
O uso da biometria de eleitores reais durante o teste de integridade � o principal pedido dos militares na lista de recomenda��es enviada ao TSE. O tribunal chegou a simular a mudan�a, mas t�cnicos da corte e o pr�prio ministro Moraes sinalizaram, em reuni�es internas, que a medida pode tumultuar o pleito e n�o deve ser aceita.
Nogueira havia pedido para ser acompanhado na reuni�o por outros militares que atuam na fiscaliza��o do pleito. O ministro da Defesa e Moras j� haviam se encontrado na semana passada.
Participaram da reuni�o o coronel Marcelo Nogueira de Sousa, que coordena a equipe de militares que fiscaliza o pleito, al�m do secret�rio de tecnologia da informa��o do TSE, J�lio Valente
A reuni�o entre t�cnicos das For�as Armadas e do TSE era a principal demanda apresentada por Paulo S�rgio Nogueira desde maio ao tribunal. Na Defesa, auxiliares do ministro acreditam que somente com essa reuni�o seria poss�vel detalhar a proposta de altera��o do teste de integridade.
Apesar do pedido inicial ter sido feito em junho, o ent�o presidente do TSE, Edson Fachin, n�o aceitou a proposta por considerar a CTE (Comiss�o de Transpar�ncia Eleitoral) o foro adequado para as discuss�es.
Nas reuni�es do colegiado, o general Heber Portella, representante das For�as Armadas, ficou calado e n�o detalhou a proposta.
Moraes assumiu o comando do TSE no �ltimo dia 16 e reabriu o di�logo com a Defesa sobre as propostas das For�as Armadas.
Na primeira conversa com Nogueira, sem a presen�a de outros t�cnicos, Moraes confirmou ao militar que o TSE voltou a estudar a reformula��o do teste de integridade, mas n�o prometeu acatar a mudan�a.
Apesar da simula��o do uso da biometria, t�cnicos da corte dizem, reservadamente, que mudar as regras semanas antes das vota��es pode tumultuar o processo eleitoral, al�m de ser trabalhoso e ter baixo poder de aperfei�oar a seguran�a e a transpar�ncia do voto.
Por outro lado, ministros do governo Jair Bolsonaro (PL) se dizem esperan�osos que o novo presidente do TSE atenda as For�as Armadas.
O governo Bolsonaro v� uma eventual concess�o �s For�as Armadas como a moeda de Moraes para aliviar a crise entre o TSE e o Planalto. Bolsonaro, em troca, reduziria o tom golpista de suas declara��es.
Atualmente, h� uma vota��o simulada no teste de integridade no mesmo dia da elei��o real. Votos s�o depositados em c�dulas de papel e, na sequ�ncia, digitados em urnas eletr�nicas, para comparar os resultados.
O cerne do pedido dos militares � usar a biometria de eleitores reais no equipamento digital durante o teste.
Na argumenta��o dos militares, o teste de integridade precisa reproduzir as condi��es de vota��o da forma mais pr�xima da realidade poss�vel. Por isso, seria importante que tamb�m na testagem ocorresse o uso da biometria, para evitar que um poss�vel c�digo malicioso fraudasse o processo.
Usar a biometria no teste, por�m, exigiria realizar esse processo em locais de vota��o e n�o nos pontos indicados pelos tribunais regionais eleitorais.
Em nota divulgada em julho, o pr�prio TSE afirmou que adotar a proposta dos militares neste ano seria "invi�vel", porque poderia tumultuar as elei��es e traria risco ao sigilo do voto.
Apesar de resistirem � proposta da Defesa, t�cnicos do TSE come�aram a pensar em formas de reduzir os impactos neste ano, caso Moraes decida ceder aos militares.
Uma ideia � aplicar a proposta da Defesa a um n�mero pequeno de urnas. Por exemplo, em cerca de duas unidades por estado, o que atingiria menos de 10% das 648 urnas que devem ser utilizadas no teste de integridade em todo o pa�s.