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Estado de Minas POL�CIA FEDERAL

Joias de Bolsonaro: PF chama de 'opera��o resgate' a��o do advogado Wassef

O advogado Frederick Wassef e assessores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) s�o suspeitos de tentarem vender ilegalmente joias da presid�ncia


12/08/2023 11:38 - atualizado 12/08/2023 12:00
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Frederick Wassef
Assessores teriam vendido joias que pertenciam ao acervo da Uni�o e Wassef atuado para recuperar os itens (foto: Sergio Lima/AFP)
A Pol�cia Federal classificou como "opera��o resgate" a movimenta��o sigilosa de alguns dos principais auxiliares do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para reaver nos Estados Unidos joias que haviam sido vendidas, mas que para autoridades brasileiras pertencem ao patrim�nio p�blico.

No dia 15 de mar�o, o TCU (Tribunal de Contas da Uni�o) havia determinado que o material fosse devolvido ao governo brasileiro.

Participaram do movimento, segundo a PF, o tenente-coronel do Ex�rcito e ex-chefe dos ajudantes de ordem de Bolsonaro, Mauro Cid, o seu assessor Marcelo C�mara, o segundo-tenente Osmar Crivelatti e o advogado Frederick Wassef.

A investiga��o mostra que eles se articularam para recuperar o "kit ouro Branco", entregue ao ex-presidente em sua visita oficial � Ar�bia Saudita em outubro de 2019 e incorporado ao seu acervo privado. 

O conjunto era composto de um anel, abotoaduras, um ros�rio isl�mico ("masbaha") e um rel�gio da marca Rolex, produzido em ouro branco e diamantes. Os aliados do ex-presidente teriam dividido a opera��o em duas etapas, segundo a PF.

O rel�gio Rolex Day-Date, vendido � empresa Precision Watches, na Pensilv�nia, Estados Unidos, foi recuperado no dia 14 de mar�o por Wassef. Ele teria comprado de volta o objeto.

Ap�s o "resgate", o advogado teria retornado com o bem ao Brasil no dia 29 de mar�o e entregue a Mauro Cid quatro dias depois, em S�o Paulo. O tenente-coronel ent�o retornou a Bras�lia na mesma data e entregou o rel�gio a Crivelatti.

A PF identificou registros de intera��o entre Cid e Wassef para tratar do assunto, apesar de o primeiro ter apagado a maior parte das mensagens.

O �rg�o confirmou que Wassef embarcou no dia 11 de mar�o de Campinas (SP) para a Fl�rida. O restante das joias, segundo a PF, foi recuperado por Cid em 27 de mar�o, durante viagem a Miami.

Em junho de 2022, ele havia visitado o mesmo local para vender (ou expor � venda) o restante dos itens do Kit Ouro Branco, segundo a PF.

Em 15 de mar�o, Cid tamb�m conversou com o ex-secret�rio de Comunica��o da Presid�ncia Fabio Wajngarten sobre a possibilidade do TCU pedir o retorno do material.

Wajngarten respondeu: "V�o mesmo. Por isso era muito melhor a gente se antecipar". Em seguida, demonstrando contrariedade, ele critica o assessor e o advogado de Bolsonaro: "Mas o g�nio do [Marcelo] C�mara + Fred [Wassef] contaminam tudo".

pol�cia tamb�m achou mensagens que mostraram o nervosismo de Cid e Marcelo Camara ao tentar recuperar o kit.

 

Chamou aten��o da pol�cia o di�logo trocado no dia 26 de mar�o, em que Cid afirma n�o estar confiante. Em resposta, Camara diz: "Acredita soldado". Um dia depois, Cid encaminha a mensagem a Crivelatti "Resolvido!", ao que este responde: "Excelente"; "Ihuuuuuu".

Ap�s isso, Cid solicita documentos que comprovariam o registro dos bens no acervo privado do ex-presidente para apresent�-los caso fosse parado em alguma fiscaliza��o no aeroporto.

Ap�s recuperar os bens, segundo a PF, ele retornou imediatamente ao Brasil, chegando na manh� do dia 28 de mar�o em Bras�lia, quando tamb�m repassou o material a Crivelatti.

De acordo com a pol�cia, "h� robustos elementos de prova no sentido que os bens extraviados foram objeto de verdadeira opera��o resgate, com objetivo de esconder o fato de que haviam sido alienados".

"Cabe salientar que toda a opera��o foi realizada de forma escamoteada, fato que permitiu aos investigados devolverem os bens sem revelar que todo o material estava fora do pa�s, ao contr�rio das afirma��es prestadas", disse o �rg�o.

A pol�cia tamb�m relatou que a opera��o encoberta permitiu que, at� o presente momento, as autoridades brasileiras n�o tivessem conhecimento que os bens foram vendidos no exterior, "descumprindo os normativos legais, com o objetivo de enriquecimento il�cito do ex-presidente Jair Bolsonaro, e posteriormente recuperados para serem devolvidos ao estado brasileiro".

O conjunto foi devolvido em 4 de abril em uma ag�ncia da Caixa Econ�mica Federal em Bras�lia, conforme determina��o do TCU.

Na ocasi�o, Wajngarten afirmou, em uma rede social, que a "entrega reitera o compromisso da defesa do presidente Bolsonaro de devolver todos os presentes que o TCU solicitar, cumprindo a orienta��o do ex-mandat�rio do pa�s, que sempre respeitou a legisla��o em vigor sobre o assunto".

O presidente do TCU, ministro Bruno Dantas, afirmou que Bolsonaro n�o poderia ficar com as joias e que, para um presente ser incorporado ao patrim�nio privado de um presidente, deveria ser classificado como item personal�ssimo e ser de baixo valor.

A pol�cia n�o achou ind�cios de que um segundo rel�gio, tamb�m vendido para a loja na Pensilv�nia em 13 de junho de 2022, tenha sido recuperado pelos investigados.

Anteriormente, um conjunto de itens masculinos da marca Chopard teria sido resgatado de uma loja em Nova York e encaminhado, por meio do servi�o de transporte de mercadorias para um endere�o na cidade de Orlando, local em que o ex-presidente estava hospedado.

Em seguida, o kit foi transportado para o Brasil e entregue em 24 de mar�o na ag�ncia da Caixa, em Bras�lia.

Outro lado 

A defesa de Bolsonaro afirmou que o ex-presidente coloca sua movimenta��o banc�ria � disposi��o das autoridades e que ele "jamais apropriou-se ou desviou quaisquer bens p�blicos".

Disse ainda, em nota, que ele "voluntariamente" pediu ao TCU em mar�o deste ano a entrega de joias recebidas "at� final decis�o sobre seu tratamento, o que de fato foi feito".

Procurado, o advogado de Mauro Cid, Bernardo Fenelon, disse em nota que ainda n�o teve acesso aos autos da investiga��o que ocasionou as buscas e apreens�es. "Por esse motivo n�o temos como fazer qualquer coment�rio, afirmou.

Fabio Wajngarten disse em rede social que no di�logo mantido com Mauro Cid, reportado pela Pol�cia Federal, se referia "� entrega volunt�ria das joias ao Tribunal de Contas da Uni�o".

"Quando disse que se devia 'antecipar' a entrega dos objetos estou me referindo a uma remessa antecipada � Corte, antes de um pedido formal do TCU, que ali�s acabou ocorrendo."

Frederick Wassef ainda n�o se pronunciou a respeito.


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