Confira o poema:
"A voz de minha bisav� ecoou
crian�a
nos por�es do navio.
Ecoou lamentos
de uma inf�ncia perdida.
A voz de minha av�
ecoou obedi�ncia
aos brancos-donos de tudo.
A voz de minha m�e
ecoou baixinho revolta
no fundo das cozinhas alheias
debaixo das trouxas
roupagens sujas dos brancos
pelo caminho empoeirado
rumo � favela
A minha voz ainda
ecoa versos perplexos
com rimas de sangue
e fome.
A voz de minha filha
recolhe todas as nossas vozes
recolhe em si
as vozes mudas caladas
engasgadas nas gargantas.
A voz de minha filha
recolhe em si
a fala e o ato.
O ontem – o hoje – o agora.
Na voz de minha filha
se far� ouvir a resson�ncia,
o eco da vida-liberdade."

Repleta de simbolismos, o evento foi marcado pela sonoridade da cultura de matriz africana, do samba e da m�sica ind�gena. O Hino Nacional foi executado na l�ngua ind�gena Tikuna e o ato foi apontado como uma demonstra��o da for�a e coes�o do governo ap�s os atos terroristas do �ltimo domingo (8/1).
O discurso da ministra foi de resist�ncia, diversidade e concilia��o. Ela refor�ou a import�ncia de pol�ticas p�blicas direcionadas �s minorias no Brasil, e a necessidade de se trabalhar a transversalidade com outras �reas do governo.
"As mulheres negras e ind�genas do Brasil v�o tomar posse com a gente, porque esse governo � nosso, porque o pa�s tamb�m �!", escreveu Anielle, que � irm� de Marielle Franco, vereadora assassinada no Rio de Janeiro em 14 de mar�o de 2018. A parlamentar se notabilizou pela defesa dos direitos de pessoas negras, LGBTQIA, ind�genas e moradores de favelas.