Bolsonaro sobre julgamento no TSE: 'Que democracia � essa?'

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a questionar a lisura do processo eleitoral brasileiro um dia ap�s o in�cio do seu julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nessa quinta-feira (22/6). O l�der da direita � processado em uma a��o movida pelo PDT por uma reuni�o feita com embaixadores em julho de 2022, quando fez uma s�rie de ataques �s urnas eletr�nicas.

Caso seja condenado, o ex-presidente ficar� ineleg�vel por oito anos, mas ele acredita que ser� inocentado e chama a a��o de censura. “Por que voc� n�o pode criticar o sistema de vota��o, meu Deus do c�u? Que democracia � essa? Que se voc� falar em vota��o, falar em vacina, ou em falar naquele projeto da censura agora, que t� em discuss�o no Congresso, voc� pode ser preso”, disse em entrevista concedida � R�dio Ga�cha nesta sexta (23/6).

A primeira sess�o do julgamento durou pouco mais de quatro horas, onde o relator do caso, ministro Benedito Gon�alves, apresentou e leu seu relat�rio. Na a��o tamb�m foi anexado a “minuta-golpista” encontrada na casa do ex-ministro da Justi�a Anderson Torres, motivo de protesto de Bolsonaro e sua defesa.

"Estavam me colocando como golpista por conta de um decreto de Estado de Defesa, sobre um papel que n�o tem nenhuma digital minha. Nosso advogado transformou em poeira essa acusa��o. Al�m do mais, documento s� � documento quando � assinado”, disse Bolsonaro � r�dio.

O documento, encontrado j� em janeiro de 2023, se trata de um decreto de Estado de Defesa na Justi�a Eleitoral, o que impediria a posse do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT). O advogado que faz a defesa de Bolsonaro, Tarc�sio Vieira, ex-ministro do TSE, chamou o documento de “corpo estranho” e defendeu sua invalidade como prova. 

“� um fato novo de 13 de janeiro do ano seguinte. Introjetou-se a f�rceps nas v�sceras desse processo original, que cuidava de assunto diverso, um corpo estranho", disse o advogado Tarc�sio.

Bolsonaro afirma que � preciso desconsiderar o documento devido � jurisprud�ncia criada no julgamento da chapa Dilma-Temer, em 2017, quando os ex-presidentes foram acusados de abuso de poder pol�tico e econ�mico ao usar recursos il�citos para financiar a campanha de 2014. Na �poca, os ministros tamb�m desconsideraram provas apresentadas ap�s o protocolo da a��o.

“Em um julgamento justo, ser�o mantidos meus direitos pol�ticos, este � o meu pensamento. Em 2017, quando julgaram a chapa Dilma-Temer, houve uma jurisprud�ncia do TSE, que n�o aceitou novas provas anexadas ao processo. (...) E a mesma coisa dever� ser feita por parte do TSE, n�o aceitando outras poss�veis provas inseridas”, ressaltou Bolsonaro nesta sexta.