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Estado de Minas MERCOSUL E UNI�O EUROPEIA

Lula est� otimista com acordo entre Mercosul e UE: 'Deve sair neste ano'

Lula afirmou que o documento adicional que a Uni�o Europeia entregou em mar�o sobre o acordo do Mercosul era agressivo e que "n�o vai ceder"


19/07/2023 09:30 - atualizado 19/07/2023 10:35
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Em entrevista coletiva na manh� desta quarta (19/7), em Bruxelas, o presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) afirmou que o documento adicional que a Uni�o Europeia entregou em mar�o sobre o acordo do Mercosul era agressivo e que "n�o vai ceder".

 

Lula disse que enviar� uma nova carta � UE em duas semanas e que est� otimista com a resposta. O documento europeu previa san��es econ�micas ao Brasil caso o pa�s n�o cumprisse metas ambientais.

 

Falou tamb�m sobre as compras governamentais, outro motivo de imbr�glio para o acordo. A Europa queria incluir no acordo que as empresas estrangeiras pudessem entrar em p� de igualdade com as nacionais nas licita��es do governo brasileiro.

 

Lula descartou a ideia e disse que compras governamentais s�o "um instrumento de desenvolvimento interno" para pequenas e m�dias empresas e que, portanto, n�o pode abrir m�o desse potencial.

 

A entrevista ocorreu ap�s o fim da c�pula Celac-UE, evento que re�ne chefes dos 33 pa�ses da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e 25 da Uni�o Europeia (UE) na capital da B�lgica.

 

Sobre a Venezuela, disse que as san��es impostas pelos EUA devem come�ar a cair ap�s o governo e a oposi��o venezuelanos chegarem a acordo sobre as regras e datas para elei��o presidencial em 2024. Confira abaixo os principais t�picos da entrevista de Lula.

 

ACORDO MERCOSUL

Lula em Bruxelas
Lula em coletiva de imprensa, em Bruxelas, nesta quarta-feira (19/7) (foto: FRANCOIS WALSCHAERTS/AFP)
"A Europa tinha feito uma carta agressiva. Era uma carta que amea�ava com puni��o se a gente n�o cumprisse determinados requisitos ambientais. Tem que haver dois parceiros estrat�gicos, n�o discutir amea�as. A gente discute com propostas. N�s fizemos a resposta brasileira, que est� sendo discutida com os quatro pa�ses do Mercosul, e depois, daqui a duas semanas, vamos entregar definitivamente a proposta para a Uni�o Europeia."

 

"N�s n�o aceitamos a carta adicional da Uni�o Europeia. � imposs�vel imaginar que, entre parceiros hist�ricos como n�s, algu�m fa�a uma carta com amea�a. Achamos que a Uni�o Europeia vai concordar tranquilamente com a nossa resposta. Eu acho que a carta adicional da Uni�o Europeia foi possivelmente algu�m achando que, fazendo press�o, a gente iria ceder. N�o, a gente n�o vai ceder."

 

"Pela primeira vez eu senti definitivamente a Uni�o Europeia interessada em voltar de verdade para a Am�rica Latina. Primeiro para a quest�o do clima. Segundo, para a quest�o energ�tica. Ou seja, a parte do mundo que pode produzir o hidrog�nio verde que a Europa precisa � exatamente a nossa querida Am�rica do Sul."

 

 

COMPRAS GOVERNAMENTAIS

"� importante que as pessoas saibam a import�ncia das compras governamentais. No caso do Mercosul, n�o temos interesse na possibilidade de n�o nos industrializar. Fazemos a exig�ncia de reindustrializa��o para que a gente possa ser exportador de manufaturados, coisas com mais valor agregado, gerar empregos mais qualificados. � por isso que n�o abrimos m�o das compras governamentais. As compras governamentais s�o um instrumento de desenvolvimento interno. Os Estados Unidos fazem isso, a Europa faz isso, a Alemanha faz isso e o Brasil tem o direito de fazer isso. � assim que a gente consegue incentivar o pequeno e m�dio empres�rio a sobreviver e a crescer."

 

"� assim que a gente consegue incentivar o pequeno e m�dio empres�rio a sobreviver e a crescer. Vamos pegar a �rea da sa�de. Tenham em conta que n�o tem nenhum pa�s no planeta Terra com mais de 100 milh�es de habitantes que tenha um programa de sa�de universal como o SUS. A gente tem que aproveitar o potencial de compra que tem o SUS para que a gente possa desenvolver internamente no Brasil uma ind�stria da sa�de. A gente pode produzir tudo o que a gente precisa, inclusive rem�dios."

