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Estado de Minas DEPUTADO FEDERAL MINEIRO

M�rio Heringer: 'Eu espero que a empatia volte ao pa�s'

Em seu sexto mandato, deputado federal critica o governo passado e diz que vai priorizar a defesa do SUS e do meio ambiente


27/02/2023 04:00 - atualizado 27/02/2023 11:42

O deputado federal por Minas Gerais M�rio Heringer, presidente estadual do PDT, iniciou neste m�s o seu sexto mandato consecutivo no Congresso Nacional, em Bras�lia. Ao podcast EM Entrevista, o parlamentar destacou que � tempo de reformular coisas que foram perdidas nos �ltimos quatro anos e disse que vai trabalhar, principalmente, pelas �reas de Meio Ambiente e Sa�de.
 
 
“Cada elei��o, cada momento que chega, voc� tem que estar sintonizado no tempo que voc� est� e o tempo que n�s estamos hoje � tempo de reformula��o, de corrigir e at� de recuperar coisas perdidas na �ltima legislatura. Ent�o, neste momento, precisamos recuperar as posi��es boas que j� tivemos. Eu vou trabalhar muito na �rea de Meio Ambiente, que � o que mundo precisa”. 
                               
Segundo ele, outra prioridade � o Sistema �nico de Sa�de. “Precisamos recuperar a quest�o da sa�de no SUS, pois as nossas vacina��es, que foram um sucesso no mundo inteiro, hoje j� sofrem contesta��es negacionistas que n�o t�m o menor sentido”, declarou.
 
''O grande problema do governo anterior foi a falta de empatia e de respeito pelas pessoas''
O grande problema do governo anterior foi a falta de empatia e de respeito pelas pessoas" (foto: LU�S MACEDO/C�MARA DOS DEPUTADOS)
 
 
M�rio L�cio Heringer tem 68 anos e nasceu em Manhumirim, na regi�o da Zona da Mata. Formou-se em Medicina pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e especializou-se em ortopedia no Rio de Janeiro.
 
 
Iniciou sua trajet�ria pol�tica em 2001, quando filiou-se ao PDT, sua �nica sigla at� hoje. Foi eleito deputado federal pela primeira vez em 2002, com 68.134 votos. Confira abaixo a entrevista do Estado de Minas com o parlamentar.

Este � o seu sexto mandato consecutivo na C�mara dos Deputados. Quais pautas ser�o prioridades do senhor agora?
Cada elei��o, cada momento que chega, voc� tem que estar sintonizado no tempo que voc� est� e o tempo que n�s estamos hoje � tempo de reformula��o, de corrigir e at� de recuperar coisas perdidas na �ltima legislatura. Ent�o, neste momento, precisamos recuperar as posi��es boas que j� tivemos.
 
Eu vou trabalhar muito na �rea de Meio Ambiente, que � o que mundo precisa, e tamb�m precisamos recuperar a quest�o da sa�de no SUS, pois as nossas vacina��es, que foram um sucesso no mundo inteiro, hoje j� sofrem contesta��es negacionistas que n�o t�m o menor sentido.
 
Este mandato, em princ�pio, na minha cabe�a, tem que ser para recuperar espa�os recuados e tamb�m avan�ar fortemente na �rea de Meio Ambiente. N�s estamos vivendo em uma espa�onave que n�o tem a segunda. N�o adianta a gente falar que o Elon Musk que est� mandando espa�onave para Marte, que n�s n�o vamos todos. L� n�o vai caber todo mundo e n�o � t�o f�cil assim. Ent�o se a gente cuidar desta espa�onave chamada Terra.

Quais as principais diferen�as que o senhor espera do governo Lula em rela��o ao governo Bolsonaro?

Que fique claro que eu n�o sou Bolsonaro e nem sou Lula. Meu partido tinha um candidato a presidente (Ciro Gomes) e em alguns momentos eu tamb�m divergia das posi��es dele porque a gente n�o � obrigado a gostar de tudo, a gente tem que gostar da m�dia a melhor. Eu espero que a empatia volte porque o grande problema do governo anterior foi a falta de empatia e de respeito pelas pessoas.
 
