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Estado de Minas ELEI��ES 2022

Filme sobre facada censurado pelo TSE ignora inqu�rito da PF e levanta tese sobre aliado de Bolsonaro

Vers�o contraria investiga��o da PF e vai na contram�o at� mesmo de teorias da conspira��o de que opositores de Bolsonaro estariam por tr�s do atentado


19/10/2022 09:49 - atualizado 19/10/2022 16:34
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Peça de divulgação do filme censurado pelo TSE
Pe�a de divulga��o do filme censurado pelo TSE (foto: Reprodu��o/divulga��o/Brasil Paralelo)
O filme vetado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sobre a facada sofrida pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) levanta tese de que o atentado teria sido ordenado por um aliado do mandat�rio na �poca da campanha de 2018.

Essa vers�o para o epis�dio contraria mais de 2.000 p�ginas de investiga��o da Pol�cia Federal e vai na contram�o at� mesmo de teorias da conspira��o da base bolsonarista, de que opositores do mandat�rio estariam por tr�s do atentado cometido por Ad�lio Bispo.

A produtora de v�deos Brasil Paralelo havia anunciado o lan�amento do document�rio intitulado "Quem mandou matar Jair Bolsonaro" no pr�ximo dia 24, mas a corte eleitoral barrou a divulga��o.

O Brasil Paralelo afirmou � Folha de S.Paulo, por meio de nota antes da decis�o do TSE, que o filme levanta a hip�tese de que o mandante do atentado seria um correligion�rio de Bolsonaro no per�odo eleitoral.

 

"Como acontece em todos os epis�dios da s�rie Investiga��o Paralela, levantamos as hip�teses para a solu��o do crime. A novidade � que uma dessas teses sobre o mandante do atentado envolve pessoas pr�ximas ao presidente na �poca da campanha", afirmou a produtora, sem dar detalhes de quem seriam os supostos envolvidos.

O Brasil Paralelo � um canal de v�deos na internet de vi�s conservador, que propaga revisionismos hist�ricos sem fundamenta��o acad�mica s�lida, e costuma fazer duras cr�ticas ao PT. O conte�do � amplamente compartilhado por aliados de Bolsonaro.

Nesta ter�a-feira (18), o corregedor da Justi�a Eleitoral, Benedito Gon�alves, atendeu a um pedido do PT e vetou a veicula��o do document�rio at� que o segundo turno seja realizado, liberando o lan�amento do filme apenas a partir de 31 de outubro.

O magistrado afirma que "n�o � por acaso" que o lan�amento do document�rio est� marcado para seis dias antes da elei��o, diz que a produtora foi respons�vel pela produ��o, "em larga escala, de conte�dos falsos" e afirma que o "t�tulo coincide com a afirma��o do candidato de que foi v�tima de ataque planejado em 2018".

Por isso, Gon�alves determina que o document�rio seja adiado "de modo a ocorrer ap�s o segundo turno, evitando que tema reiteradamente explorado pelo candidato Jair Bolsonaro em sua campanha receba exponencial alcance, sob a roupagem de document�rio que foi objeto de estrat�gia publicit�ria custeada com substanciais recursos da pessoa jur�dica Brasil Paralelo".

A Pol�cia Federal j� afirmou em diversas oportunidades que concluiu que Ad�lio agiu sozinho.

Como a Folha de S.Paulo mostrou nesta ter�a, a PF quer interrogar novamente Ad�lio na apura��o que busca identificar eventuais mandantes. O movimento � visto como mais um reflexo das press�es de Bolsonaro para fortalecer a tese de que o crime teria sido orquestrado.

Antes de levar adiante a dilig�ncia, por�m, o delegado Mart�n Bottaro Purper, encarregado atualmente do inqu�rito, pediu � Justi�a Federal em Mato Grosso do Sul acesso ao laudo de avalia��o do estado de sa�de mental de Ad�lio, produzido recentemente por dois peritos.

Purper assumiu o inqu�rito no in�cio deste ano. O delegado Rodrigo Morais Fernandes, que estava com o caso antes, concluiu por duas vezes que n�o houve mandante no atentado contra Bolsonaro.

Em dezembro passado, Fernandes foi designado pela dire��o da PF para miss�o de dois anos numa for�a-tarefa em Nova York, nos Estados Unidos.

Apesar das reiteradas afirma��es da PF de que Ad�lio agiu sozinho, o chefe do Executivo nunca deixou de levantar suspeita de que h� um mandante por tr�s do crime.

Em abril de 2020, chegou a fazer cr�ticas p�blicas � investiga��o da corpora��o. "Vai ser reaberta a investiga��o. Vai fazer a investiga��o. Foi negligenciado. A conclus�o foi o 'lobo solit�rio'. Como � que pode o 'lobo solit�rio' com tr�s advogados, com quatro celulares, inclusive andando pelo Brasil?", disse Bolsonaro a uma apoiadora que o questionou sobre o assunto na ocasi�o.

A conclus�o de Fernandes pelo ato solo de Ad�lio baseia-se na an�lise de quebras de sigilos do autor do crime e de pessoas que poderiam ter alguma liga��o com o ato, al�m de uma an�lise exaustiva das imagens do dia do atentado.

A PF diz que fez per�cia em computadores da lan house que Ad�lio frequentava, analisou 2 terabytes de imagens de Juiz de Fora (MG) e mais de 250 gigabytes de informa��es em m�dia e avaliou emails e mensagens em aplicativos de conversa.

A produtora, contudo, afirma que obteve "fatos sobre o esquema de seguran�a daquele dia e sobre as tr�s ocasi�es anteriores em que Ad�lio tentou se aproximar de Bolsonaro, que nunca foram noticiadas pela m�dia".

O Brasil Paralelo tamb�m diz que entrevistou o advogado Zanone Manuel J�nior, que participa da defesa de Ad�lio desde o come�o do caso.

Em 2021, a PF reabriu o inqu�rito sobre a facada justamente para analisar dados banc�rios e o conte�do de um celular apreendido com J�nior. Isso ocorreu ap�s autoriza��o do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Regi�o).

O objetivo era apurar se o advogado recebeu dinheiro de terceiros para assumir a defesa de Ad�lio ou se teve interesse no epis�dio apenas para ter exposi��o na m�dia, por se tratar de um processo que daria visibilidade.

Assim, a quebra de sigilo do advogado era vista como importante pelos investigadores a fim de ter respostas definitivas sobre a exist�ncia ou n�o de um mandante do crime.

Nesta semana, a Brasil Paralelo foi alvo de uma decis�o do TSE, que determinou a exclus�o de uma postagem nas redes sociais contra Lula.

Os ministros consideraram que a pe�a causa "desordem informacional" por atribuir ao candidato a presidente casos de corrup��o que ocorreram durante seu mandato.

O v�deo que deve ser exclu�do havia sido publicado na rede social junto com a seguinte afirma��o: "Repasse esse v�deo para quem n�o tem lembran�as dessa �poca -e para quem tem, tamb�m".


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