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Estado de Minas EM Entrevista

Deputado Padre Jo�o, do PT: ''A verdadeira religi�o promove a vida''

Parlamentar mineiro diz que governo Lula ter� governabilidade e descarta conflito


04/01/2023 04:00 - atualizado 04/01/2023 14:32

Padre João
"O nosso trabalho, de fato, � o fortalecimento da agricultura familiar, avan�ando com a agroecologia, produ��o org�nica, empoderando as comunidades quilombolas. A economia dos nossos munic�pios passa pela agricultura e pecu�ria" - Padre Jo�o (foto: Vin�cius Loures/C�mara dos Deputados - 19/10/17)

Eleito para o quarto mandato como deputado federal por Minas Gerais, Padre Jo�o (PT-MG) diz estar esperan�oso para os pr�ximos quatro anos com Luiz In�cio Lula da Silva (PT) como presidente da Rep�blica.

Ao Estado de Minas, o congressista afirmou que o petista ter� governabilidade para aprovar pol�ticas p�blicas em prol da popula��o. Em Minas, o deputado federal ressaltou que vai trabalhar em prol das comunidades quilombolas, focando na ascens�o da agricultura familiar. Ele destacou, ainda, que os ideais esquerdistas n�o conflitam com os preceitos religiosos. Padre Jo�o acredita que a verdadeira religi�o e a aut�ntica pol�tica andam juntas.
 
Esta � uma das entrevistas da s�rie que � publicada no jornal impresso, no portal em.com.br e no canal do YouTube do Portal Uai com os deputados federais eleitos por Minas Gerais para a pr�xima legislatura. Confira abaixo os principais pontos da entrevista do Estado de Minas com o deputado federal Padre Jo�o (PT-MG).



O senhor est� indo para o seu quarto mandato agora na C�mara dos Deputados, j� passou por diferentes governos. Que balan�o o senhor faz desse seu per�odo na C�mara dos Deputados e como o senhor enxerga os desafios para esse pr�ximo mandato? 
Na minha vida pol�tica, eu tamb�m tive dois mandatos de deputado estadual. Ent�o, a gente iniciou em 2013, dois mandatos, depois fui para o (mandato) federal. O primeiro mandato da Dilma, eu iniciei junto (a ela) e foi um mandato de muitas conquistas. Ela foi uma pessoa, at� de certa forma, injusti�ada, porque foi quando a gente mais avan�ou com pol�ticas e programas. Programas indo direto para os munic�pios. Avan�amos muito com o Minha casa, minha vida, com o PAC (Programa de Acelera��o do Crescimento), patrulhas para agricultura familiar, acesso � �gua. Ent�o, foi um momento muito importante para o povo l� na ponta. A continuidade do programa Luz Para Todos. (Foi) como o estado brasileiro conseguiu ir ao encontro do cidad�o e daqueles que estavam mais distantes.
 
J� o segundo mandato da Dilma teve muitas dificuldades, porque dentro do pr�prio governo, j� tinha uma outra concep��o de estado que foi roendo o estado por dentro, foram negando, foram criando dificuldades. Porque, na pr�pria economia, j� tinha restri��es a determinados direitos. Tivemos desafios na pr�pria agricultura. Ent�o foi um momento de conflito, a ponto de ter ministro que era deputado, atravessou a avenida e votou pelo impeachment. Ent�o, foi um momento desafiador dentro de uma conjuntura pol�tica. Depois, com o (Michel) Temer, avan�a a tal PEC 241, que hoje � a Emenda Constitucional 95, do teto de gastos, que est�o revendo agora, pelo menos para dar condi��es, uma certa governabilidade. A Reforma Trabalhista, (a Reforma da) Previd�ncia, que � quando foi tirando poder dos sindicatos, da organiza��o da classe trabalhadora.
 
J� no governo Bolsonaro, a minha avalia��o � que o estado aniquilou mais ainda com cortes astron�micos na pr�pria Sa�de, em plena pandemia. O corte na Sa�de, o corte na Educa��o, n�o reajuste na pr�pria alimenta��o escolar, corte do acesso aos medicamentos. Muito dif�cil para o povo brasileiro. Temos mais de 120 milh�es de brasileiros num determinado grau de inseguran�a alimentar e mais de 30 milh�es em situa��o de fome mesmo. Acho que n�o teve uma �rea que a gente n�o teve retrocesso.
 
Mas h� esperan�a. Acho que desde a elei��o do Lula, se criou o novo cen�rio, de uma expectativa da macroeconomia, da macropol�tica, ambiental, econ�mica, a rela��o com os outros pa�ses. N�o foi uma coisa � toa tanto chefe de estado se manifestar de imediato na elei��o do Lula. Ent�o, h� um novo cen�rio no Brasil e essa inser��o do Brasil na pol�tica mundial.

Como o senhor avalia que ser� a rela��o do Lula com o Congresso Nacional?

Com otimismo. A partir da posse, o poder de negocia��o amplia. (A vota��o da PEC da Transi��o na C�mara dos Deputados) teve uma folga de mais de 20 votos. Eu acredito que vai ter governabilidade. Acho que � o mais importante. E uma governabilidade retomando programas sociais.

