
"Me preocupa que venha um controle incisivo sobre a nossa liberdade de express�o (...) mas me preocupa ainda mais num governo que apoia ditaduras, que buscou implantar o Minist�rio da Verdade e um governo que em suas vers�es anteriores praticou os maiores esc�ndalos de corrup��o para manter o seu poder", comentou Dallagnol, seguindo trajet�ria argumentativa adotada por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Ao que Dino contesta que, apesar de estar seguro que o ex-promotor acredite no que diz, as acusa��es partem de "um sistema de cren�as muito pr�prias, muito singulares que n�o tem ader�ncia na realidade".
O Brasil mant�m rela��es diplom�ticas com todos os pa�ses, apontou o ministro do governo de Luiz In�cio Lula da Silva (PT), afirmando que n�o h� o alinhamento autom�tico com ditaduras ou outras formas de governo. A fala precedeu uma provoca��o do ex-juiz que refor�ou que o petista n�o recebeu "joias, coroas ou aneis" de presentes de ditaduras.
O coment�rio do maranhense sobre joias foi uma provoca��o aos diversos estojos com acess�rios, alguns avaliados em at� R$ 16,5 milh�es, que teriam Bolsonaro como destinat�rio e que teriam entrados no Brasil de forma ilegal. Dois dos pacotes, de cerca de R$ 500 mil, foram entregues ao ent�o presidente, ainda durante o seu mandato. Os bens foram cadastrados como "pessoais", o que permite que ele possa lev�-lo ao deixar o governo.
Valores acima de mil d�lares devem ser declarados � Receita Federal e tributados. Como os objetos n�o passaram pelos tr�mites corretos e n�o eram presentes de um governo estrangeiro ao Estado brasileiro, a alf�ndega apreendeu os bens. Bolsonaro tentou reiteradamente retirar os bens sem arcar com o custo e a multa estimada.
Os presentes foram dados pelo governo da Ar�bia Saudita. Desde 1932, o pa�s � uma monarquia iniciada por Ibn Saud. Os seis governantes seguintes, inclusive o atual Salman bin Abdulaziz Al Saud, s�o filhos do primeiro monarca com uma de suas 22 esposas.
CORRUP��O SANIT�RIA
"Antes eu via um Estado processando e investigando corrup��o de bilh�es de reais. E hoje vejo o Estado processando e investigando uma falsifica��o de uma carteira de vacina��o", comentou o deputado Deltan Dallagnol.
O ex-promotor e atual deputado deu a entender que as investiga��es anteriores t�m um peso maior que a apura��o sobre uma poss�vel falsifica��o de documentos realizados por um funcion�rio p�blico.
"Fico muito triste de ver o senhor afirmando que uma investiga��o s�ria sobre uma quest�o sanit�ria n�o � prioridade. (...) Pessoas que votaram no senhor perderam a vida ou familiares dessas pessoas. Conspirar contra a sa�de p�blica � uma corrup��o grav�ssima", respondeu o ministro Fl�vio Dino.