
Est�o na mira o ex-presidente, o ex-ministro da Justi�a Anderson Torres e autoridades que atuaram ou se omitiram durante a investida golpista.
As investiga��es pretendem detalhar como se deram os preparativos e as invas�es ao Pal�cio do Planalto, Congresso e STF (Supremo Tribunal Federal) e miram os golpistas atuantes diretamente na quebradeira, os financiadores e os agentes p�blicos envolvidos.
Autores intelectuais dos ataques
A primeira linha de apura��o foca os poss�veis autores intelectuais dos ataques, e � essa frente que pode chegar a eventual responsabilidade do ex-presidente no fomento das a��es radicais.
No caso das mil�cias digitais, cada um dos eventos com participa��o de Bolsonaro e de seus apoiadores, como a live e os atos antidemocr�ticos de 2020, s�o vistos como sendo praticados por organiza��o criminosa que atua para atacar institui��es, autoridades e disseminar desinforma��o.
Agora, com a nova apura��o, a PF pretende avan�ar sobre como as investidas golpistas insuflaram seus apoiadores contra o Estado democr�tico de Direito e desaguaram nos ataques aos tr�s Poderes.
Omiss�es de agentes p�blicos no alvo da PF
A segunda linha de apura��o vai investir no detalhamento das supostas omiss�es de agentes p�blicos durante a movimenta��o de pessoas para o acampamento no quartel-general do Ex�rcito e depois � pra�a dos Tr�s Poderes.
O ex-ministro Anderson Torres, o governador afastado Ibaneis Rocha (MDB-DF) e integrantes das for�as de seguran�a do Distrito Federal s�o alvos nessa frente.
Torres est� preso desde o dia 14 por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Durante busca e apreens�o em sua casa, a PF encontrou uma minuta (proposta) de decreto para o ent�o presidente Bolsonaro instaurar estado de defesa na sede do TSE.
O decreto golpista previa a cria��o de uma comiss�o controlada pelo governo Bolsonaro para fazer uma "apura��o da conformidade e legalidade do processo eleitoral" vencido por Luiz In�cio Lula da Silva (PT) e estabelecia as quebras dos "sigilos de correspond�ncia e de comunica��o telem�tica e telef�nica" dos membros do TSE.
Como mostrou a Folha de S.Paulo, o ex-n�mero 2 da Seguran�a P�blica do DF Fernando de Sousa Oliveira afirmou � PF que Torres deixara o pa�s �s v�speras do 8 de janeiro sem repassar "diretriz" nem apresent�-lo aos comandantes das for�as policiais e a Ibaneis.
Oliveira disse que n�o tomou conhecimento, por exemplo, do plano operacional da Pol�cia Militar para as manifesta��es que ocorreriam nos dias 6, 7 e 8 deste m�s.
O governador afastado do DF e Oliveira foram alvos de busca e apreens�o na sexta-feira (20) a pedido da Procuradoria-Geral da Rep�blica.
Financiadores de golpistas s�o mapeados
Vista como mais demorada, a terceira frente tem como objetivo mapear os financiadores dos atos golpistas e os respons�veis pela log�stica do acampamento e transporte de bolsonaristas para Bras�lia.
- PF prende homem que amea�ou Lula
Na �ltima semana, a PF atuou contra poss�veis financiadores de golpistas na regi�o norte do Rio de Janeiro. A a��o foi batizada de Ulysses e prendeu tr�s suspeitos de organizar e financiar a viagem de bolsonaristas para Bras�lia.
O objetivo da PF agora � mapear outros financiadores dos atos e do acampamento em frente ao QG do Ex�rcito para saber se os atos e a��es dos bolsonaristas tiveram alguma estrutura de financiamento e de organiza��o.
Os investigadores est�o identificando todos que contrataram e organizaram viagens de �nibus para Bras�lia, aqueles envolvidos na manuten��o dos acampamentos nos QGs do Ex�rcito e os que de alguma forma viabilizaram os atos.
A AGU (Advocacia-Geral da Uni�o) j� pediu o bloqueio de R$ 18,5 milh�es em bens de pessoas f�sicas e empresas suspeitas de envolvimento nos ataques golpistas. A quantia seria uma estimativa de repara��o pelos danos causados pelos atos de vandalismo �s sedes dos Poderes.
Conduta de cada v�ndalo investigada individualmente
O quarto foco da investiga��o PF s�o os v�ndalos. Os investigadores querem identificar e individualizar a conduta de cada um dos envolvidos na depreda��o dos pr�dios hist�ricos.
Nesse caso, a per�cia da PF tem atuado com a ajuda de softwares de intelig�ncia artificial para comparar as imagens dos pr�dios invadidos com a dos presos e tamb�m com outros bancos de dados para identificar envolvidos. Foram presos em flagrante 1.459 suspeitos pelos ataques.
Para subsidiar as quatro linhas de apura��o, todas as informa��es que est�o sendo coletadas, pelos canais disponibilizados pelo Minist�rio da Justi�a e PF ou em dilig�ncias feitas por ordem de Moraes, s�o analisadas e encaminhadas para os inqu�ritos abertos.
Segundo a Folha de S.Paulo apurou, o trabalho de triagem tem sido feito pela DIP (Diretoria de Intelig�ncia Policial) e os inqu�ritos em si conduzidos por delegados de setores da Dicor (Diretoria de Investiga��o e Combate ao Crime Organizado).