 

"A gente vai ter que aprender que, em negocia��o, a gente n�o ganha tudo o que quer. E � isso que eu estou disposto e que o Mercosul est� disposto. E � isso que vai acontecer. � importante lembrar que, no caso do Brasil, a gente j� teve a ind�stria significando 30% do nosso PIB. Hoje a gente est� por volta de 11%. Na Argentina tamb�m desapareceu a ind�stria. Eu estou otimista, estou muito otimista. Pela primeira vez, eu estou otimista de que a gente vai concluir esse acordo ainda este ano."

 

AMBIENTE

"Temos um compromisso hist�rico de campanha assumido por mim na COP 25, de que n�s vamos, at� 2030, acabar com o desmatamento na Amaz�nia. N�s n�o precisamos da Uni�o Europeia, da China, dos Estados Unidos. � um compromisso nosso. Agora, eles t�m a obriga��o de cumprir com o compromisso de fazer a doa��o de US$ 100 bilh�es (R$ 480 bilh�es) para que os pa�ses possam, no mundo inteiro, preservar. N�s gostamos do nosso povo que mora na Amaz�nia. N�s queremos que seja bem tratado. N�s queremos que o ribeirinho seja bem tratado. N�s queremos que as pessoas que vivem de trabalho na Amaz�nia e na floresta sejam bem tratados. Por isso � que assumimos esse compromisso. E quem quiser contribuir com o Fundo Amaz�nico ser� bem-vindo."

 

"O Brasil � um pa�s que tem um potencial excepcional. Temos 87% da nossa energia el�trica renov�vel. O mundo s� tem 28. N�s temos de toda a matriz energ�tica, envolvendo combust�vel, 50% totalmente renov�vel, contra 15% do resto do mundo. Dou esse n�mero para dizer que pouca gente tem autoridade moral para falar em transi��o ecol�gica com o Brasil sem levar em conta a realidade brasileira."

 

"N�s temos um compromisso soberano de acabar com o desmatamento na Amaz�nia. N�s queremos transformar a zona num centro de desenvolvimento verde. Queremos compartilhar a explora��o cient�fica com quem queira participar, porque achamos que � poss�vel extrair da grandeza e da grandiosidade do ecossistema da Amaz�nia e da riqueza da biodiversidade coisas importantes para desenvolvimento de novas ind�strias. Ou seja, o Brasil vai mostrar ao mundo que n�s vamos definitivamente entrar na chamada bioeconomia, na economia verde."

 

VENEZUELA

"Fizemos uma reuni�o sobre a quest�o da Venezuela. A situa��o da Venezuela vai ser resolvida quando os partidos, junto com o governo, chegarem � conclus�o da data da elei��o e das regras que v�o estabelecer as elei��es. Com base nisso,h� um compromisso de que as puni��es impostas pelos Estados Unidos comecem a cair. San��es absurdas, como a Venezuela n�o poder usar seu dinheiro que est� nos bancos de outros pa�ses."

"Ent�o, o que eu sinto? Eu sinto que depois de tanto tempo de briga, todo mundo est� cansado de todo mundo. Eu sinto que a Venezuela est� cansada tamb�m. Eu gostei da reuni�o, eu n�o esperava resultado da reuni�o. Se ele se entenderem, com rela��o �s regras e � data das elei��es, eu acho que n�s temos autoridade moral de pedir o fim das san��es."

 

C�PULA CELAC-UE

"Acho que de todas n�s que eu participei com a Uni�o Europeia, essa foi a reuni�o mais exitosa de todas elas. Eu poucas vezes vi tanto interesse pol�tico e econ�mico dos pa�ses da Uni�o Europeia com os seus interesses para a Am�rica Latina. Possivelmente pela disputa entre Estados Unidos e China, possivelmente pelos investimentos da China na �frica e na Am�rica Latina, possivelmente pela Nova Rota da Seda, possivelmente pela guerra."

 

"O dado concreto � que a Uni�o Europeia demonstrou muito interesse em voltar a fazer investimentos, anunciando um investimento de € 45 bilh�es (R$ 243 bilh�es). Certamente, esses € 45 bilh�es j� fazem parte de muitos projetos que j� est�o em andamento. Mas n�o deixa de ser extremamente importante voltar a reafirmar os investimentos na Am�rica Latina"

 


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