
O Conselho de �tica da C�mara far� a leitura do relat�rio preliminar dos pedidos de cassa��o de seis deputadas de esquerda: Tal�ria Petrone (PSOL-RJ), Erika Kokay (PT-DF), C�lia Xakriab� (PSol-MG), Samia Bomfim (PSOL-SP), Fernanda Melchionna (PSOL-RS) e Juliana Cardoso (PT-SP). A leitura ocorrer� nesta quarta-feira (2/8). Segundo a den�ncia, as acusadas quebraram o decoro parlamentar ao protestar contra a aprova��o do marco temporal para a demarca��o de terras ind�genas em 30 de maio.
Inicialmente, o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, havia pedido abertura de processo contra C�lia Xakriab�, S�mia Bomfim, Tal�ria Petrone e Fernanda Melchionna, do PSol, e Juliana Cardoso e Erika Kokay, do PT, de forma coletiva, numa �nica pe�a. No entanto, em 2 de junho, um of�cio – de Valdemar Costa Neto – pediu a retirada de tramita��o da representa��o pela Mesa Diretora da C�mara.
No entanto, em ato cont�nuo, foram recebidas pela Mesa as representa��es de forma individualizada, para cada uma das seis parlamentares. Nos processos o PL pede a perda de mandato das deputadas.
O PL sustenta que as declara��es das deputadas tiveram o "intuito de desonrar e macular esta institui��o". Na ocasi�o, as parlamentares protestaram contra o texto, que limita a demarca��o de terras ind�genas �quelas j� eram tradicionalmente ocupadas por esses povos desde 5 de outubro de 1988, data da promulga��o da Constitui��o Federal.
Ainda de acordo com o PL, as deputadas teriam continuado ofendendo os parlamentares que fazem oposi��o ao governo atual, mesmo ap�s o �udio dos microfones ter sido cortado. O PL acrescenta ainda que as deputadas usaram as redes sociais para "manchar a honra de diversos deputados".
Campanha #ELASFICAM
Em reuni�o em 14 de junho, data em que o processo foi instaurado pelo Conselho de �tica, as deputadas acusadas e outros parlamentares se manifestaram com cartazes que traziam mensagens como “N�o v�o nos calar”; “N�o v�o nos intimidar”; e “Basta de machismo”. Fernanda Melchionna destacou que homens tamb�m se insurgiram contra os homens favor�veis ao marco temporal e n�o houve representa��es contra eles. Para ela, trata-se de uma “ca�a �s bruxas”.
Na mesma ocasi�o, S�mia Bomfim destacou que as representa��es foram aceitas em tempo recorde. “Foram quatro horas entre o protocolo e chegar aqui na pauta do Conselho de �tica. Isso nunca tinha acontecido na hist�ria do Congresso Nacional”, apontou, defendendo o direito de express�o das mulheres e acrescentou que todos os dias as parlamentares s�o ofendidas, sofrem viol�ncia pol�tica e at� s�o amea�adas de morte e, mesmo assim, n�o h� puni��o no conselho.
Nas redes sociais, as deputadas se uniram na campanha #ElasFicam. “Chega de viol�ncia pol�tica de g�nero e ra�a! Ela afasta as mulheres da pol�tica e torna o ambiente t�xico e nocivo para aquelas que s�o eleitas”, escreveu Guilherme Boulos, deputado federal pelo estado de S�o Paulo, em um post feito no Instagram. Na publica��o, o deputado destacou ainda que as deputadas den�nciadas “s�o mulheres combativas, duas delas ind�genas e uma negra, que n�o se calam diante de absurdos como o genoc�dio dos povos ind�genas e os ataques � democracia”, disse Boulos.