Sem poupar elogios � ministra da Gest�o e da Inova��o em Servi�os P�blicos, Esther Dweck, contou que foi autorizada a anunciar a libera��o de R$ 350 milh�es para o pagamento de direitos trabalhistas de 10 mil servidores de exerc�cios anteriores.
“Este n�o � um governo qualquer. � um governo que, pela primeira vez, est� tendo que substituir um desgoverno”, frisou. Na avalia��o da ministra, tudo o que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) colocou a m�o, acabou destruindo. Al�m de dividir as fam�lias, na avalia��o dela, Bolsonaro foi respons�vel pela perda de milhares de vidas durante a pandemia da covid-19. “Eu n�o vi e ningu�m me contou o que aconteceu na CPI da Covid. E eu posso dizer e estou at� sendo processada por isso. Tivemos um presidente irrespons�vel pela morte de milhares de pessoas quando negou o direito de tomar vacina”, disse.
Rela��es com os servidores
Haddad elogiou a reabertura da mesa de di�logo do governo federal com os servidores e n�o poupou cr�ticas ao governo Jair Bolsonaro (PL). Ao seu lado estavam mais seis ministros, inclusive, a anfitri�, Esther Dweck, que assinou a minuta de decreto que trata da perman�ncia de dirigentes com mandato classista na folha de pagamentos do governo federal - uma das reivindica��es dos sindicatos.
“Essa � a reabertura de um di�logo fraterno e civilizado”, afirmou Dweck - lembrando que tamb�m � servidora p�blica federal da �rea da Educa��o. Ela fez quest�o de refor�ar a afirma��o a um dos sindicalistas, que contou que foi barrado no governo anterior ao tentar acessar uma sala do antigo Minist�rio da Economia por usar um bon� vermelho e, desta vez, n�o teve o acesso bloqueado. “Aqui pode entrar com bon� vermelho”, disse. A ministra afirmou tamb�m ainda que, ainda neste m�s, v�o ser iniciadas as conversas mais propositivas com as categorias.
“O motivo dessa retomada da mesa de negocia��o � tirar a granada do bolso de voc�s”, disse Haddad sem citar o nome do ex-ministro da Economia, Paulo Guedes, que chamava os servidores de “parasitas” e, segundo ele, “demonizava aqueles que deveriam estar cuidando da sociedade”. Ele contou que � servidor p�blico estadual e afirmou que sabe o que � “ficar anos sem nenhum tipo de atendimento e considera��o”, como ocorreu na gest�o anterior.
Ele foi o primeiro dos ministros a falar porque saiu mais cedo para participar de outro evento com a participa��o do presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT), na Caixa Econ�mica Federal.
Al�m de Haddad, Tebet e Esther Dweck, participaram da cerim�nia de abertura da mesa de negocia��o os ministros, Rui Costa (Casa Civil), Luiz Marinho (Trabalho e Emprego), Carlos Lupi (Previd�ncia Social), e M�rcio Mac�do (Secretaria-Geral da Presid�ncia).
Na avalia��o do ministro da Fazenda, a retomada da mesa de negocia��o com servidores, que ser� permanente, ajudar� a pensar melhor e de forma mais justa para que o servi�o p�blico atenda aos direitos constitucionais dos cidad�os. “O di�logo constr�i o caminho da supera��o”, afirmou Haddad.
O ministro da Educa��o, Camilo Santana, que contou que tamb�m � servidor concursado do Ibama, destacou que � importante resgatar a qualidade do servi�o p�blico. “E s� conseguimos quando valorizamos os servidores”, disse. “Temos uma miss�o de reconstruir o pa�s e reconstruir o di�logo, valorizando os servidores e melhorando a qualidade dos servi�os”, emendou.
O ministro Carlos Lupi elogiou a iniciativa e foi taxativo ao comentar sobre a derrota do governo anterior. "Sa�mos das trevas”, frisou o chefe da Previd�ncia.

Luiz Marinho apontou que h� um enorme desafio para a reconstru��o, dado o desmonte das ag�ncias e de �rg�os. Segundo ele, um dos maiores desafios do novo governo ser� a reconstru��o da retomada do crescimento do pa�s, para que ocorra aumento do emprego e da renda para ter sustentabilidade na reconstru��o do pa�s, que � a garantia para melhoria da qualidade de trabalho dos servidores tamb�m.
Ele foi enf�tico sobre a mudan�a nas rela��es do governo com o funcionalismo, sem o ass�dio ocorrido na gest�o anterior e que foi denunciado por v�rios representantes durante as falas no evento. “A era do ass�dio acabou”, pontuou o ministro do Trabalho. “N�s teremos tamb�m o desafio de construirmos a rela��o com o Parlamento para a tramita��o dos temas que pretendemos negociar com o Legislativo”, disse ele, citando novas regras trabalhistas, da Organiza��o Internacional do Trabalho (OIT), que precisar�o ser aprovadas pelo Congresso. “Sabemos de antem�o que n�o podemos atender a todas as reivindica��es, mas tentaremos atender o m�ximo que pudermos”, garantiu.
Reivindica��es
Uma das principais reivindica��es das entidades representantes dos servidores � um reajuste maior do que 6% concedido para os servidores do Judici�rio e do Legislativo para os pr�ximos tr�s anos, totalizando 18%.
De acordo com o presidente do F�rum Nacional Permanente de Carreiras T�picas de Estado (Fonacate), Rudinei Marques, as perdas inflacion�rias dos servidores durante o governo Bolsonaro foi de 27%. “Esperamos retomar uma agenda de pol�ticas para fortalecer as entidades de classe e precisamos criar essa cultura. Seis por cento � pouco. Esperamos um esfor�o para um reajuste maior e mais generoso porque, no Executivo Federal, est�o as menores faixas salariais, com m�dia de R$ 9,2 mil”, afirmou. Vale lembrar que, no Or�amento deste ano, h� uma reserva de R$ 11,7 bilh�es para o reajuste de servidores, o que contemplaria um aumento linear em torno de 5%.
Representantes sindicais tamb�m defenderam zero anistia ao governo anterior e a retomada dos concursos p�blicos para reposi��o em �reas que t�m defici�ncia no quadro, como o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que tem cinco milh�es de brasileiros na fila aguardando a libera��o do benef�cio.
Marques tamb�m defendeu a desmilitariza��o dos cargos no Executivo federal, que superaram 6 mil militares em 2020, e, antes do governo Bolsonaro, giravam em torno de 900.