Dos mais de 85 mil votos que o senhor recebeu, quase um quarto deles vem da Zona da Mata e 15% das regi�es Sul e Sudoeste de Minas. Quais s�o as ideias espec�ficas que o senhor tem para essas regi�es?

Um grande gargalo que tem na Zona da Mata � a tal MG280. � um lugar que n�o tem rodovia. � um trecho estadual, embora eu seja (deputado) federal. Mas a gente vai ter que buscar junto ao pr�prio governo federal uma parceria para o asfaltamento daquela regi�o. Eu acho um absurdo a gente ter munic�pios, ainda de certa forma, isolados.
 
O nosso trabalho, de fato, � o fortalecimento da agricultura familiar, avan�ando com a agroecologia, produ��o org�nica, empoderando as comunidades quilombolas. A economia dos nossos munic�pios passa pela agricultura e pecu�ria. Temos que diversificar a produ��o de prote�na, avan�ar na piscicultura.
 
� importante avan�armos mais na sa�de p�blica, educa��o p�blica. A gente tem votos espalhados no estado inteiro, porque as nossas bandeiras de lutas s�o universais. Na Zona da Mata a gente tem atingidos tamb�m pela minera��o. Ent�o a gente quer lutar pela quest�o do meio ambiente. J� � uma luta que a gente vem fazendo, para que as atividades econ�micas n�o sejam predat�rias, sobretudo a atividade miner�ria. Ela tem (que ter) respeito com essa gera��o, com as gera��es futuras e com o meio ambiente. Vamos atuar nas comiss�es espec�ficas l� na C�mara Federal para fortalecer essas lutas.

Em rela��o �s obras, como o senhor acredita que o governo estadual, que � mais privatista, vai lidar com o governo federal, que vai no sentido contr�rio das privatiza��es?

Eu acho que alguns trechos n�o t�m volta. Se voc� pega a BR-040, (que est�) em fase de concess�o, e a gente percebe que tem at� uma lentid�o, porque est� beneficiando determinadas empresas. Quanto mais demorar essa nova esta��o, (vai privilegiar) determinado grupo, que � uma coisa absurda. Estamos formalizando a den�ncia no pr�prio Minist�rio P�blico Federal.
 
Agora, alguns (pontos) s�o estrat�gicos n�o privatizar, n�o conceder. Como o pr�prio Ceasa, que � abastecimento, seguran�a alimentar. A parte de rodovia, de infraestrutura, acho que cabe aprofundar um debate, cabe aprofundar no debate e a gente chegar, de fato, no entendimento, mas que n�o pode explorar o usu�rio, que n�o onere o usu�rio e tenha uma garantia de servi�o com qualidade.
 
A quest�o � cr�tica na Regi�o Metropolitana. O transporte tem que ser discutido enquanto transporte metropolitano e, em algumas �reas, o governo tem que intervir. Olha a BR-381 que tem lotes que est�o parados. A BR-262 est� buraco s�. Como sobrep�e a BR-381 com a BR-262, ent�o quando pega de Jo�o Monlevade at� a divisa com o Esp�rito Santo, est� um caos, n�o d� para trafegar. Essas concess�es j� em curso t�m que avan�ar e o controle maior � que n�o onere o usu�rio, mas que d� garantia, seguran�a ao usu�rio.

Sa�mos de um governo que fez um uso muito forte da religi�o. O senhor, como padre, como vai balancear temas pol�micos de interesse do Estado brasileiro, como o aborto, com as quest�es religiosas?  

Eu acho que n�o vai ter esse conflito. Isso � um oportunismo que s� (acontece) em campanha (eleitoral). Eles trazem esse tema s� em campanha porque sabem da simplicidade do nosso povo, que eles conseguem manipular, deturpar alguma fala.
 
A gente n�o vai ter dificuldade, pois o Lula tem compromisso com a sa�de p�blica. Temos que reestruturar bem o SUS, ter pol�ticas e programas que cuidem, de fato, das mulheres, das crian�as. J� temos leis claras que permitem o aborto em determinada circunst�ncia. � mais uma maneira de atacar num oportunismo eleitoreiro, do que esclarecer o nosso povo dos seus direitos e confundir a quest�o religiosa com a pol�tica.
 
A verdadeira religi�o promove a vida, a verdadeira religi�o garante a dignidade. A aut�ntica religi�o tamb�m n�o conflita com a verdadeira pol�tica, porque a pr�pria pol�tica tamb�m � para promover a vida. A  palavra pol�tica � o cuidado com o bem comum, o cuidado com a cidade. O Lula sempre falou que � cat�lico, sempre falou que, pessoalmente, � contra o aborto. Por�m, ele disse que a quest�o do aborto � uma quest�o de sa�de p�blica. A mulher pobre, �s vezes, faz aborto em casa, enquanto aquela que, �s vezes, at� frequenta a igreja, mas tem muito dinheiro, vai para fora do pa�s e faz o aborto.


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