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Estado de Minas GOVERNO

Mesmo ap�s cr�ticas de l�deres vizinhos, Lula reafirma apoio a Maduro

Durante c�pula sul-americana em Bras�lia, presidente diz que Hugo Ch�vez tamb�rm foi chamado de dem�nio


31/05/2023 04:00 - atualizado 31/05/2023 07:36
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 Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil
(foto: EVARISTO S�/AFP)

 
Bras�lia – O presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) voltou a defender ontem o presidente da Venezuela, Nicol�s Maduro, durante a C�pula da Am�rica do Sul. Na segunda-feira, ao receber Maduro em Bras�lia, o petista disse que n�o passa de “narrativa” a afirmar que o pa�s vizinho est� sob uma ditadura. Suas declara��es geraram rea��es de outros l�deres sul-americanos, como Luis Lacalle Pou (Uruguai) e Gabriel Boric (Chile).
 
Ontem, entretanto,  Lula voltou � carga e tamb�m defendeu Hugo Ch�vez, antecessor de Nicol�s Maduro. “Desde que o Ch�vez assumiu, foi constru�da uma narrativa de que o cara � um dem�nio. Foi assim que aconteceu com o Ch�vez e foi assim que aconteceu comigo. Venderam uma mentira e depois ningu�m conseguiu provar. O que eu disse para o Maduro � que existe uma narrativa no mundo de que a Venezuela n�o tem democracia, que ele cometeu erros. � obriga��o dele construir uma narrativa com fatos verdadeiros”, declarou.
 

"Desde que o Ch�vez assumiu, foi constru�da narrativa de que o cara � um dem�nio. Foi assim que aconteceu com o Ch�vez e foi assim que aconteceu comigo. Venderam uma mentira e depois ningu�m conseguiu provar"

Luiz In�cio Lula da Silva, presidente do Brasil

 
 
Lula prosseguiu afirmando que disse a Maduro que ele deve preparar um documento com a assinatura de partidos de oposi��o, de lideran�as parlamentares e de governadores venezuelanos atestando a democracia no pa�s para apresentar ao mundo. “A mesma exig�ncia que o mundo faz para a Venezuela, n�o faz para a Ar�bia Saudita. � muito estranho. Eu quero que a Venezuela seja respeitada. Quero isso para o Brasil e o mundo inteiro”, disse tamb�m.
 
“Todo mundo sabe que eu falo o que eu penso. Em pol�tica, toda vez que voc� quer destruir um advers�rio, a primeira coisa que voc� faz � construir uma narrativa dele. Maduro � um presidente que faz parte do continente nosso, desse peda�o de continente americano. Ele foi convidado [para a c�pula] e houve muito respeito com a participa��o do Maduro, inclusive com os companheiros que fizeram as cr�ticas, que fizeram as cr�ticas no limite da democracia”, declarou o petista.
 
 

Rea��es

O presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, criticou as falas de Lula sobre Maduro, ontem, durante a c�pula. Sem citar o petista, ele afirmou que ficou surpreso ao ouvir que a “ditadura” na Venezuela � apenas narrativa.
 
“Todos j� sabem o que pensamos a respeito da Venezuela e do governo da Venezuela”, come�ou Lacalle. O l�der uruguaio ainda disse que chamar a quest�o de “narrativa” � “tapar o sol com o dedo”.
 
“Agora, se h� tantos grupos no mundo que est�o tratando de mediar para que a democracia seja plena na Venezuela, para que se respeitem os direitos humanos, para que n�o haja presos pol�ticos, o pior que se pode fazer � tapar o sol com um dedo”, continuou.
 
 

O presidente do Chile, o esquerdista Gabriel Boric, tamb�m criticou. “N�o � uma constru��o narrativa, � uma realidade”, disse ele a jornalistas, ap�s a primeira etapa da c�pula.
 
“� [uma realidade] s�ria. Tive a oportunidade de v�-la nos olhos e na dor de centenas de milhares de venezuelanos que v�m � nossa p�tria e que exigem, tamb�m, uma posi��o firme e clara para que os direitos humanos sejam respeitados sempre e em todos lugares, independentemente da cor pol�tica do governante de turno”.
 
Durante a entrevista coletiva, Lula citou a rea��o de Pou e Boric. “O fato de ter dois presidentes que n�o concordaram, n�o sei em que jornal eles leram. Eu disse que aqui n�o foi convocada reuni�o de amigos do Lula, foi convocada uma reuni�o de presidentes para construir um �rg�o dos pa�ses”, declarou.
 
 
 
Cúpula da América do Sul
A C�pula da Am�rica do Sul reuniu presidentes de dez pa�ses e ministro peruano no Pal�cio do Itamaraty (foto: EVARISTO S�/AFP)
 
 

Petista prop�e retomada da Unasul

 
Bras�lia – A cria��o de uma moeda unificada no Mercosul foi defendida ontem pelo presidente Luiz In�cio Lula da Silva durante a C�pula da Am�rica do Sul, em Bras�lia. O encontro reuniu 10 presidentes da Am�rica do Sul.
 
