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Estado de Minas CPI DA COVID

PGR trava acesso da PF a dados da CPI da COVID em investiga��o a Bolsonaro

Solicita��o foi feita em agosto e reiterada no in�cio de outubro; Procuradoria diz que n�o pode fornecer informa��es


21/11/2022 07:30 - atualizado 21/11/2022 08:36

lindora araujo
A vice-procuradora-geral da rep�blica, Lind�ra Ara�jo (foto: Evaristo S�/AFP)
A Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) trava h� praticamente tr�s meses o acesso da Pol�cia Federal (PF) a dados da CPI da COVID nos autos de uma investiga��o que tem o presidente Jair Bolsonaro (PL) como um dos alvos.

 

Os respons�veis pela apura��o j� pediram o compartilhamento do material por duas vezes. A solicita��o foi feita em 19 de agosto, reiterada em 4 de outubro. O caso tramita na PGR sob a responsabilidade da vice-procuradora-geral da Rep�blica, Lind�ra Ara�jo.

 

� Folha de S. Paulo, a Procuradoria afirmou que, por se tratar de dilig�ncia no curso de uma investiga��o, n�o seria poss�vel fornecer informa��es a respeito. Disse ainda que h� manifesta��o pelo arquivamento dos autos, enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) no in�cio do m�s. O relator � o ministro Lu�s Roberto Barroso.

 

Em novembro do ano passado, de posse do relat�rio final da CPI da COVID, o procurador-geral da Rep�blica, Augusto Aras, encaminhou dez procedimentos ao Supremo para aprofundar as conclus�es da comiss�o relacionadas a autoridades com prerrogativa de foro.

 

Entre as propostas de indiciamento inclu�das no documento, os senadores atribu�ram a Bolsonaro o delito de incita��o ao crime (artigo 286 do C�digo Penal).

 

O relat�rio sugeriu que o presidente teria cometido a pr�tica criminosa ao estimular a popula��o "a se aglomerar, a n�o usar m�scara e a n�o se vacinar".

 

Para o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), Bolsonaro incentivou que pessoas desobedecessem regras editadas pelo poder p�blico para inibir a propaga��o de doen�a contagiosa.

 

A comiss�o sugeriu enquadrar outros pol�ticos sob a mesma acusa��o, incluindo o senador Fl�vio Bolsonaro (PL-RJ), o l�der do governo na C�mara, Ricardo Barros (PP-PR), e os deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Bia Kicis (PL-DF) e Carla Zambelli Salgado (PL-SP).

 

De acordo com as conclus�es da CPI, "de forma mal-intencionada e visando interesses pr�prios e escusos", o grupo provocou "grande confus�o na popula��o, levando as pessoas a adotarem comportamentos inadequados para o combate � pandemia de Covid-19".

 

Em maio, para levar adiante as dilig�ncias, a PF pediu ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), acesso ao acervo digital probat�rio da CPI para an�lise pelos peritos. Dois meses depois, os investigadores refor�aram o pedido via ministro Roberto Barroso.

 

Informada pelo Senado de que o material est� de posse da PGR, a pol�cia pediu ao �rg�o o acesso � documenta��o em meados de agosto, por interm�dio de of�cio endere�ado � vice-procuradora-geral da Rep�blica. E reiterou a solicita��o no dia 4 de outubro.

 

Barroso foi alertado pelos investigadores de que n�o ocorreu ainda "o necess�rio acesso aos 10 terabytes de dados produzidos pela CPI do Senado de forma a ser poss�vel se realizar o correlacionamento dos documentos juntados com cada fato t�pico supostamente praticado pelos envolvidos".

 

No �ltimo dia 7, no entanto, a PF foi surpreendida com um pedido de arquivamento da apura��o enviado ao Supremo pela representante da PGR.

 

A representante da PGR argumentou que a norma que imp�e o uso de m�scara protetiva "somente prev� san��o de multa como mecanismo de coer��o ao cumprimento da obriga��o, n�o ressalvando a aplica��o cumulativa da san��o penal".

 

Lind�ra afirmou que, diante de uma "sociedade polarizada e com o exerc�cio ca�tico da liberdade de express�o", potencializado pelas redes sociais, a penalidade administrativa � suficiente contra aqueles que desobedecem a norma que imp�e o uso de m�scara.

 

Sobre a acusa��o da CPI de que Bolsonaro incentivou populares a entrarem em hospitais e realizarem filmagens a fim de demonstrar se seus leitos estavam ocupados ou n�o, a vice-PGR afirmou que n�o se configura crime "o incentivo � participa��o e fiscaliza��o popular acerca do devido uso das significativas verbas p�blicas federais".

 

Na vis�o dela, Bolsonaro demonstrou preocupa��o com os gastos relacionados ao combate � pandemia e ressaltou a import�ncia do controle social dos atos das autoridades diretamente envolvidas com as respectivas a��es.

 

"N�o se observa, na fala do presidente da Rep�blica, qualquer incentivo � 'invas�o' de hospitais ou � pr�tica de condutas que colocassem pessoas em perigo de vida", mas, prosseguiu, um est�mulo "para a popula��o verificar 'se os gastos s�o compat�veis ou n�o', ou seja, cuida-se de incentivo a uma fiscaliza��o p�blica de recursos".

 

 

 

 

Em junho de 2020, o presidente pediu aos seus seguidores nas redes sociais que filmem o interior de hospitais p�blicos e de campanha para averiguar se os leitos de emerg�ncia est�o livres ou ocupados.

 

Em live nas redes sociais, o presidente defendeu que, caso as imagens demonstrem alguma anormalidade, elas sejam enviadas ao governo federal, que o repassar� para a Pol�cia Federal ou para a Abin (Ag�ncia Brasileira de Intelig�ncia) para que sejam investigadas.

 

"[Se] Tem hospital de campanha perto de voc�, hospital p�blico, arranja uma maneira de entrar e filmar. Muita gente est� fazendo isso e mais gente tem que fazer para mostrar se os leitos est�o ocupados ou n�o. Se os gastos s�o compat�veis ou n�o. Isso nos ajuda", disse o presidente.

 

Ainda n�o h� decis�o do relator quanto ao pedido de arquivamento apresentado pela PGR.

Em julho, �s v�speras do in�cio da campanha eleitoral, Lind�ra j� havia pedido o arquivamento de 7 das 10 apura��es preliminares abertas ap�s a conclus�o da CPI da COVID.

 

Em cinco dessas apura��es, Bolsonaro foi acusado pela comiss�o de crimes de charlatanismo, prevarica��o, emprego irregular de verbas ou rendas p�blicas, epidemia com resultado de morte e infra��o de medida sanit�ria preventiva.


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