Tr�s personalidades do mundo jur�dico mineiro reafirmaram o car�ter humanit�rio de suas forma��es profissionais por meio de cita��es liter�rias. Os autores nominados s�o de primeira linha. Cultura n�o ofende, embora todos tenhamos nossos inimigos �ntimos. Homenageada na obra “Repensar a Justi�a”, a ministra do Superior Tribunal de Justi�a (STJ, Assusete Magalh�es, com quase 40 anos de Judici�rio, cita em profus�o as reflex�es do enigm�tico itiner�rio de Guimar�es Rosa pelas veredas do imagin�rio. Como rito de passagem, n�o poupa elogios ao escritor fluminense e cat�lico Alceu de Amoroso Lima, no cl�ssico “Voz de Minas”.
Nascido em Petr�polis (RJ), o intelectual discorreu de forma insuper�vel sobre a alma geopol�tica e sociol�gica dos mineiros. O livro foi editado pela �ltima vez no governo Eduardo Azeredo. � v�spera da aposentadoria, a ministra reverencia tr�s finados advogados: Ariosvaldo Campos Pires, Raymundo C�ndido e Milton Campos. O desembargador estadual Jos� Afr�nio Vilela, em breve togado no STJ, � leitor voraz de temas afetos � forma��o hist�rica do estado. Ele saboreia os estudos de Augusto de Lima J�nior em “Hist�ria da Inconfid�ncia de MG”, obra encomendada por JK. Outro foco de sua aten��o passageira: “Os curr�culos”. No caso, a biografia da maioria dos senadores. Meticuloso, se prepara para a sabatina que enfrentar� na C�mara Alta.
O desembargador do TJMG Rog�rio Medeiros tamb�m apaixonado pelas letras, novo membro do Instituto Hist�rico e Geogr�fico de MG, v� como positiva a intera��o entre literatura e o Direito. Magistrados e juristas n�o trabalham com ci�ncias exatas, explicou. Ci�ncia e sensibilidade s�o receita para justa solu��o. Admirador de Garc�a Lorca, Ortega y Gasset e Vargas Llosa, Medeiros delicia-se com “Antes que anoite�a”, de Reinaldo Arenas, e “Viver para contar”, de Gabriel Garc�a M�rquez. Sua recente cria��o liter�ria est� no prelo: “Redes sociais em prosa e verso”. Na sua opini�o, os rob�s podem auxiliar ju�zes em despachos e simples decis�es repetitivas, mas n�o os substituir�o em decis�es complexas no contexto cultural, social, pol�tico, etc.
SEM PAIX�O
A sociedade an�nima no futebol (SAF) tem semelhan�a com v�rios partidos (SAP - sociedade an�nima partid�ria). Os torcedores vibram com atividade de cunho comercial futebol�stica, encabe�ada por ex-jogadores e empres�rios. Os eleitores devoram sopas de letrinhas compromissadas com recursos p�blicos e resultados eleitorais sem quaisquer projetos program�tico e ideol�gico. � frente, empreendedores sem mandato. H� exce��es, claro.PLENITUDE
A vota��o para a escolha dos novos conselheiros tutelares em BH, embora anulada, registrou n�mero impressionante de pessoas com idade avan�ada. Na fila priorit�ria, munidos de telefone celular, todos acionavam as redes sociais. Certos segmentos da sociedade brasileira, que antes desdenhavam da pr�pria exist�ncia, agora exercem-na plena de cidadania. Pragm�tico, o eleitor aprendeu a mover montanha sob o jugo do medo ou desejo de mudan�a.LI��O
Em palestra na Biblioteca P�blica, o fil�sofo franc�s Jean-Pierre Dupuy, especialista em ci�ncia pol�tica, pregou uma pe�a na plateia. Ao falar sobre o tema “A mecaniza��o da mente”, disse que tudo dito e escrito, ao contr�rio das anota��es do Jogo do Bicho, eram “mentira”, porque da autoria de outrem. Nem a l�ngua portuguesa dominava, confidenciou. “Essa apresenta��o foi feita pela Intelig�ncia Artificial, justificou para at�nitos bestializados. Quando tudo chega ao fim pode comemorar que o in�cio est� pr�ximo, diria Jos� Aparecido de Oliveira.INFLUENCIADORAS
A concorr�ncia entre as telas (cinema, televis�o, computador e celular) e a m�dia impressa carrega um car�ter de deslealdade �bvia. Por um lado, o apelo visual, a comodidade e a linguagem direta. J� a leitura � ato de desprendimento: reivindica disciplina, aten��o extremada, imagina��o e disposi��o para embrenhar-se no universo do outro. Os livros conquistam cora��es e mentes daqueles que creem ser a professora prim�ria a mais importante influenciadora de suas vidas, posto que esta ensinou a v�rias gera��es uma intimidade com a tabuada e o alfabeto.