
George Washington foi preso em flagrante, no s�bado, por investigadores da 10ª Delegacia de Pol�cia (Lago Sul). Ele estava no apartamento onde morava de aluguel, no Sudoeste. No momento da deten��o, a Pol�cia Civil do Distrito Federal (PCDF) encontrou armas, mais de mil muni��es, explosivos e materiais como querosene de avia��o, al�m de um detonador por dispositivo remoto da bomba. Os artefatos foram trazidos pelo acusado em uma caminhonete, do Par� para a capital federal.
Dono de uma rede de postos de gasolina no estado onde reside, George Washington decidiu, ao t�rmino do segundo turno das elei��es, deixar a mulher e os filhos na cidade de Xinguara para vir a Bras�lia integrar o grupo que protesta em frente ao Quartel-General do Ex�rcito contra a vit�ria nas urnas do presidente eleito Luiz In�cio Lula da Silva (PT).
Em audi�ncia de cust�dia, a ju�za Ac�cia Regina Soares converteu a pris�o em flagrante do apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) em preventiva, para garantir a seguran�a p�blica, uma vez que, al�m da bomba, ele tinha uma grande quantidade de armas e muni��es.
"Busca tamb�m assegurar o meio social e a pr�pria credibilidade dada pela popula��o ao Poder Judici�rio, vez que os armamentos e artefatos encontrados em posse do autuado possuem grande potencial lesivo, entre elas um fuzil AR10, duas espingardas calibre 12, 30 cartelas de muni��o 357 magnum, 39 cartelas de muni��o 9mm contendo 10 muni��es intactas n�o deflagradas, duas caixas contendo 50 muni��es de 9mm, entre outros, capazes de causar danos a uma grande quantidade de pessoas e bens", frisou a ju�za.
Em depoimento � PCDF, George Washington admitiu que pretendia distribuir as armas e as muni��es para apoiadores de Bolsonaro acampados em frente ao QG do Ex�rcito. Ele afirmou que o plano para a explos�o nos arredores do aeroporto de Bras�lia foi arquitetado nesse acampamento e que a ideia inicial era explodir o artefato na subesta��o de energia de Taguatinga.
O detido relatou duas vers�es para colocar em pr�tica o plano terrorista. Uma de explodir a bomba em um caminh�o-tanque, com querosene de avia��o, pr�ximo ao estacionamento do aeroporto de Bras�lia — onde o artefato foi encontrado —; e a outra de explodir a bomba na estrutura da subesta��o de energia el�trica de Taguatinga, para "gerar caos que levaria � decreta��o de estado de s�tio".
A bomba seria explodida por meio de um dispositivo remoto. "No dia 22/12/2022, v�rios manifestantes do acampamento conversaram comigo e sugeriram que explod�ssemos uma bomba no estacionamento do aeroporto de Bras�lia durante a madrugada e, em seguida, fiz�ssemos den�ncia an�nima sobre a presen�a de outras duas bombas no interior da �rea de embarque", relatou no depoimento.Tamb�m segundo ele, "no dia seguinte, (23/12/2022) uma mulher desconhecida sugeriu aos manifestantes do QG que fosse instalada uma bomba na subesta��o de energia em Taguatinga para provocar a falta de eletricidade e dar in�cio ao caos que levaria � decreta��o do estado de s�tio".
Segundo o suspeito, a envolvida teria desistido de levar a bomba, mas outro homem, com o nome de Alan, se comprometeu a transportar o explosivo � esta��o em Taguatinga. Esse bolsonarista, por�m, teria mudado de ideia e retomado o plano de levar perto do aeroporto.
O empres�rio contou que a ideia ocorreu no dia da diploma��o de Lula no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na ocasi�o, bolsonaristas fizeram violentos ataques no centro de Bras�lia.
"No dia 12/12/2022, houve o protesto contra a pris�o do �ndio, onde eu conversei com os PMs e os bombeiros respons�veis por conter os manifestantes, que me disseram que n�o iriam coibir a destrui��o e o vandalismo, desde que os envolvidos n�o agredissem os policiais", detalhou. "Ali ficou claro para mim que a PM e o bombeiro estavam ao lado do presidente (Bolsonaro) e que em breve seria decretada a interven��o das For�as Armadas."
Ainda de acordo com ele, "ultrapassado quase um m�s, nada aconteceu". "Ent�o, resolvi elaborar um plano com os manifestantes do QG do Ex�rcito para provocar a interven��o das For�as Armadas e a decreta��o de estado de s�tio para impedir instaura��o do comunismo no Brasil", admitiu.
