
Guedes defendeu que, na compara��o com outras grandes economias, o desempenho brasileiro est� melhor. "Isso s�o fatos econ�micos, n�o adianta. A t�tica pol�tica � de barulho: 33 milh�es de pessoas passando fome. � mentira, � falso. N�o s�o esses os n�meros”, afirmou.
O ministro n�o disse, no entanto, quais seriam os n�meros corretos, na avalia��o dele. O dado questionado por Guedes consta no Inqu�rito Nacional sobre Inseguran�a Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, que aponta a exist�ncia de 33,1 milh�es de pessoas vivendo em situa��o de inseguran�a alimentar grave, quando n�o h� garantia de acesso � alimenta��o em quantidade suficiente.
Pesquisa Datafolha divulgada no in�cio de agosto tamb�m mostrou que um a cada tr�s brasileiros disse n�o ter comida suficiente em casa nos �ltimos meses. O percentual de pessoas com comida insuficiente passou de 26% em maio para 33% em julho.
"O consumo dos mais fr�geis est� garantido com a transfer�ncia de renda. Por isso, � imposs�vel que tenha 33 milh�es de pessoas passando fome. Elas est�o recebendo tr�s vezes mais do que recebiam antes. E mesmo que tenha tido infla��o e aumento de pre�o, n�o multiplicou por tr�s, ent�o o poder de compra est� mais do que preservado", declarou.
Ele disse ainda que as pol�ticas atuais de transfer�ncia de renda, como o Aux�lio Brasil, correspondem a 1,5% do PIB. Segundo Guedes, antes, esse percentual era de 0,4%.
O ministro tamb�m disse que o percentual de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza vem caindo no Brasil, enquanto cresce no restante do mundo.
A afirma��o � similar �s conclus�es de um estudo publicado pelo presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econ�mica Aplicada), Erik Alencar de Figueiredo, em agosto. A publica��o, criticada por servidores do �rg�o e por especialistas, defende que um aumento no n�mero de brasileiros com fome deveria ter resultado em um "choque expressivo" no aumento de interna��es por doen�as decorrentes da desnutri��o. Figueiredo foi subsecret�rio de Pol�tica Fiscal do Minist�rio da Economia.
Em julho, quando o governo negociou a aprova��o de uma emenda constitucional para abrir espa�o no Or�amento e pagar o aumento de R$ 200 no Aux�lio Brasil, Guedes defendeu a medida, que era apontada como eleitoreira. Na ocasi�o, ele entendia que havia gente com fome.
"Se h� fome no Brasil, se as pessoas est�o cozinhando � lenha, esse programa n�o � eleitoreiro. Ou ele � eleitoreiro e n�o tinha ningu�m passando fome", disse, na �poca.
“Crescimento contratado”
Segundo Guedes, com reformas, marcos regulat�rios e um plano de reindustrializa��o, o Brasil tem um "crescimento contratado" para os pr�ximos anos.
Guedes tamb�m voltou a criticar proje��es que ele considera ruins sobre o crescimento do Brasil para os pr�ximos anos, como j� havia feito nesta semana, em entrevista � r�dio Gua�ba.
Mais de uma vez, disse que essas previs�es s�o "milit�ncia pol�tica" e que apostam em "rolagem de desgra�a". Segundo o ministro, parte dos erros deve-se ao que ele chamou de modelo econ�mico antigo, quando o crescimento dependia de investimentos p�blicos.
"O eixo da economia mudou e agora est� voltado para o investimento privado", afirmou. "Apesar do investimento p�blico colapsar para quase zero, os investimentos privados est�o chegando a quase 19% do PIB. Isso garante uma taxa de crescimento mais forte. Esse � o crescimento estrutural, org�nico, contratado", declarou.
Crescimento, segundo Guedes
Segundo Guedes, em 2022 o Brasil ainda est� crescendo menos devido aos juros altos, necess�rios para combater a infla��o. O Copom (Comit� de Pol�tica Monet�ria) se re�ne nesta quarta e a expectativa do mercado � que o ciclo de aperto seja interrompido e que a Selic (taxa b�sica de juros da economia) seja mantida nos atuais 13,75% ao ano.
Com a expectativa de queda da infla��o a partir do pr�ximo ano, Paulo Guedes disse esperar que tamb�m os juros comecem a cair.
O ministro da Economia fez o discurso de encerramento da cerim�nia de abertura de um congresso da Fenabrave (Federa��o Nacional da Distribui��o de Ve�culos Automotores), no SP Expo, em S�o Paulo.
Como tem acontecido em outras agendas do presidente Jair Bolsonaro (PL) e de seus ministros, Guedes embutiu em sua fala men��es ao ex-ministro da Infraestrutura Tarc�sio Freitas, que � candidato ao governo de S�o Paulo nas elei��es deste ano.
"Mesmo sem falar de pol�tica, voc�s sabem que pode ser que ele v� fazer um novo trabalho extraordin�rio a� em outro lugar", afirmou. Foi aplaudido na sequ�ncia.