
A ordem veio ap�s os atos golpistas de domingo (8), quando as sedes dos tr�s Poderes, em Bras�lia, foram invadidas e depredadas por apoiadores de Bolsonaro. A seguran�a p�blica do Distrito Federal estava sob a responsabilidade de Torres, nomeado secret�rio no dia 2 de janeiro. Um dia antes dos atos, por�m, ele viajou aos Estados Unidos.
As for�as de seguran�a do DF foram acusadas de leni�ncia com os v�ndalos, e a �rea agora est� sob interven��o federal, determinada por Lula no mesmo domingo.
Torres foi nomeado para ocupar um assento no conselho fiscal em abril de 2022, como indicado da Caixa Econ�mica Federal, acionista controlador da empresa de apostas. Ele teria mandato at� 2024, com a possibilidade de mais duas recondu��es consecutivas.
Segundo relatos, o honor�rio de um conselheiro fiscal � de aproximadamente R$ 4.500 mensais.
Sua sa�da do conselho, no entanto, s� ser� oficializada ap�s a realiza��o de uma assembleia de acionistas para deliberar sobre o assunto. Os preparativos para a convoca��o da assembleia j� est�o em andamento.
A informa��o da exonera��o foi confirmada � reportagem pelo Minist�rio da Fazenda. "A exonera��o de Anderson Torres como representante do governo no conselho fiscal da Caixa Loterias foi pedida nesta semana", afirmou por meio de nota.
O conselho fiscal � formado por tr�s membros efetivos e seus respectivos suplentes. Um deles � indicado pelo Minist�rio da Fazenda, como representante do Tesouro Nacional, e deve ser um servidor com v�nculo permanente com a administra��o p�blica.
Os outros dois s�o indicados pela Caixa —banco p�blico integralmente controlado pela Uni�o. Eles s�o eleitos pela assembleia geral de acionistas. Na primeira reuni�o ap�s a elei��o, os pr�prios membros do conselho fiscal escolhem o seu presidente.
Segundo o Minist�rio da Fazenda, ainda n�o h� um nome substituto para o posto ocupado por Anderson Torres no colegiado.
Na ter�a-feira (10), o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou a pris�o de Torres, na esteira dos atos golpistas de domingo.
O ex-ministro antecipou seu retorno ao pa�s diante da ordem de pris�o. A Pol�cia Federal deve cumprir o mandado no momento da chegada de Torres ao Brasil.
Na quinta (12), a Pol�cia Federal (PF) encontrou na resid�ncia do ex-ministro em Bras�lia uma minuta de decreto para o ent�o presidente Jair Bolsonaro instaurar estado de defesa na sede do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o objetivo de reverter o resultado da elei��o —tal medida seria inconstitucional.
Ap�s a revela��o da minuta pela Folha de S.Paulo, Torres disse em uma rede social que respeita a democracia brasileira e contou que, em sua casa, havia uma pilha de documentos para descarte, onde "provavelmente" o material foi encontrado pela PF.
"Havia em minha casa uma pilha de documentos para descarte, onde muito provavelmente o material descrito na reportagem foi encontrado. Tudo seria levado para ser triturado oportunamente no MJSP [Minist�rio de Justi�a e Seguran�a P�blica]", escreveu no Twitter.
"O citado documento foi apanhado quando eu n�o estava l� e vazado fora de contexto, ajudando a alimentar narrativas falaciosas contra mim. Fomos o primeiro minist�rio a entregar os relat�rios de gest�o para a transi��o. Respeito a democracia brasileira. Tenho minha consci�ncia tranquila quanto � minha atua��o como ministro", afirmou.