
Faltando menos de dois meses para encerrar o segundo mandato, o procurador-geral da Rep�blica, Augusto Aras, iniciou uma esp�cie de campanha nas redes sociais e nos bastidores do Minist�rio P�blico Federal (MPF). Nos �ltimos dias, o chefe do Minist�rio P�blico Federal (MPF) enalteceu sua pr�pria gest�o, usando, como trunfo, seu posicionamento contr�rio a respeito da Opera��o Lava-Jato.
A recondu��o de Augusto Aras, que antes parecia improv�vel, vem sendo defendida por alas influentes do PT, principalmente da Bahia. Nos bastidores, aliados do presidente acreditam que o atual PGR � um moderador e seria um perfil garantista para o governo. Eles tamb�m apontam as cr�ticas do chefe do MPF � Lava-Jato.
O presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) j� avisou que n�o seguir� a lista tr�plice elaborada pelas entidades de classe, mas ainda n�o divulgou quem ser� o escolhido. Aras foi nomeado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em 2019, e reconduzido ao posto em 2021. A gest�o na PGR foi marcada por duras cr�ticas.
"Desestruturar as bases"
Discreto e avesso a manifesta��es na m�dia tradicional, nas �ltimas semanas Augusto Aras declarou nas redes sociais ter demonstrado nos �ltimos quatro anos disposi��o para “desestruturar as bases do lavajatismo”.
“Resta saber se todos eles ter�o a disposi��o que o procurador-geral demonstrou nesses quatro anos, para enfrentar e desestruturar as bases do lavajatismo enquanto recebia ao rev�s uma chuva de proj�teis tra�antes iluminados por um jornalismo alimentado pelo denuncismo atroz e acr�tico”, escreveu.
Fim do mandato de Aras
O mandato do PGR termina em setembro deste ano. Lula afirmou que vai abandonar a tradi��o de seguir a lista elaborada pelas entidades de classe. O governo n�o chegou a consenso sobre outros poss�veis postulantes ao cargo e tem imensa preocupa��o com o Minist�rio P�blico. A busca � por um PGR garantista, moderado e pouco midi�tico.
O receio de Lula � que a imagem de Aras seja extremamente associada � gest�o de Jair Bolsonaro. Outro nome que chegou �s m�os do presidente � o do subprocurador Paulo Gonet, que conta com o apoio de Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, dois dos mais influentes ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Por�m, para uma parte dos aliados de Lula, este tamb�m � o ponto mais fraco da candidatura de Gonet, pois a eventual indica��o resultaria numa hipertrofia dos poderes de Gilmar e Moraes. Interlocutores do presidente entendem que, em momentos de crise, a proximidade entre os dois integrantes da Suprema Corte e o procurador-geral poderia desequilibrar o jogo.
Entidades de classe defendem lista
Mesmo com o an�ncio de Lula que n�o seguir� a lista tr�plice, a Associa��o Nacional dos Procuradores da Rep�blica (ANPR) realizou, em 21 de junho, um pleito com os indicados para a PGR. Foram eleitos: Luiza Frischeisen, Mario Bonsaglia e Jos� Adonis Callou. O chefe do Planalto tamb�m deve receber o presidente da entidade, Ubiratan Cazetta, nos pr�ximos dias para discutir o assunto.
Frischeisen, a mais votada, com 526 votos, destaca a prerrogativa do petista para escolher um nome para substituir Aras, mas pede di�logo com as entidades. “Por meio da lista, o presidente Lula pode conhecer membros do MPF, que dialogam com colegas de todo o Brasil, apresentaram suas ideias, interna e externamente, a lista significa di�logo leal e franco com todos que acompanham o processo”, defende.
O subprocurador da Rep�blica Jos� Adonis, terceiro colocado, com 407 votos, defende que o presidente siga a lista em raz�o dos debates que foram realizados dentro do �rg�o. “A lista tr�plice � um mecanismo democr�tico e republicano. Permite que os candidatos apresentem seus nomes � pr�pria carreira e � sociedade, submetendo-se ao debate p�blico, dizendo o que pensa, as raz�es da candidatura e os projetos para exerc�cio do cargo”, ressalta.