"Nos pr�ximos meses precisamos chegar a um sim ou n�o, ou parar de discutir esse acordo, estamos discutindo h� 22 anos, ningu�m aguenta mais", disse Lula, em entrevista coletiva nesta segunda-feira (11) ap�s a participa��o do mandat�rio brasileiro na reuni�o de c�pula do G20. "N�s queremos e precisamos (do acordo). Mas queremos ser tratados em igualdade de condi��es, e chegar a um ponto de equil�brio".
O acordo entre os dois blocos come�ou a ser negociado oficialmente em 1999. Em mar�o deste ano, os europeus apresentaram uma "carta adicional" com novas exig�ncias ambientais que v�o al�m do determinado pelo Acordo de Paris e passam a incluir san��es pelo suposto n�o cumprimento de metas.
"Eu disse a eles (presidente da Comiss�o Europeia, Ursula Von der Leyen, e presidente do Conselho Europeu, Charles Michel) e ao (presidente franc�s, Emmanuel) Macron que estou com vontade de fazer o acordo enquanto estamos (o Brasil) na presid�ncia do Mercosul", disse Lula.
Mas o mandat�rio brasileiro afirmou que n�o ir� aceitar a "san��es e a ideia das compras governamentais". "Compras governamentais s�o instrumento de pol�tica industrial de cada pa�s - foi assim na Alemanha, nos EUA, e ser� assim no Brasil."
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Em conversa com o presidente franc�s no domingo, Lula afirmou serem "ofensivas" e "inadmiss�veis" as novas exig�ncias ambientais dos europeus para fechar o acordo UE-Mercosul. E disse ao franc�s que, neste momento, � necess�ria uma decis�o pol�tica da Uni�o Europeia para se fechar o acordo. Na vis�o do governo brasileiro, as exig�ncias foram pensadas para o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, que acumulava retrocessos na pol�tica ambiental, e n�o seriam justas no contexto do governo Lula.
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Haver� reuni�o com a delega��o europeia, em n�vel t�cnico, em 21 de setembro, em Bras�lia. Segundo o chanceler Mauro Vieira, � indispens�vel que os pa�ses do Mercosul sejam considerados "de baixo risco" e que n�o haja interfer�ncia de legisla��o que possa prejudicar exporta��es do grupo.