Apenas o Peru foi representado pelo chefe do Conselho de Ministros. No discurso de abertura do evento, Lula prop�s medidas econ�micas para o bloco, como estreitar a “identidade sul-americana tamb�m na �rea monet�ria, mediante mecanismo de compensa��o mais eficiente e a cria��o de uma unidade de refer�ncia comum para o com�rcio, reduzindo a depend�ncia de moedas extrarregionais.”
 
O petista prop�s tamb�m o uso dos bancos de desenvolvimento como a Corporaci�n Andina de Fomento (CAF), o Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata), o Banco do Sul e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES) para uma esp�cie de poupan�a regional pelo desenvolvimento econ�mico e social.
 
“A Am�rica do Sul tem diante de si, mais uma vez, a oportunidade de trilhar o caminho da uni�o. E n�o � preciso recome�ar do zero. A Unasul � um patrim�nio coletivo. Lembremos que ela est� em vigor. Sete pa�ses ainda s�o membros plenos. � importante retomar seu processo de constru��o”, declarou o brasileiro. 
 
 

Ele afirmou, por�m, que seria um erro restringir as atividades aos governos. “Envolver a sociedade civil, sindicatos, empres�rios, acad�micos e parlamentares dar� consist�ncia ao nosso esfor�o.” Segndo ele, “ou os processos s�o constru�dos de baixo para cima, ou n�o s�o vi�veis e estar�o fadados ao fracasso.”
 
Lula aproveitou o discurso para criticar o seu antecessor Jair Bolsonaro. “Nosso pa�s optou pelo isolamento do mundo e do seu entorno. Essa postura foi decisiva para o descolamento do pa�s dos grandes temas que marcaram o cotidiano dos nossos vizinhos. Na regi�o, deixamos que as ideologias nos dividissem, interrompesse os esfor�os de integra��o, abandonamos canais de di�logo e mecanismos de coopera��o, e com isso todos perdemos”, declarou.
 
“Infelizmente esses avan�os foram interrompidos nos �ltimos anos. No Brasil, um governo negacionista atentou contra os direitos da sua pr�pria popula��o, rompeu com os princ�pios que regem a nossa pol�tica externa e fechou nossas portas a parceiros hist�ricos”, disse ainda.
 
“A Am�rica do Sul tem diante de si, mais uma vez, a oportunidade de trilhar o caminho da uni�o. E n�o � preciso recome�ar do zero. A UNASUL � um patrim�nio coletivo”, enfatizou. O petista tamb�m voltou a ressaltar um dos seus principais compromissos de campanha eleitoral, de reaproximar o Brasil de outras na��es.
 
“Tenho firme convic��o de que precisamos reavivar o compromisso com a integra��o Sul-americana. Quando assumi a Presid�ncia, em 1° de janeiro, a Am�rica do Sul voltou ao centro da atua��o diplom�tica brasileira. Por essa raz�o convidei a todos para a reuni�o de hoje, que ser� seguida, em agosto, da C�pula dos Pa�ses Amaz�nicos. Os elementos que nos unem est�o acima de diverg�ncias de ordem ideol�gica. Da Patag�nia e do Atacama � Amaz�nia, do Cerrado e dos Andes ao Caribe, somos um vasto continente banhados por dois oceanos”, declarou.

Uruguai rejeita 

A inten��o do presidente Luiz In�cio Lula da Silva de priorizar retomar o bloco da Unasul no continente foi recha�ada pelo presidente do Uruguai, Lacalle Pou, que fez discurso contra a retomada do grupo, afirmando que � um “clube ideol�gico”. “Chega de institui��es, basta de institui��es. Vamos ao tema da Unasul, vamos colocar o nome das coisas. Quando assumimos o governo, nos retiramos da Unasul. Em seguida chegou o convite para ingressar no Prosul, dissemos n�o. Porque se n�o terminamos sendo clubes ideol�gicos”, afirmou.
 
Diverg�ncias � parte, os presidentes sul-americanos assinaram o Consenso de Bras�lia, documento que visa refor�ar a coopera��o entre os pa�ses vizinhos.
 
O texto foi assinado ao fim da reuni�o da C�pula da Am�rica do Sul, no Pal�cio do Itamaraty. Eles comprometeram-se com a defesa da democracia, dos direitos humanos, do desenvolvimento sustent�vel, da justi�a social, do Estado de direito, da estabilidade institucional, da soberania e da n�o interfer�ncia em assuntos internos. 
 
Participaram do encontro o presidente da Argentina, Alberto Fernand�z; da Bol�via, Lu�s Arce, da Bol�via; do Chile, Gabriel Boric; da Col�mbia, Gustavo Petro; do Equador, Guillermo Lasso; da Guiana, Irfaan Ali; do Paraguai, M�rio Abdo Ben�tez; do Suriname, Chan Santokhi; do Uruguai, Lu�s Lacalle Pou; e da Venezuela, Nicol�s Maduro. 


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