Junia Oliveira - Especial para o EM
Na bolsa de apostas sobre a composi��o do primeiro escal�o do novo governo de Luiz In�cio Lula da Silva (PT), um dos principais minist�rios, o da Educa��o (MEC), est� no alto das cota��es. A identidade do futuro chefe da pasta ainda � desconhecida, mas seu perfil est� posto na mesa: habilidoso, com capacidade de gest�o, forte o suficiente para disputar or�amento e dono de vis�o estrat�gica.
Tr�s nomes aparecem na dianteira, segundo pessoas ligadas � nova gest�o petista e especialistas da �rea. No topo da lista est� a governadora do Cear�, Izolda Cela, seguida pelo mineiro Reginaldo Lopes (PT). S�o Paulo corre em paralelo, com o superintendente-executivo do Instituto Unibanco, Ricardo Henriques.
Tr�s nomes aparecem na dianteira, segundo pessoas ligadas � nova gest�o petista e especialistas da �rea. No topo da lista est� a governadora do Cear�, Izolda Cela, seguida pelo mineiro Reginaldo Lopes (PT). S�o Paulo corre em paralelo, com o superintendente-executivo do Instituto Unibanco, Ricardo Henriques.
Independentemente de quem ir� ocupar uma das cadeiras mais importantes da Esplanada dos Minist�rios, um ponto � consenso: o futuro n�mero um do MEC dever� ter conhecimento t�cnico, for�a pol�tica e um time de peso no primeiro e segundo escal�es. Resta saber se algum dos tr�s encampar� essas caracter�sticas aos olhos do presidente Lula, ou se ele dar� a vez a algu�m de fora desse xadrez.
Com carreira na educa��o p�blica, Izolda Cela � uma das respons�veis pelo caso de sucesso da cidade cearense de Sobral, que se tornou refer�ncia nacional em educa��o ao saltar do 1.366º lugar no �ndice de Desenvolvimento da Educa��o B�sica (Ideb) para o topo da lista. Izolda foi secret�ria-adjunta de Educa��o de Sobral de 2001 a 2003 e secret�ria de Educa��o de 2004 a 2006. De 2007 a 2014, esteve � frente da pasta no governo cearense. Na pasta, implementou a��es como a produ��o de material did�tico pr�prio, que hoje � usado por outros estados; a universaliza��o de m�todos entre os munic�pios; a implanta��o de premia��es para escolas, servidores e alunos, al�m de condicionar o repasse do Imposto sobre Circula��o de Mercadorias e Servi�os (ICMS) aos resultados educacionais de cada munic�pio.
Izolda estaria bem cotada tamb�m aos olhos do presidente eleito Lula pelo fato de ser mulher e nordestina. Foi vice-governadora do Cear� a partir de 2015 e, em abril deste ano, se tornou governadora. A ideia era concorrer � sua primeira elei��o pelo PDT, partido ao qual era filiada, uma vez que herdara o cargo de Camilo Santana (PT), que renunciou para disputar o Senado. Mas Ciro Gomes, candidato pedetista � Presid�ncia, n�o a apoiou e lan�ou o nome do ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cl�udio. Com o fim da dobradinha, o PT, por sua vez, lan�ou como candidato ao governo cearense o deputado estadual Elmano Silva, que levou no primeiro turno.
‘D�vida’
Mineiro de Bom Sucesso, no Centro-Oeste do estado, Reginaldo Lopes ocupa cadeira de deputado federal desde 2003 pelo PT. Economista de forma��o, pesa a seu favor uma esp�cie de “d�vida” que n�o s� o PT, mas o pr�prio Lula tem com ele pela sua participa��o na campanha presidencial. Lopes abriu m�o de sua candidatura ao Senado para abrir caminho � reelei��o de Alexandre Silveira e favorecer, assim, a coliga��o com o PSD de Alexandre Kalil, ex-prefeito de Belo Horizonte que perdeu as elei��es para o governo de Minas para Romeu Zema (Novo), reeleito no primeiro turno.
Ali�s, v�o para Reginaldo Lopes, coordenador da campanha petista em Minas, os louros da batalha encampada para barrar o avan�o de Jair Bolsonaro em terras mineiras no segundo turno e para bloquear as estrat�gias de Zema em favor do candidato � reelei��o ao Planalto. Foi ele ainda o representante do PT na sabatina promovida pelo Todos pela Educa��o e a Folha sobre as propostas dos principais candidatos para essa �rea.
“O Reginaldo quer (o minist�rio), tem boa vontade. A Izolda entende de educa��o, mas o problema � que ela n�o entende de ensino superior”, afirma uma fonte ouvida pelo Estado de Minas, que j� integrou o alto escal�o do MEC. Outros acham que a quest�o do ensino superior seria facilmente resolvida com uma equipe t�cnica de primeira. “N�o h� outro nome al�m do dela que contemple todas as caracter�sticas que o futuro ministro ou ministra deve ter. Al�m disso, o Brasil s� teve ministra da Educa��o na �poca da ditadura”, diz outra fonte ligada ao futuro governo.
J� Henriques conta com a aprecia��o e a amizade de Fernando Haddad (ex-ministro da Educa��o no primeiro governo Lula e cotado para assumir o Minist�rio da Fazenda), de quem foi secret�rio nacional de Educa��o Continuada, Alfabetiza��o e Diversidade.