
Um dos alvos foi Alexandre de Moraes, integrante da Suprema Corte e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Atacados, tamb�m, os ministros Gilmar Mendes, Lu�s Roberto Barroso e Ricardo Lewandowski. Michel Temer (MDB), ex-presidente da Rep�blica, foi outro a receber xingamentos. Eles est�o em solo estadunidense para participar, nesta segunda-feira (14/11), de uma confer�ncia organizada pelo Grupo de L�deres Empresariais (Lide). Economia e democracia est�o entre os temas do evento.
Os ataques a Moraes ocorreram nesse domingo (13). Ele foi abordado por compatriotas dentro de um restaurante em Nova York e acusado de "gastar o dinheiro do povo brasileiro". As ofensas continuaram na parte externa do estabelecimento, com termos como "ladr�o" e "vagabundo", al�m de palavr�es.
Bolsonaristas que moram no munic�pio estadunidense organizaram um ato em frente ao hotel que abriga Moraes. L�, com gritos de "Ei, Xand�o, seu lugar � na pris�o", pediram "socorro" ao Ex�rcito.
Amea�as a Gilmar, Lewandowski e Barroso
Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes foram acossados por brasileiros enquanto deixavam o hotel que os abriga e se dirigiam a uma van. "O que � seu est� guardado", disse um homem, para Gilmar. Chamado de "cachorro do governo", Lewandowski tamb�m foi interpelado em tom amea�ador. "O fim est� chegando", afirmou, em dire��o a ele, um cidad�o.
"Agress�o n�o encontra abrigo na Constitui��o, � lament�vel", protestou Gilmar Mendes, ao ser questionado sobre as ofensas.
A confer�ncia ocorre no New York Harvard Club, que fica a poucos metros do hotel que sediou os protestos contra os ministros, no centro de Manhattan. O Grupo Lide chegou a pedir apoio � pol�cia da cidade, que enviou duas viaturas para a porta da hospedaria. N�o houve outros incidentes.
Barroso n�o foi incomodado no hotel, mas recebeu abordagem agressiva de uma mulher enquanto caminhava pela Times Square, tradicional ponto tur�stico de Nova York. Ela gravou toda a cena, que se espalhou nas redes sociais.
"N�s vamos ganhar essa luta. O senhor est� entendendo? Cuidado, hein? O povo brasileiro � maior do que a Suprema Corte, est� bom? Voc� n�o vai ganhar o nosso pa�s. Foge (sic)!", garantiu. Barroso, ent�o, respondeu: "N�o seja grosseira, senhora".
Antes, no in�cio do v�deo, a mulher mostra o magistrado. "Como vai, senhor ministro?", pergunta. "Muito bem, muito. Feliz pelo Brasil", assegura ele. A grava��o termina quando o magistrado entra em um estabelecimento comercial e fecha a porta.
Temer: Polariza��o � �til; radicaliza��o, n�o
Componente do quadro de palestrantes do semin�rio do Grupo Lide, Michel Temer (MDB), ex-presidente da Rep�blica, tamb�m foi recepcionado em clima de acirramento em um hotel. V�deos mostram Temer chegando ao local em meio a palavr�es e gritos de "ladr�o".Chefe do poder Executivo entre 2016 e 2018, Temer lamentou a postura vista na cidade estadunidense.
"Polariza��o � �til, mas a radicaliza��o, n�o. Lamentavelmente, isso ocorre neste instante, aqui em Nova York", ressaltou, hoje, no in�cio do evento do Lide.
Protestos mesmo ap�s observadores ratificarem elei��o
Em meio �s hostilidades aos ministros do STF no hotel, os bolsonaristas cantaram o hino nacional e rezaram um Pai Nosso ao longo do dia. A ora��o foi pano de fundo para as cr�ticas de Bolsonaro para Lula.Uma mulher que se identificou como Maria afirmou que estava presente, enrolada numa bandeira brasileira, para "denunciar ao mundo a farsa" que teria ocorrido na elei��o. Os manifestantes se apoiam em teses falsas de que o sistema eleitoral � fraudulento e que o TSE ajudou Lula.
As manifesta��es v�o ao encontro de atos ocorridos no Brasil. Depois da elei��o, estradas e vias p�blicas chegaram a ser fechadas — h�, ainda, quem se concentre em frente a unidades do Ex�rcito pedindo amparo aos militares.
As alega��es n�o encontram respaldo no que apontaram observadores eleitorais nacionais e internacionais. Enviados de institui��es como a Organiza��o dos Estados Americanos (OEA) n�o identificaram falhas no processo eleitoral.
Com informa��es de Igor Gielow, da Folhapress