Uma pessoa que ri, que faz chacota de pessoas morrendo de COVID, isso � inimagin�vel para um l�der nacional. Eu perdi a minha m�e com COVID e n�o gostei nada de ver aquele tipo de chacota.

Muitos brasileiros tamb�m n�o gostaram porque quase 700 mil pessoas faleceram com isso. Ent�o a gente precisa primeiro de recuperar a empatia, a rela��o de cuidar um com o outro, de gostar de pessoas, porque se a gente s� cuidar dos nossos interesses priorit�rios e individuais n�s n�o vamos ter uma na��o, n�s n�o vamos ter um pa�s, n�o vamos ter uma fam�lia.
 
O conjunto, o agregado de pessoas, se constr�i atrav�s da empatia. Se voc� n�o tem empatia, se voc� n�o liga mais para o outro, a� coloca uma arma na cintura, atira e mata o outro, ganha na for�a, na viol�ncia. Ent�o a gente precisa recuperar uma coisa que o Brasil sempre teve fantasticamente que � exatamente esse povo miscigenado, esse povo misturado, que fez essa ra�a diferente. Temos que recuperar isso.
 

Ciro Gomes � presidente nacional do PDT e ficou em quarto lugar nas elei��es do ano passado. Como o senhor avalia o futuro pol�tico dele?

Cada um tem que descrever seu pr�prio futuro pol�tico se continuar tendo a inten��o de fazer pol�tica, de continuar.
 
Eu, particularmente, achava que era o melhor projeto que tinha, disparado, tanto que votei nele, fiz campanha para ele. Sofri na elei��o porque era um cen�rio polarizado. 
 
Era A contra B e n�o tinha chance de ningu�m entrar naquela disputa. Perdi uma quantidade especial de votos para pessoas que estavam polarizadas nesta situa��o e que n�o votariam em mim porque eu n�o estava nem de um lado nem do outro. Mas eu acho que o Ciro tinha o melhor projeto, que era o Projeto Nacional de Desenvolvimento, que foi descrito em livro. Eu acho que o livro do Ciro traz a melhor oferta para um Brasil justo.
 
Infelizmente, o povo n�o entendeu isso, ou n�o teve a oportunidade de entender. As coisas boas que o Ciro falava no primeiro turno, os dois candidatos passaram a falar no segundo, e o que venceu, Lula, est� repetindo alguns mantras. O dif�cil � fazer, falar � f�cil. Ciro viajou, se isolou um pouco. Ent�o ele est� vivendo a vida mais pessoal dele e espero que ele retorne porque � um quadro pol�tico muito importante para o Brasil e com muito conhecimento.

O senhor citou que uma das principais pautas que defende � a do meio ambiente. Como o senhor v� o setor de minera��o em Minas Gerais, diante, por exemplo, das trag�dias de Mariana e Brumadinho e dos projetos na Serra do Curral?

Minas Gerais �, tradicionalmente, um estado minerador. N�s temos isso h� muitos e muitos anos. Isso � importante, isso � um bem que o Estado tem. Esse bem precisa e deve ser bem usado. N�o tem necessidade de ficarmos com montanhas e montanhas de min�rio de ferro sem fazer nada.
 
Precisamos usar, mas n�s precisamos tamb�m enfiar na cabe�a dos empres�rios que eles s�o respons�veis pelo meio ambiente, que eles n�o podem com essa explora��o degradar o meio ambiente, estragar as cidades, fazer essas barragens que nos causaram essas dores.
 
Porque n�o importa a indeniza��o, importa � a preven��o, � n�o ter isso. Ent�o eu acho que para explorar o min�rio em uma determinada cidade ou regi�o precisa haver uma contrapartida ecol�gica e, principalmente, uma cria��o de um modus vivendi independente daqueles royalties localizados, para que quando essas minas sa�rem de determinados lugares eles n�o sejam abandonados.
 
