
A eleva��o na arrecada��o tamb�m ocorre na esteira do engajamento de doadores novatos, que n�o haviam contribu�do para candidaturas quatro anos atr�s.
Dados tabulados pela Folha apontam que as doa��es de pessoas f�sicas somaram nas elei��es deste ano um total de R$ 808 milh�es, ante R$ 657 milh�es obtidos pelos candidatos em 2018 (em valores corrigidos pela infla��o do per�odo).
Os repasses de doadores que n�o haviam contribu�do para campanhas h� quatro anos representaram neste ano quase 70% do arrecadado diretamente pelas candidaturas via pessoas f�sicas.
As informa��es se referem apenas a repasses diretos aos candidatos, excluindo pagamentos de financiamento coletivo, popularmente conhecidos como vaquinhas. H� um outro mecanismo de doa��o, minorit�rio neste pleito, que � a doa��o para os diret�rios dos partidos.
Em n�meros absolutos, o maior volume de doa��es diretas neste ano novamente foi para candidaturas a deputado estadual e distrital. Em todo o pa�s, se candidataram �s Assembleias (e � C�mara Distrital no DF) mais de 17 mil pessoas.
O partido que mais recebeu recursos de pessoas f�sicas foi o PL, de Bolsonaro, com R$ 172 milh�es. A candidatura do presidente, sozinha, obteve o equivalente a mais de 10% do total de doa��es privadas diretas pelo pa�s.
A elei��o tamb�m foi financiada por meio de recursos p�blicos do fundos eleitoral, que neste ano distribuiu quase R$ 5 bilh�es.
O pleito de 2018 foi a primeira elei��o nacional realizada com a proibi��o de doa��es de empresas, determinada pelo Supremo Tribunal Federal em 2015. At� ent�o, iniciativas de repasse direto de pessoas f�sicas para candidatos eram menos frequentes.
Em 2018, as contribui��es diretas para presidenci�veis tinham sido proporcionalmente pequenas se comparadas com a era do financiamento empresarial, vigente at� 2014. Foram pouco mais de R$ 6 milh�es pagos.
Apesar da onda bolsonarista na elei��o de 2018, o hoje presidente e seus aliados ainda n�o haviam consolidado naquele ano uma base no meio empresarial, o que se cristalizou s� na reta final daquela campanha.
Naquela elei��o, a lideran�a folgada de Bolsonaro nas pesquisas se firmou apenas faltando poucas semanas para o primeiro turno, e o eleitorado de centro-direita ainda parecia disperso entre outras op��es.
Bolsonaro terminou aquele pleito com receitas totais de R$ 5,5 milh�es (tamb�m em valores corrigidos), quantia modesta at� para um candidato a governador. A cifra inclu�a dinheiro do partido ao qual era filiado, o PSL, e principalmente, vaquinha de apoiadores.
Em volume de doa��es diretas, a candidatura presidencial mais bem-sucedida naquele ano acabou tendo desempenho de nanico. Foi a do senador �lvaro Dias, do Podemos, com R$ 2,6 milh�es em valores corrigidos. Ele fez s� 0,8% dos votos v�lidos e ficou apenas na nona posi��o.
A maioria dos candidatos pagou as contas daquela campanha principalmente com dinheiro dos fundos eleitoral e partid�rio.
Os apoiadores de Bolsonaro pelo pa�s, como o eleito naquele ano no Rio de Janeiro, Wilson Witzel (� �poca no PSC), em geral tamb�m n�o tiveram receitas elevadas.
O candidato que mais obteve doa��es diretas naquele pleito foi o � �poca tucano Jo�o Doria, que se elegeu para o Governo de S�o Paulo e havia se projetado na pol�tica com sua atua��o em organiza��es empresariais. Ele arrecadou de pessoas f�sicas R$ 9,4 milh�es.
Neste ano, o doador que mais contribuiu para a campanha de Bolsonaro foi o advogado, investidor e pastor evang�lico Fabiano Campos Zettel, que repassou R$ 3 milh�es. Tamb�m pagou outros R$ 2 milh�es para o eleito em S�o Paulo, Tarc�sio de Freitas, do Republicanos.
N�o constam na Justi�a Eleitoral doa��es de Zettel em nenhum dos pleitos desde 2014. � Folha em novembro ele disse, por meio de sua assessoria, que faz doa��es de acordo com suas "convic��es pessoais e valores crist�os de fam�lia conservadora".
Outros empres�rios tamb�m de trajet�ria de pouco envolvimento eleitoral tamb�m participaram do financiamento de campanha de maneira significativa.
S�o os casos de Orlando Bagattoli, que � do ramo da agropecu�ria e irm�o do senador eleito de Rond�nia Jaime Bagattoli (PL), e Heitor Liden, de uma cal�adista do Rio Grande do Sul.