
Na �ltima quarta-feira (1º/3), o Tribunal de Contas da Uni�o notificou a Comiss�o de �tica, disse que o recebimento de presentes caros extrapola "princ�pios da razoabilidade e da moralidade" p�blica e sugeriu a devolu��o dos objetos.
Procurado pelo Painel na quarta-feira (8/3) para comentar a recomenda��o do TCU, Machado encaminhou mensagem que dizia que o �rg�o de �tica autorizava que ele continuasse com o rel�gio.
Nesta sexta-feira (10/3), publicou em suas redes sociais um v�deo com interpreta��o distinta.
"Em 2020 [2021], eu ainda era presidente da Embratur, fui a primeira pessoa que procurou o presidente Bolsonaro, acusei que tinha recebido esse rel�gio. Inclusive veio a mim atrav�s da Presid�ncia da Rep�blica. E ele me deu a orienta��o de devolver o rel�gio. No mesmo momento, peguei o rel�gio e mandei de volta para a Presid�ncia", afirma Machado.
"Me disseram l� que n�o era para devolver, pelo simples fato de o Conselho de �tica ter se reunido e ter liberado. E que seria uma quest�o de deseleg�ncia at� com quem deu o rel�gio. N�o tem problema. Estou � disposi��o do TCU, em nenhum momento disse que n�o iria devolver, para devolu��o, se assim for", completa.
Joias
Reportagens t�m mostrado que Bolsonaro adotou outra postura em rela��o a joias e outros artigos de luxo enviados pelo governo da Ar�bia Saudita.
O presidente e membros de seu governo buscaram de maneira insistente ter acesso a um pacote retido pela Receita Federal na alf�ndega do Aeroporto de Guarulhos. Um assessor do ex-ministro Bento Albuquerque tentou entrar com as joias escondidas em uma mochila, sem declarar que estava com os itens, contrariando a legisla��o.
Bolsonaro ainda incorporou a seu acervo privado um outro pacote de presentes encaminhado pelo governo da Ar�bia Saudita em 2021.
TCU
De acordo com o TCU e com documentos da Comiss�o de �tica P�blica da Presid�ncia, receberam os rel�gios quatro ent�o ministros: Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Augusto Heleno (Gabinete de Seguran�a Institucional), Ernesto Ara�jo (Rela��es Exteriores) e Osmar Terra (Cidadania).
Al�m deles, tamb�m foram presenteados na ocasi�o Sergio Segovia, presidente da Apex (Ag�ncia Brasileira de Promo��o de Exporta��es e investimentos); Gilson Machado, presidente da Embratur e que depois viraria ministro do Turismo, Caio Megale, ent�o chefe da Assessoria Especial de Rela��es institucionais do Minist�rio da Economia, e Roberto Abdala, ent�o embaixador do Brasil em Doha.
Abdala e Megale tomaram uma atitude distinta dos demais, antes de qualquer questionamento. O embaixador imediatamente "providenciou a devolu��o do presente, um rel�gio de pulso da marca Hublot, em raz�o do seu custo elevado", como relatou o TCU.
Megale foi o respons�vel por acionar autoridades brasileiras ao questionar formalmente a Comiss�o de �tica da Presid�ncia sobre se seria �tico ficar com um rel�gio da marca Cartier que recebeu de um ajudante de ordens da Presid�ncia da Rep�blica, quando j� estava no Brasil, pouco mais de um m�s depois da viagem ao Qatar.
O economista relatou � coluna que enviou uma carta ao Minist�rio da Fazenda na segunda-feira (6) pedindo informa��es dos procedimentos que dever� adotar para abrir m�o do objeto.