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Estado de Minas 8 DE JANEIRO

Abin v� conex�o de atos antidemocr�ticos com garimpo e transportadoras

Documentos foram entregues � CPMI do 8 de janeiro, com dados que partem desde novembro quando manifestantes se concentravam na frende do Ex�rcito


17/07/2023 16:54 - atualizado 17/07/2023 17:01
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Pessoas de verde e amarelo jogando pedras em policiais
Maioria dos ve�culos que foram para Bras�lia tem registro no Mato Grosso (foto: Marcelo Camargo/Ag�ncia Brasil)
Relat�rios de intelig�ncia produzidos pela Abin (Ag�ncia Brasileira de Intelig�ncia) indicam a participa��o de transportadoras, donas de caminh�es e de empresas suspeitas de envolvimento com garimpo ilegal nos atos de bolsonaristas contr�rios � elei��o de Lula (PT).

 

Em documentos entregues � CPI do 8 de janeiro, os agentes afirmam que 272 caminh�es entraram em Bras�lia a partir de novembro para participar das manifesta��es concentradas em frente ao quartel-general do Ex�rcito, al�m da destrui��o das sedes dos tr�s Poderes.

 

Cerca de metade dos ve�culos pertencia a empresas, segundo o relat�rio. A maior parte da frota restante era nova ou seminova e registrada no nome de pessoas f�sicas com participa��o societ�ria em empresas de m�dio porte do setor agropecu�rio. Na leitura da Abin, essas caracter�sticas sinalizam baixa participa��o de caminhoneiros aut�nomos.

 

A Folha de S.Paulo mostrou, em novembro do ano passado, que empres�rios de diferentes estados bancaram o envio de caminh�es para engrossar o protesto antidemocr�tico em frente ao QG do Ex�rcito.

 

A ag�ncia tamb�m cruzou dados de maquin�rio encontrado em opera��es contra crimes ambientais no Par�. Os agentes afirmam que Enric Juvenal da Costa Lauriano, empres�rio que participava do lobby pr�-garimpo, teria ajudado a divulgar canais de arrecada��o de dinheiro para o movimento golpista.

 

Lauriano teria participado do acampamento em Bras�lia e das invas�es registradas em 8 de janeiro, ainda segundo relat�rio da Abin. O documento cita como conex�o dele com o garimpo ilegal a apreens�o de uma escavadeira em 2022, dentro da Terra Ind�gena Kayap�, no Par�, que pertenceria ao empres�rio.

 

Os documentos entregues ao Congresso tamb�m apontam que Lauriano teria divulgado a "rede de financiamento" dos golpistas a partir de Marab� (PA), por meio do Pix de uma empresa de inform�tica.

 

O dono da empresa que teria recebido os pagamentos � Ricardo Pereira Cunha, que tamb�m � propriet�rio da Minera��o Caraj�s Limitada, segundo o mesmo relat�rio. Procurado, Pereira Cunha n�o se manifestou. A reportagem n�o localizou Lauriano.

 

O documento ainda afirma que Cunha foi citado por George Washington de Oliveira Souza, um dos envolvidos na tentativa de explodir uma bomba nas imedia��es do aeroporto de Bras�lia dias antes da posse de Lula. O relat�rio n�o afirma em qual contexto o empres�rio foi citado por Souza.

 

"Essas conex�es evidenciam o v�nculo entre a pr�tica de il�citos ambientais e a atua��o de grupos extremistas contr�rios � elei��o para a Presid�ncia da Rep�blica em 2022, al�m de permitirem identificar redes de pr�ticas delituosas abrangendo diversas atividades, atores e verbas oriundas da explora��o ilegal de recursos naturais", afirma a Abin no relat�rio.

 

O relat�rio sobre poss�veis conex�es do garimpo ilegal com os atos golpistas foi elaborado em mar�o pela Abin e distribu�do para diversos �rg�os do governo federal.

J� o documento intitulado "participa��o de grupos econ�micos em comboios de caminh�es com destino a Bras�lia" foi elaborado em fevereiro pela ag�ncia. Nesse relat�rio, os agentes de intelig�ncia afirmam que a ida de caminh�es para Bras�lia ganhou corpo no come�o de novembro.

 

Dos 272 ve�culos identificados, metade (136) tem registro de Mato Grosso. O resto tem placas da Bahia (46), de Goi�s (46) e do Paran� (26), dentre outros estados.

Atos antidemocr�ticos e garimpo

Segundo a Abin, o perfil dos caminh�es � similar ao das manifesta��es de 7 de setembro de 2021, pois, nos dois casos, os ve�culos eram ligados a empresas ou empres�rios.

Naquele momento, Bolsonaro atacou o STF (Supremo Tribunal Federal) e, dois dias depois, assinou uma carta de recuo para desmobilizar seus apoiadores que cobravam um golpe. "O mesmo repert�rio de protestos, empregado de maneira combinada, foi utilizado nas duas ocasi�es. Al�m disso, a base social mobilizada tamb�m apresentava aspectos comuns", afirma a ag�ncia.

 

"Em 6 e 7 de setembro de 2021, a maioria dos caminh�es utilizados na invas�o da Esplanada pertenciam a empresas agr�colas do ramo de transportes, sendo reduzida a participa��o de caminhoneiros aut�nomos. O mesmo pode ser dito dos caminh�es enviados em comboio � Bras�lia a partir de 4 de novembro de 2022", aponta ainda o relat�rio.

 

A ag�ncia identificou que ao menos 12 empresas eram donas de mais de um caminh�o usado na tentativa de golpe.

 

A Sipal Ind�stria e Com�rcio, de Paranagu� (PR), tinha dez ve�culos, maior n�mero identificado pela Abin como de uma mesma empresa. O grupo havia tido contas bloqueadas pelo STF ainda em novembro de 2022, por causa de paralisa��es nas estradas.

 

O relat�rio tamb�m identificou que um empres�rio, Alexandro Lermen, era dono de sete caminh�es que participaram dos atos golpistas. Ele tamb�m teve contas bloqueadas pelo Supremo. Procurados, a Sipal e Alexandro Lermen n�o se manifestaram.

 

Empres�rios de diferentes estados bancaram o envio de caminh�es para engrossar o protesto antidemocr�tico em Bras�lia a partir de novembro.

 

Antes das manifesta��es na capital federal, caminh�es bloquearam rodovias em mais de cem pontos pelo pa�s. Em novembro, Bolsonaro chegou a pedir que os bloqueios fossem desfeitos, mas n�o pediu o fim dos atos golpistas e o reconhecimento da vit�ria do petista.


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