
Tacla Duran trabalhou para a Odebrecht de 2011 at� 2016, quando deixou o Brasil para morar na Espanha. Ele tem dupla nacionalidade e, atualmente, mora em Pontevedra, no noroeste espanhol.
R�u acusado de lavagem de dinheiro na Lava Jato desde 2017, Tacla Duran voltou aos holofotes no �ltimo m�s, ao repetir em audi�ncia que pessoas pr�ximas ao senador Sergio Moro (Uni�o Brasil-PR) tentaram extorqui-lo -o caso est� sendo analisado no guarda-chuva do STF (Supremo Tribunal Federal), em raz�o do cargo ocupado pelo parlamentar e ex-juiz da Lava Jato.
Por conta das declara��es do advogado, o juiz Appio incluiu Tacla Duran no final de mar�o no programa federal de testemunhas protegidas.
Inicialmente, a primeira audi�ncia presencial de Tacla Duran em Curitiba estava prevista para as 13h desta quinta (13) no bojo de um processo que tramita sob sigilo. A reportagem apurou que a chamada audi�ncia de justifica��o teria rela��o com as condi��es de liberdade provis�ria estabelecidas pelo juiz Appio em 16 de mar�o. O advogado era considerado foragido da Justi�a brasileira at� a recente revoga��o da pris�o.
Mas o Minist�rio P�blico Federal recorreu e, na �ltima ter�a, Marcelo Malucelli, do Tribunal Regional Federal da 4ª Regi�o (TRF-4), anulou a revoga��o da pris�o.
Ap�s a decis�o de Malucelli, o juiz Appio pediu informa��es ao TRF em rela��o � ordem de pris�o contra Tacla Duran -o magistrado de primeiro grau quer saber se o mandado de pris�o ser� expedido pela sua 13ª Vara Federal ou pela 8ª Turma do TRF4, na qual Malucelli atua.
Ao mesmo tempo, no mesmo of�cio desta quarta, o juiz Appio informa que ir� pedir ao ministro da Justi�a, Fl�vio Dino, a ado��o de medidas para "evitar a coa��o ou intimida��o" de Tacla Duran.
"Este Ju�zo Federal n�o admitir� qualquer forma, direta ou indireta, de coa��o da testemunha no curso do processo, independente de sua origem, na medida em que n�o se compactua com qualquer forma de intimida��o ou press�o para que a testemunha silencie", escreveu o juiz.
"A pessoa contra a qual se destina a pris�o preventiva decretada na tarde de ontem [ter�a, dia 11] goza de protocolo de condi��o de testemunha protegida e deve ser ouvida, na presen�a deste magistrado que ora subscreve (...) at� o final desta semana", acrescentou Appio.
A reportagem n�o conseguiu contato com Tacla Duran nesta quinta (13).
A reportagem apurou que, no Brasil, ele tamb�m iria prestar depoimentos em Bras�lia, a autoridades judiciais, sobre a suposta extors�o. Na segunda-feira (10), v�spera de sua aposentadoria, o ministro do STF Ricardo Lewandowski confirmou que o caso deve ser tratado no �mbito da corte, e n�o no primeiro grau da Justi�a Federal, e determinou que a Procuradoria Geral da Rep�blica analisasse se o assunto deve ou n�o gerar abertura de inqu�rito.
Na Lava Jato, as duas a��es penais contra Tacla Duran est�o suspensas, por for�a de uma decis�o de mar�o do STF. O ministro Lewandowski, agora aposentado, entendeu que as den�ncias do MPF tinham como base provas extra�das do acordo de leni�ncia da Odebrecht, que j� foram declaradas inv�lidas.
Sergio Moro vem negando todas as acusa��es feitas por Tacla Duran. Na �ltima ter�a, ele disse que se trata de um procedimento "com falsas acusa��es" que n�o deveria tramitar no STF por ser relativo ao per�odo anterior a seu mandato no Congresso.