
Al�m do material desconhecido, Lavrov deve ser acompanhado por 18 agentes de seguran�a e intelig�ncia russa. A chegada dele ao pa�s gera tens�o em meio a guerra na Ucr�nia. Autoridades dos Estados Unidos, da Ucr�nia e outras na��es aliadas do governo ucraniano demonstraram, de maneira reservada, preocupa��o com o conte�do a ser transportado. O temor � de que se trate de armamento ou de materiais para uso b�lico por parte da R�ssia.
A viagem foi organizada em Moscou, na semana passada, quando o assessor especial da presid�ncia, Celso Amorim, visitou o presidente da R�ssia, Vladimir Putin. No entanto, a visita j� estava sendo anunciada desde o come�o de mar�o, quando Lavrov se encontrou com o ministro das Rela��es Exteriores do Brasil, Mauro Vieira.
Parlamentares avaliam a possibilidade de solicitar informa��es sobre a viagem ao Itamaraty, tendo em vista que miss�es diplom�ticas que passam pelo Brasil n�o est�o sujeitas a controle dos �rg�os de fiscaliza��o.
A visita tamb�m ocorre em um momento de desconforto com a Ucr�nia ap�s declara��es do presidente Lula sobre a guerra. Na sexta-feira (8), o presidente da Ucr�nia, Volodymyr Zelenski, afirmou que n�o vai abrir m�o do territ�rio da Crimeia, anexada pela R�ssia em 2014. A declara��o foi uma resposta Lula, que nesta semana sugeriu que o pa�s teria que ceder seu direito sobre a regi�o para acabar com a guerra.
Desde que entrou no governo, Lula tenta encontrar uma solu��o para interromper a guerra na Europa, alegando que o Brasil deve chamar para si o protagonismo internacional. A visita de Amorim a Moscou, al�m de tratar sobre o com�rcio de fertilizantes, tamb�m abordou a invas�o russa ao territ�rio ucraniano.
Conflito
Na quinta-feira (6), em uma conversa com jornalistas em Bras�lia, Lula disse que o presidente ucraniano "n�o pode querer tudo", mas recha�ou, tamb�m, a ideia de que a R�ssia mantenha poder sobre novos territ�rios no pa�s vizinho. "Putin n�o pode ficar com o terreno da Ucr�nia. Talvez se discuta a Crimeia. Mas o que ele invadiu de novo, tem que se repensar", declarou o petista.
A resposta do governo ucraniano ocorreu inicialmente por meio de um post no Facebook feito pelo porta-voz da diplomacia ucraniana, Oleg Nikolenko. "N�o h� raz�o legal, pol�tica nem moral que justifique abandonar um s� cent�metro de territ�rio ucraniano", escreveu. Apesar da declara��o, Oleg afirmou que valoriza "os esfor�os do presidente brasileiro para encontrar uma maneira de deter a agress�o russa".
Em seguida, Zelenski afirmou que a ordem s� retorna quando o territ�rio da crim�ia for recuperado. “O mundo deve saber: o respeito e a ordem retornar�o �s rela��es internacionais apenas quando a bandeira ucraniana retornar a crim�ia - quando houver liberdade l�, assim como em qualquer outro lugar da Ucr�nia", ressaltou Zelensky. Procurado pelo Correio para se manifestar sobre o caso, o Itamaraty n�o respondeu.