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Estado de Minas ENTREVISTA

TSE persegue Bolsonaro e Moraes provoca direita, diz Valdemar Costa Neto

Presidente nacional do PL, Valdemar reclama de ironias em decis�es do ministro do STF e disse caber ao Bolsonaro escolher quem disputa a Presid�ncia em 2026


24/07/2023 13:30 - atualizado 24/07/2023 13:59
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Valdemar sorri
Valdemar tamb�m disse n�o haver candidato ideal na direita sem Bolsonaro (foto: Evaristo S�/AFP)
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, disse em entrevista � Folha de S.Paulo que Jair Bolsonaro � perseguido pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e insinua que Alexandre de Moraes, presidente da corte, provoca os apoiadores do ex-presidente com suas decis�es.


"A� v�o julgar o Bolsonaro, tem tantos dias para escolher do m�s, ele escolhe o dia 22 [n�mero do PL]. Isso, o cara do PL, da direita, que fez isso com ele [agrediu Moraes] l� na It�lia, acompanha. Esse � o problema. N�o somos n�s que fazemos campanha contra ele. Ele [o apoiador de Bolsonaro] v� um neg�cio desse e n�o se conforma."

Valdemar ainda afirma que Bolsonaro n�o tem esperan�as de conseguir ser candidato at� 2030, mas que o PL estuda recorrer a tribunais internacionais para reaver esse direito. Avalia tamb�m que caber� a Bolsonaro escolher quem disputar� a Presid�ncia pela direita em 2026 e que ele mant�m boa rela��o com o governador de S�o Paulo, Tarc�sio de Freitas (Republicanos).

 

PERGUNTA - Alguns aliados dizem que o Bolsonaro � o maior cabo eleitoral do pa�s. O sr. prefere ele ineleg�vel, como cabo eleitoral?

VALDEMAR COSTA NETO - Queria que fosse candidato de novo. A presidente. Fiquei triste com essa decis�o do TSE. Nunca aconteceu isso no planeta de deixar um cidad�o ineleg�vel, que n�o tinha nem mandato. Nunca.

 

P - Mas ele tem rejei��o.

VCN - �… Ele teve um comportamento, na minha opini�o, dif�cil com o Supremo, mas nunca fez nada errado.

 

P - Comportamento dif�cil ou golpista?

VCN - N�o, n�o golpista. Pelo contr�rio, ele nunca fez nada fora da lei.

 

P - Ele exortou a n�o obedi�ncia de decis�es judiciais.

VCN - E o pessoal ficou um tempo assustado. Ele estava muito agitado antes e todo mundo achava que iria fazer alguma coisa no 7 de setembro retrasado. Eu, inclusive, achava que ele ia fazer.

 

P - E mesmo assim o sr. continuou a apoi�-lo.

VCN - Sim, mas ele n�o fez nada. Ele n�o falou que ia fazer alguma coisa, a gente entendia que ia fazer. E o Supremo deve ter ficado numa situa��o dif�cil, [com medo] do que ele iria fazer. Mas [ele] n�o fez nada errado.

 

P - No ano passado, o sr. defendeu o ex-ministro da Justi�a Anderson Torres e falou que todo mundo tinha minuta de golpe.

VCN - Todo mundo me parava no aeroporto e falava: v�o deixar esse presidente assumir? Cada voo, umas oito pessoas, dez pessoas. E eu dizia: acabou a elei��o, n�o temos mais o que discutir.

 

P - At� chegar a 8 de janeiro, Bolsonaro colocou em xeque a lisura das urnas eletr�nicas e o PL n�o s� endossou, como refor�ou esse discurso. Voc�s fizeram uma auditoria questionando as urnas. O sr. se arrepende?

VCN - N�o. Contratei [a auditoria] porque o pr�prio tribunal incentivava a gente a fiscalizar. Consegui encontrar aquele pessoal do ITA [Instituto Tecnol�gico da Aeron�utica], que tinha uma funda��o. E eles chegaram com essa novidade para mim, do primeiro para o segundo turno. A� eu questionei o TSE.

Alexandre de Moraes n�o me respondeu nada e me deu uma multa de R$ 22,9 milh�es. � isso que o pessoal da direita n�o se conforma. Por isso que atacam ele [Alexandre]. Um partido levar uma multa dessa? E R$ 22,9 milh�es, que s�o dois mais dois, mais nove, que � o n�mero 13, do PT. Que engra�adinho. Eles devem achar muito gozado isso aqui.

A� v�o julgar o Bolsonaro, tem tantos dias para escolher do m�s, ele escolhe o dia 22 [n�mero do PL]. Isso, o cara do PL, da direita, que fez isso com ele [agrediu Moraes] l� na It�lia, acompanha. Esse � o problema. N�o somos n�s que fazemos campanha contra ele. Ele [o apoiador de Bolsonaro] v� um neg�cio desse e n�o se conforma.

 

P - O sr. quer dizer que Moraes toma medidas autorit�rias?

VCN - Isso n�o � [medida] autorit�ria, � uma brincadeira. Dois mais dois, mais nove � igual a 13. N�mero do PT.

 

P - Acha que ele pensou nisso?

