no Par�, conduzindo a atividade dos garimpeiros na regi�o, local onde o ex�rcito monitorava as atividades de venda de ouro. Os garimpeiros tiveram de entregar suas armas ao Ex�rcito e s� podiam vender o que retiraram de l� num posto da Caixa Econ�mica Federal instalado no local.
Carreira Pol�tica
Em 1984, Curi� tornou-se deputado federal pelo PDS, cumprindo apenas um mandato. J� em 1990, voltou � pol�tica e revelou uma conversa por telefone com o empres�rio PC Farias, denunciando doa��es para a campanha do ex-presidente Fernando Collor.
Curi� ajudou a fundar uma cidade no sul do Par�, Curion�polis, munic�pio desmembrado de Marab�. Foi eleito prefeito da cidade em 2000.
O major vivia em Bras�lia h� cinco anos e teve encontros com o presidente Jair Bolsonaro (PL) no Pal�cio do Planalto. Na �poca, seus feitos durante o regime militar foram exaltados, como a��es que ajudaram o Brasil a n�o cair no "totalitarismo socialista".
Acusa��o de homic�dio
Em 1993, Curi� foi acusado de homic�dio do menor La�rcio Xavier da Silva e les�o corporal de Leonardo Xavier, jovens infratores, em uma ch�cara em Sobradinho, no Distrito Federal. Por�m, foi absolvido em 2009, alegando que n�o teve a inten��o de matar.
O corpo de Curi� ser� enterrado com farda e boina de Guerra na Selva.
*Estagi�ria sob supervis�o do editor Benny Cohen