
Mas, apesar de tratar-se de uma tribuna voltada para quest�es internacionais, espera-se que Bolsonaro fa�a um resumo do seu governo e, como em Londres - onde estava, horas antes, para a cerim�nia f�nebre da rainha Elizabeth II -, acene � base eleitoral interna.
Temas como as consequ�ncias da pandemia, a guerra na Ucr�nia, mudan�as clim�ticas, energias renov�veis, meio ambiente e seguran�a alimentar tamb�m foram sugeridos pelo Itamaraty para que o presidente inclua no pronunciamento. Esta � a quarta vez que Bolsonaro abre a Assembleia Geral.
A previs�o � que, antes do pronunciamento, ele esteja com o secret�rio-geral das Na��es Unidas e, depois de discursar, com o l�der polon�s Andrzej Duda. Bolsonaro tamb�m dever� ter reuni�es com os presidentes Guillermo Lasso (Equador), Alejandro Giammattei (Guatemala) e Aleksandar Vui (S�rvia).
Em paralelo, o chanceler Carlos Fran�a participar� de eventos com os embaixadores de Jap�o, R�ssia, Bielorr�ssia, El Salvador, Suriname, Emirados �rabes, Ir�, Bahrein, Guiana, Camboja, Indon�sia, Senegal e Turquia - al�m de encontro com o secret�rio-geral da Liga �rabe e de uma reuni�o do grupo formado por Jap�o, Alemanha, Brasil e �ndia, que discute a reforma e amplia��o do Conselho de Seguran�a da ONU.
Irrita��o
Ainda em Londres, Bolsonaro negou que tivesse feito uso eleitoral da viagem para o funeral de Elizabeth II. E irritou-se quando foi indagado sobre isso. "Acha que vim aqui fazer pol�tica? Pelo amor de Deus! N�o vou te responder, n�o. Se eu n�o viesse, estaria sendo criticado do mesmo jeito. Acabou a conversa", reagiu, interrompendo a conversa com os jornalistas.
Mas, antes de p�r um ponto final na entrevista, Bolsonaro aproveitou para atacar o presidenci�vel Luiz In�cio Lula da Silva (PT), que lidera as pesquisas de inten��o de votos. "Por qu� a insist�ncia em querer botar um ladr�o na Presid�ncia? Algu�m acha que � uma maravilha ser presidente? Botar um ladr�o, com aquela quadrilha toda na Presid�ncia", criticou.
Segundo ele, a manifesta��o de apoio que recebeu em Londres "representa o que realmente acontece no Brasil". "Sabemos quem � o outro lado e o que eles querem implantar em nosso Brasil. A nossa bandeira sempre ser� dessas cores que temos aqui: verde e amarelo", observou.
Mesmo negando ter feito uso eleitoral do funeral, a imprensa inglesa acusou o presidente de desrespeitar a liturgia do momento e manter a campanha � reelei��o. O The Guardian destacou que "Jair Bolsonaro usa visita em Londres para funeral da rainha como palanque" e que "voou para Londres para discursar aos seus apoiadores sobre os perigos dos esquerdistas, do aborto e da 'ideologia de g�nero'".
O Daily Mail refor�ou a cr�tica: "Enquanto l�deres globais chegam ao Reino Unido para manifestar seu respeito pela rainha, o l�der da direita radical populista Jair Bolsonaro fez um com�cio em tom agressivo da janela da embaixada de seu pa�s incitando uma multid�o com bandeiras".
J� o The Independent foi na mesma dire��o. "O pol�mico Bolsonaro aproveitou a viagem a Londres para tentar convencer os eleitores indecisos de sua import�ncia internacional, levando sua campanha pol�tica para a viagem", criticou.
Ao mesmo tempo, o The Times acusou Bolsonaro de aproveitar "a ida ao funeral da rainha para mostrar ao seu pa�s como o combust�vel � caro em Londres".