JULIA CHAIB, MATHEUS TEIXEIRA E THIAGO RESENDE

BRAS�LIA, DF (FOLHAPRESS) - Al�m da disputa por minist�rios, o presidente eleito Luiz In�cio Lula da Silva (PT) ter� de decidir uma s�rie de nomea��es para estatais e cargos de segundo escal�o.
Embora o petista ainda n�o tenha definido quem chefiar� as pastas da Esplanada, aliados j� come�aram a tra�ar cen�rios para essa segunda cota de postos tamb�m a ser resolvida.
Figuram na lista de �rg�os cobi�ados Petrobras, Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do S�o Francisco e do Parna�ba), Sudam (Superintend�ncia do Desenvolvimento da Amaz�nia) e BNDES, entre outros.
O cen�rio de quem assumir� esses cargos de segundo escal�o ainda est� nebuloso porque as nomea��es precisam passar pelo crivo dos ministros, ainda n�o definidos, mas h� uma certeza entre interlocutores de Lula: as indica��es poder�o servir para contemplar os partidos aliados e os que vierem sem muita representatividade no primeiro escal�o.
Uma orienta��o que tem sido repetida por aliados pr�ximos de Lula � que n�o haver� "porteira fechada", isto �, o partido que chefiar� a pasta n�o poder� indicar os demais cargos.
Os ministros, por�m, n�o ser�o tamb�m uma rainha da Inglaterra, sem inger�ncia sobre a pr�pria equipe.
No governo Jair Bolsonaro (PL), a maioria dessas fun��es foi distribu�da a integrantes do grupo de partidos conhecido como centr�o como estrat�gia do mandat�rio para conseguir o apoio dessas siglas e construir uma ampla base no Congresso.
O apetite dessas legendas pelos cargos continuar�, provavelmente, no governo Lula, que tenta compor em algum n�vel com parlamentares. O petista ter�, por�m, de contemplar o pr�prio PT, que dever� ficar alijado de cargos que considera importante.
Um dos nomes que aparecem na bolsa de apostas pr�via � o do governador de Pernambuco, Paulo C�mara. Aliado de Lula, ele � cotado para chefiar um minist�rio, mas tem consci�ncia de que talvez o PSB n�o tenha for�a para lhe garantir uma vaga no primeiro escal�o do governo.
Por isso, aliados trabalham, como plano B, com a ideia de que ele possa assumir o comando da Codevasf.
O �rg�o � alvo de cobi�a da classe pol�tica por ser respons�vel por empreendimentos de grande impacto na popula��o, como obras de pavimenta��o, constru��o de pontes, saneamento b�sico, entrega de m�quinas e equipamentos, entre outros.
Exatamente por isso, h� quem aposte que C�mara n�o ter� facilidade nessa negocia��o porque o centr�o dever� tentar se manter � frente da estatal.
O grupo que controla o Congresso assumiu o �rg�o no governo Bolsonaro e j� deu ind�cios nos bastidores de que n�o pretende abrir m�o do posto. Neste ano, o or�amento da companhia � de R$ 1,7 bilh�o.
O diretor-presidente, Marcelo Andrade Moreira Pinto, foi indicado pelo DEM. J� o diretor de Revitaliza��o de Bacias Hidrogr�ficas, Davidson Tolentino, � pr�ximo de Ciro Nogueira, atual chefe da Casa Civil.
Em fim de mandato, o senador Paulo Rocha (PT-PA), por exemplo, � apontado como cotado para comandar a Sudam. O �rg�o � ligado ao Minist�rio do Desenvolvimento Regional e atua na Amaz�nia Legal.
Rocha � paraense e dirigir a estatal o ajudaria a manter influ�ncia e destaque na regi�o.
Em outra frente, trabalhadores da Petrobras pressionam a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), pela nomea��o do senador Jean Paul Prates (PT-RN) no comando da estatal.
Ele � considerado um nome natural para chefiar tanto a companhia como o Minist�rio de Minas e Energia, mas funcion�rios o preferem na empresa.
Petistas dizem que o partido tem uma d�vida com Prates, que desistiu da disputa ao Senado em outubro por causa de acordo regional para fortalecer a reelei��o da governadora do Rio Grande do Norte, F�tima Bezerra (PT).
Outros nomes citados para a Petrobras s�o o do governador Rui Costa (Bahia) e o de Magda Chambriard – que j� comandou a ANP (Ag�ncia Nacional do Petr�leo, G�s Natural e Biocombust�veis).
Cen�rio tamb�m tra�ado � colocar o ex-secret�rio de Educa��o do munic�pio e do estado de S�o Paulo Gabriel Chalita para dirigir o FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa��o).
Ele � aliado de Geraldo Alckmin (PSB-SP) e foi um dos articuladores da alian�a entre Lula e o vice-presidente eleito.
A ideia de Chalita ir para o FNDE ganha for�a caso ele n�o consiga assumir o Minist�rio da Educa��o. A pasta tamb�m � disputada pela governadora do Cear�, Izolda Cela (sem partido).
Pr�ximo tamb�m do ex-prefeito Fernando Haddad (PT-SP), Chalita foi nomeado para o grupo da transi��o que trata do tema.
O ex-ministro Aloizio Mercadante, que coordena os trabalhos na transi��o, � apontado para uma s�rie de pastas, mas tamb�m para o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social).
Outro nome do PSB que est� no p�reo para assumir um posto de destaque no governo � o de Alexandre Navarro. Integrante do grupo da transi��o que trata de Ci�ncia e Tecnologia, � cotado para ser o n�mero dois da pasta no pr�ximo governo.
Ele j� foi secret�rio-executivo do minist�rio e tamb�m do Minist�rio da Integra��o Nacional e presidiu a Terracap (Companhia Imobili�ria de Bras�lia) quando Rodrigo Rollemberg (PSB) foi governador do Distrito Federal.
� tido como um dos homens de confian�a da dire��o do partido socialista e com perfil t�cnico, o que tamb�m agrada a nomes importantes do PT.
Dentro do PT, ali�s, h� uma disputa pelo Minist�rio do Desenvolvimento Agr�rio. A pasta deve ser recriada por Lula e tem interlocu��o com setores importantes do partido, como aquele ligado ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
Para o minist�rio, um dos cotados � o deputado estadual Edegar Pretto (PT), derrotado na disputa pelo Governo do Rio Grande do Sul neste ano. O ex-ministro Miguel Rossetto (PT) � outro nome aventado para o posto.
O deputado Milton Coelho (PSB-PE) � apontado como uma possibilidade para chefiar a Funasa (Funda��o Nacional da Sa�de) ou o Incra (Instituto Nacional de Coloniza��o e Reforma Agr�ria).
Or�amentos de estatais previstos para 2023
R$ 50 milh�es
Sudam (Superintend�ncia do Desenvolvimento da Amaz�nia)
R$ 55 milh�es
Sudene (Superintend�ncia do Desenvolvimento do Nordeste)
R$ 149 bilh�es
Funasa (Funda��o Nacional da Sa�de)
R$ 2,3 bilh�es
Incra (Instituto Nacional de Coloniza��o e Reforma Agr�ria)
R$ 53,2 bilh�es
FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa��o)
R$ 810 milh�es
DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas)