
"A Fran�a estuda a possibilidade de uma contribui��o bilateral, assim como a Uni�o Europeia, a qual � membro, estuda muito ativamente a possibilidade de contribui��o [ao Fundo Amaz�nia]", afirmou a ministra, ressaltando a import�ncia dada pelos europeus � iniciativa.
A declara��o foi feita depois de o chanceler Mauro Vieira ter afirmado, em resposta � pergunta dos jornalistas no Pal�cio do Itamaraty, que a Fran�a � "muito bem-vinda em todo tipo de colabora��o, de coopera��o e tamb�m com participa��o no Fundo Amaz�nia".
De acordo com o ministro das Rela��es Exteriores, o tema do meio ambiente foi amplamente discutido durante o encontro com a ministra da Europa e dos Neg�cios Estrangeiros da Fran�a.
"Conversamos longamente sobre a orienta��o do presidente Lula sobre o meio ambiente, a sua nova pol�tica j� declarada desde o m�s de novembro, na COP27 [confer�ncia sobre o clima da ONU], em Sharm el-Sheikh [no Egito], ocasi�o em que exp�s em detalhes seus objetivos e todas as medidas que tomaria pela prote��o do meio ambiente", afirmou.
"Instantaneamente houve rea��es muito positivas de alguns pa�ses quanto ao Fundo Amaz�nia, que esperamos que seja reativado plenamente, que possa ser utilizado para o financiamento de projetos importantes para o desenvolvimento sustent�vel da Amaz�nia", continuou.
Combate ao desmatamento
A iniciativa de arrecada��o de recursos para conserva��o e combate ao desmatamento na floresta � bancada atualmente pela Noruega (R$ 3,1 bilh�es concedidos at� agora) e pela Alemanha (R$ 192 milh�es) -e, em menor propor��o, pela Petrobras (as doa��es entre 2011 e 2018 somaram R$ 17 milh�es).
No fim de janeiro, durante visita da ministra alem� da Coopera��o Econ�mica e do Desenvolvimento, Svenja Schulze, a Alemanha oficializou a destina��o de R$ 192 milh�es ao Fundo Amaz�nia em um pacote mais amplo para pol�ticas de desenvolvimento sustent�vel, no valor de R$ 1,1 bilh�o.
Ainda durante o governo de transi��o, o presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) iniciou conversas com diferentes governos estrangeiros para tentar ampliar o n�mero de doadores do Fundo Amaz�nia. A Fran�a j� havia sido consultada sobre poss�veis doa��es, bem como o Reino Unido, e havia negocia��es em curso para que a Su��a fizesse um aporte no fundo.
O aceno foi feito ao governador do Par�, Helder Barbalho (MDB), que teve reuni�es sobre o tema durante a COP27.
O Fundo Amaz�nia foi paralisado durante a gest�o Bolsonaro. Em 2019, Noruega e Alemanha anunciaram o congelamento dos repasses ap�s decis�o do governo brasileiro de extinguir os dois �rg�os de governan�a do fundo: o Comit� Orientador (o Cofa) e o Comit� T�cnico (o CTFA).
Outro fator que contribuiu para a interrup��o da verba foram os recordes de desmatamento registrados nos �ltimos anos. A ret�rica antiambiental de Bolsonaro, visto na Europa como um negacionista clim�tico, consolidou a paralisia do fundo.
Lula
Desde a vit�ria de Lula nas urnas, h� boa vontade na comunidade internacional na retomada das rela��es, at� mesmo para ampliar o n�mero de doadores do fundo.
A agenda clim�tica � vista pelo governo Lula como o caminho mais r�pido para que o pa�s se destaque no tabuleiro global. A estrat�gia j� vem sendo colocada em pr�tica.
Ap�s ser eleito, Lula se encontrou com diferentes representantes estrangeiros respons�veis por tratar de mudan�as clim�ticas -como John Kerry (Estados Unidos), Xie Zhenhua (China), Espen Barth Eide (ministro do Clima e Meio Ambiente da Noruega) e Teresa Ribera (ministra de Transi��o Ecol�gica da Espanha).
Na visita ao Brasil, a chanceler francesa destacou o protagonismo do pa�s na agenda ambiental e disse apoiar a candidatura brasileira como sede da COP30, a confer�ncia clim�tica das Na��es Unidas que deve acontecer em 2025.
Cabe ao sistema das Na��es Unidas, ligado � Conven��o do Clima, decidir a favor ou n�o da candidatura do Brasil.
"Eu cumprimentei a disposi��o do Brasil de organizar a COP30 muito em breve, na Amaz�nia talvez. A Fran�a apoia essa ambi��o e ajudar� o Brasil a organiz�-la e a fazer com que ela seja bem-sucedida. Voc�s podem contar conosco para isso", disse a ministra.
"E n�s sabemos que podemos contar com o Brasil, que � um dos pilares da constru��o de direito ambiental mundial, para manter o mais alto poss�vel o n�vel de ambi��o para frear as mudan�as clim�ticas", acrescentou.
Fran�a
� Folha de S.Paulo, Colonna afirmou tamb�m que a Fran�a apoia o acesso do Brasil � OCDE (Organiza��o para a Coopera��o e Desenvolvimento) -o pa�s europeu tinha ressalvas devido � alta no desmatamento e no garimpo ilegal durante o governo Bolsonaro.
A ministra da Europa e dos Neg�cios Estrangeiros da Fran�a chegou na ter�a (7) ao Brasil para restabelecer la�os entre os pa�ses. Nesta quarta, ela teve um encontro com a ministra Marina Silva (Meio Ambiente e Mudan�a do Clima) e, ap�s agenda com Vieira, se reuniu com Lula.
Em sua visita, a chanceler tamb�m trabalha pela viagem do presidente Emmanuel Macron ao Brasil. Segundo ela, a vinda do l�der franc�s pode acontecer na C�pula de pa�ses da Amaz�nia, ainda sem data definida. A Guiana Francesa, que faz fronteira com o Brasil na regi�o amaz�nica, � um territ�rio ultramarino franc�s.
"Eu diria at� que ele [Macron] est� �vido para vir ao Brasil. Nos resta encontrar a data e a ocasi�o que poderia ser, e eu falo no condicional, na C�pula da Amaz�nia, se ela corresponder a seus projetos", afirmou.
Vieira reiterou o desejo do Brasil de receber "a curto prazo" a visita de Macron, o que espera que aconte�a at� meados do ano. Colonna tamb�m reafirmou o convite feito a Lula para ir � Fran�a na C�pula de Paris, que acontecer� nos dias 22 e 23 de junho, para tratar de financiamentos internacionais.