Ou n�s vamos ter cidades funcionando ou cidades fantasmas. Quando uma cidade depende somente da atividade miner�ria, por exemplo, o risco desta cidade n�o se construir de uma maneira perene � muito grande, ent�o o que a gente precisa pensar � na manuten��o destas pessoas nas pequenas e m�dias cidades.

Os problemas nas estradas e no setor de transporte est�o entre os principais desafios enfrentados em Minas Gerais hoje. Como o senhor v� isso?
Desde que eu entrei no meu primeiro mandato, em 2003, se fala do metr� aqui na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, que n�o saiu. Eu n�o entendo at� hoje porque n�o saiu, porque o Brasil n�o consegue fazer sua infraestrutura definitivamente. Voc� vai ver uma cidade como Belo Horizonte e tem uma linha p�fia dessa de metr�, que podia estar atendendo muito melhor e muito mais.
 
Eu n�o sei porque n�o se consegue. A gente j� botou emenda, j� fui coordenador de bancada de Minas, j� brigamos, n�o chega, n�o consegue, o dinheiro n�o sai. As pessoas pegam o dinheiro que est� no or�amento e realocam em outra coisa. Isso virou uma pr�tica no governo brasileiro e n�o estou dizendo no �ltimo governo. Estou dizendo de todos que eu participei, por exemplo.
 
Sobre as rodovias, as BRs que cortam o estado, Minas � o estado mais central do Brasil. Todas as rodovias importantes passam por Minas Gerais e por coincid�ncia este estado tem tido, com rela��o ao governo federal, nos �ltimos mandatos – com exce��o do Fernando Pimentel (PT) com a Dilma Rousseff (PT) – todos t�m sido oposi��o e isso prejudicou muito Minas. As pessoas n�o est�o exercendo o seu mandato republicanamente. N�s precisamos do nosso presidente e do nosso governador, sejam eles querem forem, trabalhando juntos pela sociedade e isso n�o aconteceu.

Continuando na pauta de Minas, qual ser� o posicionamento do PDT na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG)? O partido vai integrar a base do governo Zema?
Do ponto de vista partid�rio, o Novo e o PDT n�o se encontram. Passam longe um do outro do ponto de vista ideol�gico, mas n�o � isso que faz um governo com uma atua��o sensata.
 
A gente tem conversado com os nossos deputados estaduais, recentemente fizemos um apoiamento � elei��o do presidente da Assembleia, o Tadeu Martins Leite (MDB), que � um deputado de excelente qualidade, tem um tr�nsito, sabe chegar nas pessoas, tem o charme da conquista, ent�o acho que ali na Assembleia ele vai fazer um bom trabalho sem o antagonismo desnecess�rio, mas tamb�m com rea��es que precisam ser feitas, porque a fun��o do Legislativo, al�m de legislar, � de opor a determinadas posi��es e o PDT pretende caminhar por esse mesmo caminho.
 
N�s n�o temos dificuldade nenhuma em apoiar coisas boas do governo, de maneira alguma, mas tamb�m n�o vamos bater palma para maluco dan�ar.

Considerando o cen�rio nacional agora, o PDT estar� ao lado do PT, do presidente Lula?
Contra a minha vontade, muito claramente, j� falei isso publicamente, mas � o meu problema, o meu partido aceitou assumir um minist�rio no governo do PT. N�s estamos l� com nosso presidente, Carlos Lupi, no Minist�rio da Previd�ncia.
 
Contra a minha vontade porque eu achava que n�s n�o precis�vamos de ter, neste momento, uma ades�o a um governo. N�s poder�amos apoiar o PT, como apoiar�amos, porque estar�amos saindo de uma situa��o que n�s est�vamos extremamente desconfort�veis para uma situa��o menos desconfort�vel que � ficar junto o tempo todo com o PT.
 
Se o PT conduzir o governo da maneira como parece que est� indo, acho que � bom ajudar, � bom fazer, � bom trabalhar, mas eu fui contra essa quest�o de ter ido para o minist�rio, mas fui voto vencido. Ent�o, se a minha condi��o partid�ria me derrotou na minha tese eu tenho que seguir o meu partido e para onde for o meu partido eu vou com ele.




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