
"Chegou ao nosso conhecimento que muitos cidad�os t�m questionado membros da nossa igreja a respeito de um candidato � Presid�ncia da Rep�blica pelo PTB que se auto apresenta como Padre Kelmon, utilizando ins�gnias de nossa tradi��o, sobre a veracidade de seu v�nculo � nossa Igreja", come�a o texto da Igreja Ortodoxa.
"Diante disso, esclarecemos que, em pleno respeito, mas tamb�m gozando da mesma liberdade de pensamento, consci�ncia e religi�o prevista no 18º artigo da Declara��o dos Direitos Humanos e no artigo 5º da Constitui��o Federal do Brasil, o referido candidato n�o � membro de nossa Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia do Brasil em nenhuma de suas par�quias, comunidades, miss�es ou obras sociais", diz o documento.
Kelmon se apresenta como sacerdote da Igreja Ortodoxa no Brasil, aparecendo em pe�as de campanha com vestimentas tradicionais da igreja. Ele chamou aten��o no �ltimo s�bado (24/9), por aparecer no debate do STB, com as ventimentas.
O agora presidenci�vel concorria como vice de Roberto Jefferson (PTB), mas obteve a cadeira de l�der da chapa depois que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) barrou a candidatura do ex-deputado.
O agora presidenci�vel concorria como vice de Roberto Jefferson (PTB), mas obteve a cadeira de l�der da chapa depois que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) barrou a candidatura do ex-deputado.
Ainda segundo o documento, o “padre” nunca foi seminarista ou membro do clero da Igreja em nenhum dos tr�s graus da ordem, quer no Brasil ou em outro pa�s.
Padres cat�licos questionam denomina��o
Mesmo com as pol�micas, a candidatura de Kelmon, que completa dez dias neste domingo (25/9), ainda n�o o tornou conhecido entre todos os religiosos. “Eu teria que pesquisar para ver quem � e mesmo assim n�o saberia encontrar boas fontes. � aquela hist�ria... ‘De onde apareceu essa criatura?’ S� sei que padre cat�lico ele n�o �”, declarou o padre Ot�vio Juliano de Almeida, professor de Teologia da PUC Minas e p�roco da Bas�lica do Santo Cura d’Ars, no bairro Prado, na regi�o Oeste de Belo Horizonte.
Kelmon, que se define como "homem crist�o, conservador de direita", disse durante o hor�rio eleitoral que "est�o sexualizando as crian�as nas escolas brasileiras". J� o seu programa de governo � intitulado "Direita, gra�as a Deus".
"Ele n�o tem comunh�o. Nem em Roma, nem mesmo com qualquer igreja de rito ortodoxo. De maneira nenhuma algu�m assim pode atribuir-se esse 't�tulo'. Em se tratando de 'religioso', parece mais um 'outsider', que quer posar", declarou o padre Fabiano de Oliveira, da Igreja Cat�lica Apost�lica Romana.
O padre Edir Carvalho do Carmo, administrador da Par�quia Nosso Senhor dos Passos e S�o Crist�v�o, em Sarzedo, na regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, ressaltou que a Igreja Ortodoxa � considerada pela Igreja Cat�lica como um segundo pulm�o, principalmente no Leste Europeu, e falou sobre as normas para os religiosos que querem entrar na vida pol�tica.
"O que eu posso dizer, como membro da Igreja Cat�lica Apost�lica Romana, � que quando um padre vai se candidatar a vereador, prefeito, presidente, ele tem que deixar o Minist�rio. A igreja n�o tem partido, apesar de ressaltar a import�ncia do voto, que � uma conquista da sociedade", explicou.
O candidato a vice-presidente na chapa de Kelmon � o Pastor Gamonal (PTB), de 50 anos. Nascido no Rio de Janeiro, ele ocupa temporariamente a presid�ncia do Movimento Crist�o Conservador (MCC) da sigla partid�ria.
"Dizer-se de si mesmo, que se � padre, � muito f�cil. Quase como Napole�o, que coroou-se a si pr�prio, negando o sinal divino encerrado neste gesto, este senhor manifestamente n�o tem comunh�o com as referidas igrejas", ponderou Fabiano.
Kelmon nos debates da TV
Mesmo com a candidatura rec�m-deferida, e sem aparecer nas pesquisas eleitorais, Kelmon teve direito a participar do debate do SBT na noite do �ltimo s�bado porque o seu partido, o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), possui mais de 5 representantes no Congresso Nacional. Enquanto o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) citou o suposto padre como motivo para n�o ir ao encontro, Kelmon aproveitou a oportunidade para elogiar o presidente Jair Bolsonaro (PL).
"O senhor tem ajudado muito esse pa�s, e n�s est�vamos vendo aqui um massacre. Nunca tinha visto isso na minha vida. Cinco partidos se juntaram para bater num presidente da Rep�blica com fal�cias e mentiras", declarou Kelmon, que, em seguida, reconheceu os problemas econ�micos brasileiros, mas elogiou a gest�o do chefe do Executivo federal.
Bolsonaro aproveitou a situa��o e usou o concorrente para criticar Lula. Durante uma pergunta, o presidente relembrou o discurso que fez semana passada na Organiza��o das Na��es Unidas (ONU), em que criticou a persegui��o de religiosos, especialmente a Nicar�gua, e citou o petista ao dizer que ele � amigo de Daniel Ortega, presidente do pa�s.
"Padres s�o presos, freiras s�o expulsas do pa�s. R�dio e televis�o s�o fechadas. Ortega, o ditador, � amigo �ntimo de Lula. E o Lula diz que essas quest�es n�s n�o devemos nos envolver. Pergunto ao senhor Padre Kelmon, o Brasil deve fazer gest�es contra esse tipo de ditadura pelo mundo?", questionou Bolsonaro.
Ainda durante o debate do SBT, a senadora Simone Tebet (MDB) se manifestou contra Kelmon. Ela afirmou que jamais se confessaria com ele, ao responder uma pergunta sobre aborto.
“Candidato, o meu conceito de feminista � diferente do seu conceito. Sabe o que para mim � ser feminista? Defender o direito das mulheres. De ganhar iguais sal�rios que os dos homens porque a mulher preta no Brasil recebe at� 40% menos. O meu feminismo � pela primeira vez uma mulher presidente da Comiss�o de Combate � Viol�ncia contra Mulher, exigir leis mais severas para colocar na cadeia homens que batem covardemente em mulher. � isso que � ser feminista”, ponderou a candidata.
J� a men��o feita por Lula ao candidato do PTB ocorreu durante a visita do petista � Ipatinga, no Vale do A�o, na sexta-feira. "Tem gente nova que eu n�o conhe�o. Faz uma semana que entrou um candidato que eu n�o sei nem quem �. Ent�o, eu precisava estudar essa biografia desse cidad�o, o hist�rico pol�tico dele, o que ele j� fez", declarou. Entretanto, o ex-presidente tamb�m alegou incompatibilidade de agenda, j� que tinha outros compromissos de campanha no hor�rio do debate.
O "Beab� da Pol�tica"
A s�rie Beab� da Pol�tica reuniu as principais d�vidas sobre elei��es em 22 v�deos e reportagens que respondem essas perguntas de forma direta e f�cil de entender. Uma demanda cada vez maior, principalmente entre o eleitorado brasileiro mais jovem. As reportagens est�o dispon�veis no site do Estado de Minas e no Portal Uai e os v�deos em nossos perfis no TikTok, Instagram, Kwai e YouTube.