Esta � a primeira viagem de Lula ao local desde que assumiu o seu terceiro mandato. O mal-estar com os chineses na gest�o anterior come�ou ap�s uma s�rie de cr�ticas do ex-presidente e declara��es postadas nas redes sociais do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que al�m de ter dito que o pa�s escondeu informa��es, responsabilizou o governo asi�tico pela pandemia de COVID-19.
Um poss�vel rompimento com a China teria forte impacto na economia brasileira, pois, segundo o Minist�rio do Desenvolvimento, Ind�stria, Com�rcio e Servi�os (MDIC), h� mais de uma d�cada o pa�s � o maior parceiro comercial do Brasil. Os dados de 2022 apontam que, dentre as 27 unidades da federa��o, 14 t�m a na��o asi�tica como seu principal destino das exporta��es. A previs�o inicial era que a viagem do presidente � China acontecesse em 24 de mar�o. No entanto, Lula adiou a ida devido ao diagn�stico de pneumonia. Agora, com a confirma��o de ida, ele ficar� apenas quatro dias no pa�s. O retorno da delega��o brasileira est� previsto para o dia 15 de abril.
Em conversas com jornalistas na �ltima semana, o chefe do Planalto afirmou que pretende convencer o governo chin�s de novos investimentos e tamb�m discutir sobre a possibilidade de o pa�s dialogar com o presidente da R�ssia, Vladimir Putin, pelo fim da Guerra na Ucr�nia. “N�s n�o concordamos com a invas�o da R�ssia � Ucr�nia. Estou convencido que tanto a Ucr�nia quanto a R�ssia est�o esperando que algu�m de fora fale: vamos sentar para conversar”, disse na ocasi�o.
Na avalia��o do cientista pol�tico Leonardo Queiroz Leite, doutor em administra��o p�blica e governo pela Funda��o Getulio Vargas de S�o Paulo (FGV-SP), a ida de Lula marcar� uma retomada dos la�os mais fortes do Brasil com a China. “A ret�rica de Bolsonaro de confrontar o pa�s de modo ideol�gico � completamente fora de prop�sito do campo da pol�tica externa porque a pol�tica externa serve para proteger os interesses dos pa�ses, acima de qualquer ideologia. Ent�o, nesse ponto, o Lula � muito mais pragm�tico e vai fechar muitos acordos importantes em �reas vitais para o Brasil, como, por exemplo, quest�es da tecnologia”, apontou.
Leite tamb�m destacou a presen�a da ex-presidente Dilma Rousseff na viagem que, agora, est� no comando do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB na sigla em ingl�s), tamb�m conhecido como Banco do Brics. “Isso fortalece a posi��o do Brasil dentro desse grupo de na��es em desenvolvimento, que atua como uma coaliz�o de pa�ses que pode ter um peso pelo seu papel no mundo em desenvolvimento”, afirmou. O analista pol�tico Melillo Dinis apontou a import�ncia da parceria comercial e os acordos bilaterais entre as na��es. “A China � o pa�s mais importante para o Brasil em termos de exporta��o. Mas ainda n�o tem o mesmo n�vel de relacionamento comercial e de investimentos que outros pa�ses menores que o Brasil. Assim, al�m de estabelecer melhores rela��es, tanto bilaterais como em organismos como o BRICS, a viagem ir� adotar v�rios e muitos acordos e negocia��es de maior presen�a”, ressaltou.
Comitiva
O presidente Lula viaja em meio a uma delega��o formada por parlamentares, assessores, ministros de Estado e outras autoridades. O presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ser� um dos que v�o acompanhar a miss�o oficial. Com isso, ele adiou a sess�o que seria realizada a leitura de requerimento da Comiss�o Parlamentar Mista de Inqu�rito (CPMI) dos atos golpistas do 8 de janeiro, organizada por deputados de oposi��o. O l�der da bancada do Podemos, deputado Fabio Macedo (MA), � um dos convidados pelo presidente da Rep�blica a compor a comitiva Brasil-China. Ele � o �nico parlamentar maranhense a integrar o grupo e afirmou que vai levar as demandas do Maranh�o, a fim de ampliar os investimentos do pa�s asi�tico no estado. “Na pauta dos encontros, est� o fortalecimento das rela��es comerciais com a China, com foco no setor industrial e do agroneg�cio, transi��o energ�tica e seguran�a alimentar”, disse.