VCN - E o 22, voc� acha o qu�? Voc� n�o acha que ele pensou nisso? Julgou Bolsonaro dia 22 no TSE. Voc� acha que foi ao acaso?

 

P - O sr. v� Bolsonaro perseguido pelo Moraes?

VCN - Bolsonaro � perseguido, l�gico. Foi perseguido pelo TSE, foi injusti�ado. Ele jamais podia ficar ineleg�vel. Isso o camarada da direita v�. Eles s�o esclarecidos, gente de opini�o.

 

P - O sr. chama de gente de opini�o, mas o ministro Alexandre Moraes foi agredido e hostilizado, na It�lia.

VCN - Acho errado isso. Tem que ter educa��o e respeito pelos outros, ainda mais por autoridade. Porque, se voc� n�o tiver respeito pela autoridade, acaba o pa�s.

 

P - Quem est� errado ent�o?

VCN - Eu acho que o TSE est� agindo mal com o Bolsonaro por ter deixado ele ineleg�vel. O pessoal da direita acompanha isso. E da� reage.

 

P - O 8 de janeiro foi uma tentativa de golpe?

VCN - Ali n�o, porque ningu�m d� golpe com um peda�o de pau na m�o. Golpe � com metralhadora, com tanque de guerra. Chamam de golpista o pessoal do 8 de janeiro e a maioria ficou gritando ‘n�o quebra’. O PT que tinha que ter posto policiamento l�. Gente ruim tem em todo lugar e essa gente tem que pagar.

 

P - Mas o comportamento do Bolsonaro n�o influenciou?

VCN - N�o.

 

P - Vai ser poss�vel retomar o direito de Bolsonaro se candidatar a presidente?

VCN - N�o sei. Estamos estudando agora outra forma para ver se tem algum �rg�o internacional. Para o Bolsonaro, est� liquidado o assunto. Ele falou ‘N�o adianta, do jeito que est�o as coisas, esse pessoal vai me deixar impedido de ser candidato’.

Eu pedi para uma pessoa amiga fazer um estudo na �rea internacional, sem consultar o Bolsonaro e sem gastar dinheiro tamb�m. Eu acho que se a gente tivesse um lugar [fora] para recorrer, conseguiria reverter.

 

P - Sem Bolsonaro, qual � a chapa ideal?

VCN - N�o tem hoje. � muito longe. O Tarc�sio � um cara bom, l�gico. Voc� tem tamb�m o [Romeu] Zema [governador de Minas Gerais, do Novo]. � muito bom. Agora precisa ver o que o Bolsonaro vai decidir.

 

P - E a Michelle?

VCN - Na minha opini�o, sai de senadora, iria bem em Bras�lia. A Michelle � uma surpresa. Ela est� indo muito bem. Onde ela vai, bomba. Eu brinco com o Bolsonaro, ‘essa acertou sem querer. N�o foi escolha tua’. Porque ela � completamente diferente dele. Bolsonaro n�o liga para roupa, para nada. Se deixar, ele come Miojo todo dia.

 

P - O presidente vai operar [o intestino]?

VCN - Acho que n�o. Ele precisa se alimentar direito. N�s temos que preservar o Bolsonaro, porque ele � uma m�quina de votos e o partido vive disso.

 

P - O sr. apontou perspectivas positivas para o governo Lula. Nesse cen�rio, qual � a chance de uma outra candidatura ser competitiva?

VCN - Bolsonaro teve metade dos votos. Com o que est�o [Judici�rio] fazendo com ele, pode crescer. Por exemplo, vamos dizer que ele vai apoiar o Tarc�sio. Eu te garanto que muita mulher que n�o votou no Bolsonaro em S�o Paulo votar� no Tarc�sio para presidente, porque ele n�o carrega a rejei��o.

 

P - Como est� a rela��o entre Tarc�sio e Bolsonaro hoje?

VCN - Est� boa. Bolsonaro vai dormir na semana que vem no Pal�cio dos Bandeirantes. Ele adora o Tarc�sio, descobriu no pr�prio governo.

 

P - Ele pode ir para o PL?

VCN - Nunca conversamos sobre isso, e nem � o momento.

 

P - Tem o desejo de fili�-lo?

VCN - Quem que n�o queria ter o Tarc�sio? Eu s� n�o tive o Tarc�sio antes porque eu n�o tive condi��es de assumir a campanha dele [em 2022], n�o t�nhamos dinheiro.

 

RAIO-X | VALDEMAR COSTA NETO, 73 

 

� presidente do PL h� 23 anos. Natural de Mogi das Cruzes (SP), � formado em administra��o pela Universidade Braz Cubas (UBC). Filho de Waldemar Costa Filho, ex-prefeito de Mogi das Cruzes, ocupou cargos p�blicos no munic�pio. Posteriormente, foi eleito seis vezes para uma vaga na C�mara dos Deputados. Em 2013, renunciou ao mandato de deputado ap�s a Justi�a determinar sua pris�o, depois de ele ter sido condenado por corrup��o passiva e lavagem de dinheiro no caso do mensal�o. Recebeu o perd�o da pena em 2016.


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