
O ministro ainda chamou o governador mineiro de “candidato” e classificou como “deplor�vel” sua fala afagando terroristas. A declara��o foi dada em entrevista exclusiva ao programa F�rum Onze e Meia, da TV F�rum.
“Me espanta que o governador Zema tente vestir a roupa do Bolsonaro. N�o cabe nele... � preciso que ele tenha algum amigo sincero que diga a ele... Primeiro porque Minas Gerais � a terra de Tiradentes, de Tancredo Neves, � a terra da democracia... Ent�o n�o � poss�vel que um governador de modo vil se alinhe � extrema direita para proteger terrorista”, disse.
Para Dino, “fica feio” porque Zema foi um dos governadores presentes na reuni�o com Lula depois dos ataques terroristas. “E por que que n�o falou? Por que ele n�o perguntou a mim, que estava l�? Por que n�o perguntou ao presidente da Rep�blica, que estava l�? Seria mais decente do que falar posteriormente”, seguiu.
“Um apelo que eu fa�o ao governador: num momento grave � preciso ter pondera��o. Imagine se algu�m tivesse dito no dia seguinte � trag�dia de Brumadinho que ele sabia e deixou acontecer para poder ganhar dinheiro? Como ele se sentiria? Isso parece aquela hist�ria do estupro, que uma mulher � estuprada e ao mesmo tempo � acusada de ser a culpada porque estava de vestido curto... N�s n�o somos agentes do que aconteceu. N�s somos v�timas... N�o � vitimiza��o, n�s somos v�timas”, continuou o ministro de Lula.
Em seguida, o ministro insinuou que as declara��es de Zema foram feitas por uma poss�vel candidatura em 2026. “Elei��o tem em 2026. Agora n�o acho que seja adequado o candidato querer se colocar na agenda sendo uma esp�cie de sub-Bolsonaro, fica feio... Acho que � deplor�vel esse tipo de coisa acontecer”, disparou o ministro.
Entrevista de Zema
Em entrevista � R�dio Ga�cha, na manh� de segunda-feira (16/1), o governador mineiro afirmou que o governo federal fez "vista grossa" em rela��o aos atos terroristas do Distrito Federal para que pudesse sair como "v�tima" da hist�ria.
Zema disse que qualquer declara��o dita antes da conclus�o das investiga��es � "achismo", mas que ele pode "supor" que houve uma omiss�o por parte dos �rg�os de seguran�a do Governo Lula.
"Me parece que houve um erro da direita radical, que � minoria. Houve um erro tamb�m, talvez at� proposital, do governo federal, que fez vista grossa para que o pior acontecesse, e ele se fizesse, posteriormente, de v�tima. � uma suposi��o. Mas as investiga��es v�o apontar se foi isso", declarou.
"Tudo � uma suposi��o, qualquer conclus�o agora � prematura, mas o Gabinete de Seguran�a Institucional (GSI), que est� subordinado ao Minist�rio da Justi�a, foi comunicado previamente da situa��o e n�o se mobilizou, n�o fez nenhum plano de conting�ncia", continou Zema.
Ao afirmar que a direita radical "foi minoria" nos ataques golpistas aos pr�dios da Pra�a dos Tr�s Poderes, Zema endossa um discurso que cresce nas redes sociais, de que os atos teriam "infiltrados".
Invas�o aos Tr�s Poderes
Vestidos de verde e amarelo, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) depredaram o Congresso Nacional, o Pal�cio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 8 de janeiro. Estima-se que 4 mil pessoas participaram da a��o em Bras�lia.
Inconformados com a vit�ria do presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT), os bolsonaristas ocuparam as sedes do Tr�s Poderes da Rep�blica para pedir pelo golpe militar. Foram quebrados objetos hist�ricos, obras de arte, m�veis e vidra�as. Houve invas�o a gabinetes e roubo de documentos e armas.
Ap�s o ataque, Lula decretou interven��o federal na seguran�a p�blica do Distrito Federal. Horas depois, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu afastar o governador Ibaneis Rocha por 90 dias.
Um dia depois dos ataques, os acampamentos de golpistas foram desmontados ap�s ordem do STF. Mais de 1,2 mil bolsonaristas foram detidos em Bras�lia. Concentra��es tamb�m foram desfeitas em S�o Paulo, no Rio de Janeiro e em outras capitais. Na maioria dos casos, sem confrontos.