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Estado de Minas MUDAN�AS

Lula reduziu quase 200 militares no governo, ap�s recorde de Bolsonaro

Se considerado apenas o per�odo em que Luiz In�cio Lula da Silva (PT) assumiu a presid�ncia do pa�s, j� s�o 196 militares a menos


17/04/2023 23:43 - atualizado 17/04/2023 23:49

Lula e Bolsonaro
N�mero de militares da ativa no governo vem diminuindo desde a vit�ria de Lula sobre Bolsonaro (foto: Rafaela Ara�jo/AFP e Evaristo S�/AFP)
O n�mero de militares da ativa das For�as Armadas cedidos para cargos de comiss�o no governo, quase todos � Presid�ncia da Rep�blica e � Defesa, vem diminuindo desde a vit�ria de Luiz In�cio Lula da Silva (PT) sobre Jair Bolsonaro (PL), mas ainda somava 1.871 pessoas em fevereiro.


O corte total desde outubro, m�s das elei��es, at� fevereiro, data dos dados mais recentes, � de 319 vagas. Se considerado s� o per�odo em que Lula assumiu a Presid�ncia, s�o 196 militares a menos.


Capit�o reformado do Ex�rcito e defensor da ditadura militar (1964-1985), Bolsonaro assumiu seu governo com 1.793 militares da ativa das For�as Armadas requisitados para cargos no governo, praticamente o mesmo n�mero que Dilma Rousseff (PT) encerrou 2015 (1.800), seu �ltimo ano fechado de governo.


Mediante um discurso de enaltecimento do militarismo que por v�rias vezes flertou com o golpismo, o ex-presidente, de acordo com a Fazenda, chegou a 2.206 fardados da ativa em cargos de comiss�o em julho de 2022, um recorde hist�rico (com aumento de 23%).


Ao assumir cargo de chefia na administra��o federal, o militar da ativa recebe um incremento na sua remunera��o, at� o limite do teto salarial do Executivo.

 

 


 

Tradi��o quebrada por Temer e Bolsonaro

 


Lula assumiu retomando a tradi��o quebrada por Michel Temer (MDB) e Bolsonaro e colocou novamente um civil para comandar a Defesa, o ex-deputado e ex-ministro do Tribunal de Contas da Uni�o Jos� M�cio Monteiro.


Temer havia sido respons�vel por nomear o general Joaquim Silva e Luna no comando da Defesa, anulando parte do simbolismo da submiss�o constitucional das for�as militares ao comando civil democraticamente eleito.


Bolsonaro sempre colocou militares � frente da pasta -os generais Fernando Azevedo e Silva, Walter Braga Netto (que foi o vice em sua frustrada tentativa de reelei��o) e Paulo S�rgio Nogueira de Oliveira, que � �poca era o comandante do Ex�rcito.


Lula, que durante a campanha viu a desconfian�a contra ele aumentar na caserna, teve contra o in�cio de seu governo um ataque golpista de bolsonaristas que depredaram as sedes dos tr�s Poderes no dia 8 de janeiro.


Eles tiveram como ponto de partida a sede do Quartel-General do Ex�rcito, local de acampamento tratado com leni�ncia pelos militares durante a gest�o Bolsonaro e no in�cio da de Lula.

 

 


 

Demiss�o no Ex�rcito

 


Treze dias depois, Lula demitiu o comandante do Ex�rcito, general J�lio Cesar de Arruda, em meio � crise de confian�a aberta com os ataques.


A decis�o foi tomada porque Arruda n�o teria demonstrado disposi��o de tomar provid�ncias imediatas e contundentes para reduzir as desconfian�as de Lula em rela��o a militares do Ex�rcito ap�s os ataques bolsonaristas.


De acordo com relatos de aliados de Lula e generais ouvidos pela Folha, a gota d'�gua para a exonera��o foi Arruda ter resistido ao pedido para que o tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro, fosse retirado do comando de um batalh�o do Ex�rcito em Goi�nia.


Como a Folha mostrou em janeiro, ao menos oito militares da ativa lotados na Presid�ncia da Rep�blica durante o governo Bolsonaro compareceram em 2022 a atos no acampamento golpista em frente ao quartel-general.


Al�m disso, alguns deles participaram de grupo de WhatsApp em que foram trocadas e compartilhadas mensagens antidemocr�ticas e amea�as a Lula. Parte desses militares continuava, � �poca da reportagem, lotada na Presid�ncia.


Procurada, a Defesa n�o se manifestou sobre os dados quantitativos de militares da ativa no governo. A Secom (Secretaria de Comunica��o Social) da Presid�ncia afirmou apenas que as substitui��es ocorreram dentro do processo de troca e montagem do novo governo.

 

 

 

8 de janeiro


Em seus primeiros meses de gest�o, Lula prometeu punir militares que agiram com leni�ncia nos atos do dia 8, mas em algumas ocasi�es tamb�m promoveu nomea��es de outros fardados para o lugar dos que sa�am.

 


No final de janeiro, por exemplo, o governo nomeou 121 militares para o Gabinete de Seguran�a Institucional, revertendo parte da s�rie de dispensas no �rg�o que se seguiram aos atos golpistas.


Na pr�tica, isso mostra que o corte de fardados da gest�o Bolsonaro superou os 200 postos (ou cerca de 320, se considerado o m�s da elei��o) que s�o mostrados nos dados estat�sticos, j� que Lula fez nomea��es de outros militares para parte desses lugares.


Os dados do Painel Estat�stico de Pessoal do Minist�rio da Fazenda n�o tratam de militares da reserva, apenas os que est�o na ativa no Ex�rcito, Marinha, Aeron�utica e que foram requisitados para trabalhar no governo.


Bolsonaro tamb�m distribuiu cargos para v�rios militares da reserva, inclusive minist�rios, como foram os casos, entre outros, dos generais Augusto Heleno, Luiz Eduardo Ramos e Braga Netto


Um dos �rg�os federais loteados por militares da reserva foi a Funai (Funda��o Nacional dos Povos Ind�genas).


O �rg�o informou, por meio da Lei de Acesso � Informa��o, que havia no final do governo passado 24 militares do Ex�rcito, Marinha ou de pol�cias miliares, todos da reserva ou reformados, ocupando cargos de coordena��o e chefia no �rg�o, al�m de um delegado aposentado da Pol�cia Federal. Desses, 17 foram exonerados de uma �nica vez, em 18 de janeiro.


Os dados do painel estat�stico da Fazenda tamb�m n�o discriminam quem dos militares da ativa est� na Defesa e quem est� na Presid�ncia da Rep�blica (em especial no Gabinete de Seguran�a Institucional), os dois �rg�os do governo que re�nem agora praticamente todos os fardados requisitados. Pelos dados anteriores, essa divis�o ficava em torno de 60% na Presid�ncia e 40% na Defesa.


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