
Torres foi preso ao voltar dos EUA, ap�s os atos golpistas que depredaram a sede dos tr�s Poderes em 8 de janeiro. No dia dos ataques, ele era secret�rio de Seguran�a P�blica do Distrito Federal e estava de f�rias.
Segundo os seus advogados, Dem�stenes Torres e Rodrigo Roca, "o desenvolvimento das investiga��es demonstrou, de forma clara, a total aus�ncia de evid�ncias m�nimas que permitam associar o requerente [Torres] aos fatos criminosos em quest�o".
Como revelou a Folha de S.Paulo, ao realizar busca e apreens�o em sua resid�ncia, a Pol�cia Federal encontrou uma minuta (proposta) de decreto para o ent�o presidente Bolsonaro instaurar estado de defesa na sede do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
O objetivo, segundo o texto, era reverter o resultado da elei��o, em que Luiz In�cio Lula da Silva (PT) saiu vencedor. Tal medida seria inconstitucional.
Ao Supremo seus advogados afirmam que ap�s a pris�o "j� se passou quase um m�s" e "nesse �nterim, foram cumpridas v�rias buscas e apreens�es e afastadas autoridades p�blicas", como Ibaneis Rocha (MDB), governador do Distrito Federal.
"Como j� dito, esse conjunto de medidas tomadas no curso da investiga��o n�o foi capaz de trazer aos autos elemento algum que v� ao encontro da suspeita de omiss�o criminosa inicialmente considerada pelo diretor-geral da Pol�cia Federal, por parte de Anderson Torres", afirmam os advogados.
"Ao contr�rio, as dilig�ncias comandadas por Vossa Excel�ncia debelaram as suspeitas inicialmente delineadas na representa��o feita a essa Suprema Corte", diz a defesa.
Defesa de Torres
Os advogados de Torres mencionam que o presidente Lula afirmou em entrevista n�o ter sido avisado sobre a possibilidade de invas�o dos pr�dios por nenhum �rg�o federal de intelig�ncia, como Ex�rcito, GSI (Gabinete de Seguran�a Institucional) e Abin.
Ao ser preso, Torres disse que que jamais questionou o resultado das elei��es, vencida por Lula.
O ex-ministro, na ocasi�o, afirmou que sempre fez o trabalho com profissionalismo, que n�o era filiado a partido e ocupou posi��o pol�tica em raz�o do resultado do seu trabalho.
"Essa acusa��o me pegou muito de surpresa, a audi�ncia de cust�dia n�o � o local de falar nada sobre isso, mas quero dizer que n�o tenho nada a ver com os fatos, isso foi um tiro de canh�o no meu peito, eu estava de f�rias, umas f�rias sonhadas por mim e pela minha fam�lia", afirmou.
Ele foi o primeiro a ocupar o cargo de ministro da Justi�a a ser preso desde a redemocratiza��o e o primeiro integrante do governo Bolsonaro preso em consequ�ncia dos atos antidemocr�ticos.
Na audi�ncia, Torres afirmou ainda que chegou ao Minist�rio da Justi�a "em um momento delicado" na rela��o entre os Poderes e que, � �poca, visitou todos os ministros do STF.
"Eu estava nos Estados Unidos e tive essa not�cia [da depreda��o], tive que vir r�pido depois da not�cia da minha pris�o e da busca e apreens�o na minha casa, comprei uma passagem car�ssima, tirada do meu sal�rio. N�o tenho outra renda, e preciso de oportunidade para falar isso, para me defender, para falar que n�o dei causa aos fatos", afirmou o ex-ministro.