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Primeiro presidente brasileiro que n�o conseguiu se reeleger, Jair Bolsonaro (PL) ficou em sil�ncio na noite em que foi derrotado pelo candidato do PT, Luiz In�cio Lula da Silva.
Enquanto isso, alguns dos aliados do presidente se pronunciaram nas redes sociais sobre o resultado da elei��o - em mensagens que apoiam Bolsonaro e prometem oposi��o a Lula.
Lula venceu com 50,9% dos votos (60.345.999) contra 49,1% de Bolsonaro (58.206.354).
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A senadora eleita Damares Alves (Republicanos - DF), ex-ministra de Jair Bolsonaro, escreveu no Twitter uma mensagem de apoio a Bolsonaro, na qual diz que ele "deixar� a Presid�ncia da Rep�blica em janeiro de cabe�a erguida, com a certeza do dever cumprido e amado por milh�es de brasileiros."
Ricardo Salles (PL-SP) foi outro ex-ministro de Bolsonaro eleito para o Congresso que comentou o resultado pelo Twitter.
"O resultado da elei��o mais polarizada da hist�ria do Brasil traz muitas reflex�es e a necessidade de buscar caminhos de pacifica��o de um Pa�s literalmente dividido ao meio. � hora de serenidade", escreveu Salles.
O pastor Silas Malafaia escreveu no Twitter que "a vontade soberana do povo se estabeleceu". "N�o fui omisso nem covarde tenho minha consci�ncia limpa do meu dever cumprido. A minha ora��o como diz a B�blia, � interceder pelas autoridades constitu�das . DEUS LIVRE O BRASIL DO CAOS SOCIAL, POL�TICO E ECON�MICO", escreveu.
Em v�deo, o bolsonarista Nikolas Ferreira (PL), eleito deputado federal por Minas Gerais, disse que "eles saber�o o que � oposi��o" e afirmou: "Bolsonaro deixou v�rios soldados e eu sou apenas mais um."
O ministro das Comunica��es de Bolsonaro, F�bio Faria, postou uma foto com o presidente. "Voc� resgatou o nosso orgulho de ser brasileiro. Obrigado, Jair."
A deputada Carla Zambelli (PL-SP) escreveu que ser� "a maior oposi��o que Lula jamais imaginou ter".
Rodovias e redes sociais
Ap�s a vit�ria de Lula, caminhoneiros bolsonaristas iniciaram protestos em diferentes pontos do pa�s contra o resultado da elei��o. Segundo relatos da imprensa local, foram registradas manifesta��es em Estados como Santa Catarina, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Paran�, Bahia, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
Em mensagens compartilhadas em redes sociais, alguns deles mencionam o artigo 142 da Constitui��o. Esse artigo costuma ser citado quando bolsonaristas pedem "interven��o das For�as Armadas". O pr�prio Bolsonaro fez essa rela��o no passado, como em 2020.
Naquele ano, o ministro Luis Fux delimitou a interpreta��o do artigo, refor�ando que a prerrogativa do presidente de autorizar emprego das For�as Armadas n�o pode ser exercida contra os outros dois Poderes.
O artigo 142 da Constitui��o n�o trata de divis�o entre os poderes, mas descreve o funcionamento das For�as Armadas. Segundo constitucionalistas, em nenhum momento ele autoriza qualquer poder a convoc�-lo para intervir em outro.
O texto � o seguinte: "As For�as Armadas, constitu�das pela Marinha, pelo Ex�rcito e pela Aeron�utica, s�o institui��es nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da Rep�blica, e destinam-se � defesa da P�tria, � garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem."
Reportagem da Folha de S.Paulo, com base no Observador Folha/Quaest, que monitora 176 grupos p�blicos bolsonaristas no Telegram, apontou que, com menos de 1% das urnas apuradas, a narrativa de que a elei��o estaria fraudada j� povoava grupos bolsonaristas no Telegram.
Antes da elei��o
No s�bado (29/10), dia seguinte ao �ltimo debate presidencial, o professor da Universidade da Virg�nia (EUA) e pesquisador de antropologia da tecnologia David Nemer disse que identificou uma queda de at� 40% no volume de mensagens ao analisar a movimenta��o nos 122 grupos bolsonaristas que acompanha no Telegram.
Nemer avaliou que ficou um "clima de derrota" e que n�o havia "uniformidade nos 'debates' por l�". Na ocasi�o, p�s-debate, ele escreveu que as pessoas estavam decepcionadas com a performance de Bolsonaro.
- Texto originalmente publicado em https://www.bbc.com/portuguese/63455917
