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Estado de Minas STF

Decis�o de Mendon�a beneficia 'ombro amigo' evang�lico acusado de 'rachadinha'

Pedido de vista para examinar por mais tempo a��o penal contra deputado Silas Camara (AM) interrompeu julgamento que decidir� se ele � culpado de 'rachadinha'


15/11/2022 05:50 - atualizado 15/11/2022 08:21

Ministro André Mendonça
Ministro Andr� Mendon�a (foto: wikimedia commons)
Andr� Mendon�a tinha acabado de ser aprovado como ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), em dezembro de 2021, quando chamou o ex-presidente da bancada evang�lica Silas C�mara (Republicanos-AM) de "ombro amigo que Deus enviou". Algu�m "essencial" para que ele pudesse vestir a toga suprema.

Quase um ano depois, Mendon�a decidiu fazer um pedido de vista (mais tempo para analisar o caso) com potencial de livrar o deputado de uma acusa��o de promover "rachadinha" em seu gabinete.

A solicita��o para examinar por mais tempo a a��o penal, feita na quinta (10) em parceria com o ministro Dias Toffoli, interrompeu o julgamento que decidir� se C�mara � culpado de desviar o sal�rio de servidores em proveito pr�prio. Cinco ministros j� votaram por sua condena��o —Lu�s Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes, C�rmen L�cia e Rosa Weber. S� Kassio Nunes Marques foi contra.

Barroso, o relator, prop�s uma pena de cinco anos e tr�s meses, em regime semiaberto, pelo crime de peculato. No dia 2 de dezembro, essa proposta punitiva prescreve.

Ainda faltam votar Mendon�a, Toffoli, Gilmar Mendes, Luiz Fux e Ricardo Lewandowski.

No dia 13 de dezembro de 2021, uma segunda-feira, Silas C�mara compartilhou com contatos de seu WhatsApp o convite para um culto na Assembleia de Deus do Amazonas com participa��o de Mendon�a, a indica��o "terrivelmente evang�lica" que o presidente Jair Bolsonaro (PL) havia prometido para a corte.

A fala de Mendon�a, um pastor presbiteriano, foi transmitida pelas Boas Novas, rede de comunica��o da fam�lia C�mara, poderosa no norte do pa�s. Em Amazonas, quem comanda � Jonatas C�mara, irm�o de Silas. O primog�nito do trio, Samuel C�mara, lidera em Bel�m (PA) a chamada Igreja M�e, a primeira das Assembleias de Deus no Brasil.

Na igreja, o ministro rec�m-eleito chamou Silas C�mara de um "ombro amigo que Deus enviou atrav�s de voc�s [o p�blico de fi�is] para que eu pudesse chegar aonde cheguei".

Mendon�a demorou mais de quatro meses para ser ratificado pelo Senado. O lobby evang�lico foi fundamental para pressionar pela marca��o da sabatina no Congresso. O senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), que presidia a Comiss�o de Constitui��o e Justi�a na Casa, resistia a agendar o dia.

Os tr�s irm�os C�mara estavam em Bras�lia na data da sabatina. Samuel, inclusive, foi o pregador do dia no culto semanal que a bancada evang�lica promove �s quartas numa sala da C�mara dos Deputados.

O pastor destacou o papel que evang�licos ganharam no governo Bolsonaro ("nunca fomos t�o convidados a vir para Bras�lia") e tamb�m o simbolismo de emplacar um par evang�lico na mais alta corte do pa�s. "Esperamos que hoje � noite possamos sentir exatamente isso, que um gr�ozinho [nosso] chegou ao Supremo. Vamos trabalhar para que esta semente n�o seja morta."

Duas semanas depois, Mendon�a contou no p�lpito que conheceu Silas C�mara cerca de tr�s anos antes. "Ele se tornou essencial durante a minha caminhada, previamente � indica��o, e p�s-indica��o at� a sabatina." C�mara assumiu a lideran�a da bancada evang�lica em 2019 e ficou dois anos no posto.

A aprova��o de Mendon�a rendeu post comemorativo de C�mara. "S�o vit�rias como essas fazem do Brasil um lugar melhor para todos", escreveu num perfil virtual.

A assessoria de imprensa do STF informou que o ministro n�o vai comentar o pedido de vista que pode beneficiar o deputado.

 

 


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