A fala ocorreu durante declara��o conjunta com o premi� de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, enquanto o petista esteve no arquip�lago africano, em sua primeira viagem � �frica neste terceiro mandato.
Lula fez uma parada no pa�s para abastecer aeronave no retorno da c�pula UE-Celac em Bruxelas -- portanto, a ida n�o foi considerada uma visita de Estado. Lula disse ainda que vai recuperar boa rela��o com os pa�ses do continente, abrir novas embaixadas e ajud�-los.
"N�s, brasileiros, somos formados pelo povo africano. A nossa cultura, a nossa cor, o nosso tamanho � resultado da miscigena��o de �ndios, negros e europeus", disse Lula. "Temos profunda gratid�o ao continente africano por tudo que foi produzido durante 350 anos de escravid�o no nosso pa�s."
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"Achamos que a forma de pagamento que um pa�s como o Brasil pode fazer [est� em] tecnologia, a possibilidade de forma��o de gente para que tenha especializa��o para as v�rias �reas que o continente africano precisa, industrializa��o e agricultura", seguiu Lula.
"Queremos agora, com minha volta � Presid�ncia, recuperar a boa e produtiva rela��o que o Brasil tinha com o continente africano", completou.
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Lula disse ainda que pretende visitar muitos pa�ses africanos neste ano e nos pr�ximos, al�m de abrir embaixadas em pa�ses onde ainda n�o h� no continente. "No pr�ximo ano, quero visitar muito mais [pa�ses africanos], abrir embaixadas onde o Brasil ainda n�o tem, quero fazer muito mais reuni�es para fazer [com] que a gente defina no que que o Brasil pode ajudar mais no continente africano", disse.
Sem mencionar diretamente o antecessor Jair Bolsonaro (PL), Lula disse ainda que o pa�s poderia ter ajudado africanos com produ��o de vacina contra a Covid, se n�o tivesse um governo negacionista � �poca. "Lamentavelmente, tivemos um desgoverno que n�o cumpriu com aquilo que � essencial que � cuidar do ser humano."
Esta n�o � a primeira declara��o pol�mica de Lula sobre a escravid�o. Em mar�o, ele citou a miscigena��o como um lado positivo do per�odo, numa fala que gerou cr�ticas do movimento negro.
"Toda a desgra�a que isso causou ao pa�s, causou uma coisa boa, que foi a mistura, a miscigena��o, da mistura entre ind�genas, negros e europeus, que permitiu que nascesse essa gente bonita aqui", afirmou ele durante Assembleia-Geral dos Povos Ind�genas.
� �poca, a declara��o ocorreu durante discurso em que tentou exaltar os povos ind�genas e negros e criticou os colonizadores que, "h� 500 anos, resolveram vender a ideia de que era preciso fazer a escravid�o vir para o Brasil porque os ind�genas eram pregui�osos, n�o gostavam de trabalhar".
O epis�dio despertou cr�ticas de ativistas, que argumentaram que n�o h� saldo positivo da escravid�o. Citaram ainda que a mesti�agem muitas vezes foi fruto de viol�ncia contra mulheres negras e que a ideia de elogiar a mistura de ra�as est� ligada ao mito da democracia racial que foi usado na hist�ria brasileira para negar a exist�ncia do racismo.