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Estado de Minas POL�TICA

Avan�o do Centr�o sobre cargos e verbas provoca queixas de aliados de Lula

A press�o do centr�o ocorre no momento em que o governo busca garantir apoio no Congresso, sobretudo para a aprova��o de pautas econ�micas


29/10/2023 20:24 - atualizado 29/10/2023 20:24
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O próprio Lula reconheceu que fez um acordo com PP e Republicanos para a entrada dessas siglas no govern
O pr�prio Lula reconheceu que fez um acordo com PP e Republicanos para a entrada dessas siglas no govern (foto: Ricardo Stuckert / PR)
O avan�o de partidos do centr�o sobre cargos do governo federal e sobre o Or�amento tem gerado cr�ticas entre aliados do presidente Lula (PT).

Na semana passada, Lula entregou o comando da Caixa Econ�mica Federal ao servidor de carreira Carlos Vieira, que foi indicado pelo presidente da C�mara, Arthur Lira (PP-AL). Ainda assim, partidos cobram mais verba e cargos.

 

A press�o do centr�o ocorre no momento em que o governo busca garantir apoio no Congresso, sobretudo para a aprova��o de pautas econ�micas.

O pr�prio Lula reconheceu que fez um acordo com PP e Republicanos para a entrada dessas siglas no governo. Ele afirmou que "precisava desses votos" no Legislativo.

 

"Eu fiz um acordo com o PP, com Republicanos, acho que � direito deles, que gostariam de ter espa�o com governo, indicar uma pessoa [Vieira, indicado por Lira] que esteve na Caixa, j� foi da Caixa, j� esteve no governo da Dilma, j� foi do Minist�rio das Cidades, uma pessoa que tem curr�culo para isso. E eles juntos t�m mais de 100 votos, eu precisava desses votos para continuar o governo", disse na sexta-feira (27).

 

Leia: Posicionamento de Lula sobre meta fiscal mina esfor�os de Haddad 

 

No mesmo dia, a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), criticou a mobiliza��o de parlamentares para controlar fatias ainda maiores do Or�amento. A deputada afirmou, nas redes sociais, que propostas para o governo pagar mais emendas "servem para atender apenas interesses pol�ticos insaci�veis".

 

Leia: Lula: 'Nem sempre um partido tem mulher para indicar' 

 

"No momento que o pa�s precisa direcionar investimentos para o crescimento e pol�ticas p�blicas estruturantes, deputados querem obrigar o governo a pagar emendas de comiss�es permanentes. � mais uma interven��o indevida na aplica��o do Or�amento da Uni�o", escreveu Gleisi na plataforma X, o antigo Twitter.

 

Leia: Governo Lula: novo minist�rio est� associado a Dino no STF 

 

A deputada criticava discuss�es no Congresso para tornar impositiva a execu��o das emendas de comiss�es, ou seja, obrigar o governo a pagar uma verba que corresponde a R$ 7,5 bilh�es em 2023. Se for aprovada, essa mudan�a reduz o controle do governo Lula sobre a execu��o do Or�amento de 2024, ano de elei��es municipais.

 

A c�pula do Congresso ainda avalia outros caminhos para ditar o ritmo da libera��o das emendas e amarrar a execu��o da verba aos seus interesses, desidratando ainda mais o poder do governo.

 

Como mostrou a Folha, o Pal�cio do Planalto busca formas de manter a influ�ncia sobre o destino desses recursos. As conversas caminham para um aumento no valor reservado para emendas do pr�ximo ano, mas preservando o poder do governo sobre essa cifra.

 

Ao se manifestar sobre a pr�pria sa�da do cargo de presidente da Caixa (para entregar o comando do banco ao centr�o), Rita Serrano agradeceu a Lula pelo convite para integrar o governo, mas disse nas redes sociais que � "necess�rio e urgente pensar em outra forma de fazer pol�tica".

 

Rita Serrano ainda afirmou que espera deixar como legado "a mensagem de que � preciso enfrentar a misoginia".

 

A mudan�a na Caixa tamb�m gerou cr�tica entre apoiadores de Lula em movimentos sociais e entidades ligadas a trabalhadores.

 

"A companheira Rita Serrano vinha fazendo um excelente trabalho na Caixa. Infelizmente, perdemos um dos maiores instrumentos de implementa��o de pol�ticas p�blicas para o centr�o", disse o coordenador geral da FUP (Federa��o �nica dos Petroleiros), Deyvid Bacelar, nas redes sociais.

 

"Precisamos melhorar a nossa correla��o de for�as no Congresso Nacional elegendo parlamentares de esquerda, progressistas e desenvolvimentistas que n�o deixem governos ref�ns dessas chantagens", escreveu Bacelar.

 

Em nota, a Fenag (Federa��o Nacional das Associa��es dos Gestores da Caixa Econ�mica Federal) disse lamentar a sa�da de Rita Serrano. A entidade disse que ela havia sofrido ataques e "travou uma batalha ferrenha" no cargo, "mas n�o resistiu".

 

A presidente da Contraf-CUT (Confedera��o Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), Juvandia Moreira, tamb�m criticou a troca no comando do banco.

"N�o vamos aceitar que a pol�tica do governo passado seja implementada na empresa, como o desmonte da empresa e da sua fun��o de banco p�blico. Nem retrocessos na pol�tica da gest�o de pessoas", disse ela, em nota publicada pela entidade.

 

Apesar de ter criticado a rela��o do centr�o com Jair Bolsonaro durante a campanha eleitoral, Lula aliou-se ao mesmo grupo e tem repetido a entrega de cargos e verbas p�blicas em troca de apoio para vota��es no Legislativo.

 

"Eu n�o fiz negocia��o com o centr�o, eu n�o converso com o centr�o, voc�s nunca me viram fazer reuni�o com o centr�o. Eu s� converso com partidos pol�ticos que est�o a� legalizados, que elegeram bancadas. Portanto com eles � que eu tenho que conversar, para estabelecer um acordo", disse Lula na semana passada.

 

A base do governo no Congresso � fr�gil. Recentemente, o Senado chegou a rejeitar a indica��o de Igor Roque para o comando da DPU (Defensoria P�blica da Uni�o).

 

Nas horas seguintes � troca na Caixa, por�m, a C�mara destravou a vota��o da proposta de taxa��o de offshores e de fundos de super-ricos.

 

As mudan�as na Caixa e em minist�rios para acomodar aliados do centr�o ainda reduziram a presen�a de mulheres em cargos de primeiro escal�o.

 

Lula culpou os partidos pela redu��o da presen�a feminina no Executivo. "Quando um partido pol�tico tem que indicar uma pessoa e n�o tem mulher, eu n�o posso fazer nada", disse o presidente na �ltima semana.


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