
Segundo Nikolenko, os esfor�os para restaurar a paz ser�o baseados no respeito pela soberania total do territ�rio ucraniano, de acordo com os princ�pios da Carta das Na��es Unidas.
Lula tem evitado tomar lado no conflito entre a R�ssia e a Ucr�nia, mas defendeu que o presidente Vladimir Putin retire as tropas dos territ�rios ocupados desde o in�cio da guerra, em 2022. Esses locais, no entanto, n�o incluem a pen�nsula da Crimeia, anexada pelos russos ainda em 2014.
“Putin n�o pode ficar com o terreno da Ucr�nia. Talvez nem se discuta a Crimeia, mas o que ele invadiu (em 2022) vai ter que repensar. O Zelensky (presidente ucraniano) n�o pode querer tamb�m tudo o que ele pensa que vai querer. Tudo isso � assunto que tem que ser colocado na mesa”, disse Lula, que ainda criticou a “entrada imediata” de pa�ses europeus e dos Estados Unidos no conflito.
Cabe lembrar que a Ucr�nia ainda n�o faz parte da alian�a militar da Organiza��o do Tratado do Atl�ntico Norte (OTAN), mas � considerada um “pa�s parceiro” pelo bloco, que inclui os Estados Unidos e outras pot�ncias europeias. Lula acredita que esses pa�ses deveriam ter gastado mais tempo tentando negociar a paz.
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“O Brasil defende a integridade territorial de cada na��o. N�s n�o concordamos com a invas�o da R�ssia na Ucr�nia. Agora, n�s achamos que o mundo desenvolvido, sobretudo a Uni�o Europeia e os Estados Unidos, n�o poderia ter aceitado entrar na guerra da forma como entraram, com rapidez, sem antes gastar muito tempo tentando negociar. E negociar a paz � muito complicado”, destacou o presidente brasileiro.
Nikolenko disse que n�o h� raz�o que justifique o abandono da Crimeia, mas agradeceu os esfor�os de Lula para encontrar uma maneira de deter as agress�es russas. “A Ucr�nia aprecia os esfor�os do presidente do Brasil em encontrar uma solu��o para o fim da agress�o russa. Ao mesmo tempo, deixamos claro que n�o trocamos nosso territ�rio. N�o h� raz�o legal, pol�tica ou moral que justifique o abandono e um �nico cent�metro do territ�rio ucraniano”, afirmou o porta-voz ucraniano.
Lula � convidado para a c�pula do G7
Na noite dessa quinta-feira (6/4), o primeiro-ministro japon�s, Fumio Kishida, formalizou o convite para o Brasil participar da c�pula do G7, grupo composto pelas sete economias mais industrializadas do planeta: Alemanha, Canad�, Estados Unidos, Fran�a, It�lia, Jap�o e Reino Unido. O evento foi realizado na cidade de Hiroshima, no Jap�o, de 19 a 21 de maio.
O bloco anteriormente era chamado de G8, mas a R�ssia foi expulsa em 2014, ap�s a invas�o e anexa��o da Crimeia. Essa � a primeira vez que o Brasil � convidado para o evento desde 2009, no segundo governo Lula. O convite geralmente � feito para pa�ses em desenvolvimento que possam contribuir em debates importantes para a agenda global, como o meio ambiente.
Se aceito o convite, a expectativa � que o presidente Lula tamb�m leve os esfor�os de paz para a discuss�o do grupo. O assunto tamb�m deve ser tema da visita do chefe do Executivo brasileiro � China, durante encontro com o presidente Xi Jinping, visto como importante mediador na resolu��o do conflito.
Brasil n�o assina declara��o sobre a Guerra
Apesar de ser um "jogador" com relev�ncia e cultivar um certo respeito na geopol�tica internacional, o Brasil n�o assinou a declara��o da edi��o da C�pula pela Democracia de 2023. O evento virtual promovido pelo governo dos Estados Unidos ocorreu, pela segunda vez, no fim de mar�o.
O documento, entre outros assuntos, faz cr�ticas contundentes � invas�o russa na Ucr�nia. No total, 76 pa�ses assinaram a declara��o. Destes, 16 declararam apoio ao texto com ressalvas em pontos espec�ficos. Arm�nia, �ndia e M�xico est�o entre as na��es que manifestaram discord�ncia em rela��o ao par�grafo da declara��o que trata de forma mais ostensiva sobre o conflito na Ucr�nia.
A decis�o pela n�o ades�o � declara��o final da c�pula partiu da discord�ncia de Lula em usar o evento para condenar as atitudes da R�ssia. Para diplomatas brasileiros, o ambiente ideal para discutir temas relacionados � guerra seriam a Assembleia Geral e o Conselho de Seguran�a das Na��es Unidas.
“Estamos profundamente preocupados com o impacto adverso da guerra na seguran�a alimentar global, energia, seguran�a e prote��o nuclear e meio ambiente. Exigimos que a R�ssia retire imediatamente, completa e incondicionalmente todas as suas for�as militares do territ�rio da Ucr�nia dentro de suas fronteiras reconhecidas internacionalmente e pedimos o cessar das hostilidades”, disse uma parte da declara��o.