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Estado de Minas SA�DE

Vacina contra HPV: o que dizem resultados 'hist�ricos' de estudo

Os pesquisadores afirmam que o papanicolau, exame de rastreamento desse tipo de tumor, pode n�o ser mais necess�rio no futuro devido ao sucesso do imunizante


04/11/2021 20:46 - atualizado 04/11/2021 20:46

Vacina contra o HPV
No Brasil, apesar de as doses estarem dispon�veis nos postos de sa�de, a cobertura vacinal contra o HPV � considerada 'insatisfat�ria' por especialistas na �rea (foto: Getty Images)
A vacina contra o papilomav�rus humano, tamb�m conhecido pela sigla HPV, est� reduzindo os casos de c�ncer de colo de �tero em quase 90%, mostram os primeiros dados do mundo real da efetividade desse imunizante.

 

A Cancer Research UK, uma entidade que faz pesquisas na �rea de oncologia no Reino Unido, descreveu as descobertas como "hist�ricas" e refor�ou o fato de que a vacina est� salvando vidas.

Quase todos os tumores de colo de �tero s�o causados pelo HPV, e a esperan�a � que a vacina��o praticamente elimine a doen�a.

 

Os pesquisadores disseram que o sucesso observado no estudo recente pode significar que as mulheres vacinadas tamb�m precisar�o fazer com menos frequ�ncia o papanicolau, o exame de rotina indicado pelas sociedades m�dicas para detectar esse tumor precocemente.

 

O c�ncer de colo de �tero � o quarto tipo de tumor mais comum em mulheres no mundo, e mata mais de 300 mil delas todos os anos.

 

Quase nove em cada dez mortes ocorrem em pa�ses de baixa e m�dia renda, onde h� pouco acesso ao rastreamento do c�ncer de colo de �tero. A esperan�a � que a vacina��o contra o HPV tenha um impacto ainda maior nesses locais em compara��o com as na��es mais ricas.

 

De acordo com as estimativas do Instituto Nacional de C�ncer (Inca), mais de 16 mil mulheres brasileiras s�o diagnosticadas com esse tumor e 6,5 mil morrem pela doen�a todos os anos.

 

Mais de 100 pa�ses come�aram a usar a vacina como parte dos planos da Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS) para chegar perto da elimina��o do c�ncer de colo de �tero.

 

No Reino Unido, as meninas recebem a vacina entre 11 e 13 anos, dependendo de onde moram. O imunizante tamb�m � oferecido aos meninos desde 2019.

 

No Brasil, a vacina��o est� dispon�vel no Sistema �nico de Sa�de (SUS) para meninas de 9 a 14 anos, meninas de 15 anos que j� tenham tomado uma dose, meninos de 11 a 14 anos e indiv�duos de 9 a 26 anos de ambos os sexos que convivem com HIV/aids, pacientes oncol�gicos em quimioterapia e/ou radioterapia e transplantados de �rg�os s�lidos ou de medula �ssea.

 

A Sociedade Brasileira de Pediatria, a Sociedade Brasileira de Imuniza��es (SBIm) e a Federa��o Brasileira das Associa��es de Ginecologia e Obstetr�cia (Febrasgo) tamb�m recomendam a vacina��o de mulheres de 9 a 45 anos e homens de 9 a 26 anos, o mais precoce poss�vel.

A depender da idade da pessoa, s�o indicadas duas ou tr�s doses da vacina.


Menina recebendo vacina
No Brasil, a vacina em uso resguarda contra quatro tipos de HPV (foto: Getty Images)

A vacina contra o HPV pode prevenir uma infec��o, mas n�o nos livra do v�rus depois de ele invadir o organismo.

 

Os papilomav�rus humanos est�o t�o disseminados que a imuniza��o deve ser dirigida �s crian�as, numa idade antes da inicia��o sexual.

 

O estudo, publicado no The Lancet, analisou o que aconteceu depois que a vacina come�ou a ser oferecida para adolescentes do sexo feminino na Inglaterra em 2008.

 

As meninas daquela �poca agora s�o adultas e est�o na casa dos 20 anos. O estudo mostrou uma redu��o no crescimento de les�es pr�-cancerosas e uma diminui��o de 87% nos tumores de colo de �tero.

"O impacto foi enorme", disse o professor Peter Sasieni, pesquisador do King's College London, no Reino Unido.

'Ponta do iceberg'

As redu��es foram menos dram�ticas quando os adolescentes mais velhos foram imunizados como parte da campanha. Isso ocorre porque menos indiv�duos dessa faixa et�ria decidiram tomar as doses e, no momento da imuniza��o, muitos deles j� estariam sexualmente ativos (e, portanto, j� teriam algum contato com o HPV).

 

No geral, o estudo estimou que o programa de vacina��o contra o HPV preveniu cerca de 450 diagn�sticos de c�ncer e 17,2 mil les�es pr�-cancerosas.

 

Sasieni avalia que esses n�meros s�o "apenas a ponta do iceberg", uma vez que os vacinados que foram avaliados no estudo ainda s�o jovens para ter c�ncer, ent�o � prov�vel que a taxa de preven��o de tumores cres�a com o passar do tempo.

 

De forma geral, as mulheres s�o convidadas a fazer um papanicolau a cada tr�s a cinco anos para fazer o rastreamento do c�ncer de colo de �tero.

No Brasil, o Inca recomenda o exame para todas as mulheres de 25 a 64 anos que j� tiveram alguma atividade sexual.

 

No nosso pa�s, a recomenda��o � fazer dois exames consecutivos com um intervalo de um ano entre eles. Se os resultados forem normais, � poss�vel passar a fazer o papanicolau a cada tr�s anos.

 

Para Sasieni, os resultados do estudo recente refor�am a ideia de que um amplo programa de vacina��o contra o HPV tem o potencial de alterar essas recomenda��es de papanicolau no futuro.

 

"Isso inclusive deve ser um alerta para os formuladores de pol�ticas p�blicas, j� que muitas mulheres podem ler esses resultados e pensar 'por que devo ir para o rastreamento?'", aponta o pesquisador.

 

"Espero que tenhamos um novo programa de rastreamento, de duas a tr�s vezes ao longo da vida, e continuemos com a triagem pelo papanicolau de mulheres que n�o foram vacinadas", completa.

 

� claro que a pesquisa publicada no The Lancet n�o � a palavra final sobre a vacina��o contra o HPV. Ainda h� d�vidas sobre quanto tempo dura a prote��o e se � necess�rio uma dose de refor�o na meia-idade.

 

Existem tamb�m mais de 100 tipos de papilomav�rus humano.

 

O Reino Unido come�ou a usar uma vacina que protege contra dois tipos deles, e est� prestes a lan�ar outra vers�o, que evita a infec��o por nove v�rus, incluindo as principais causas das verrugas genitais.

 

No Brasil, a vacina em uso resguarda contra quatro tipos de HPV.

 

As vers�es do HPV que causam doen�as mais s�rias levam a mudan�as perigosas no DNA das c�lulas infectadas, que eventualmente se transformam em c�ncer.

 

Isso pode acontecer em qualquer tecido infectado. Os v�rus podem se espalhar atrav�s do sexo vaginal, oral e anal e, portanto, tamb�m est�o ligados a tumores que acometem o �nus, o p�nis e at� a cabe�a e o pesco�o.

No entanto, 99% dos c�nceres de colo de �tero s�o causados %u200B%u200Bpor papilomav�rus humano.

 

A epidemiologista Vanessa Saliba, consultora da Ag�ncia de Seguran�a em Sa�de do Reino Unido, disse que as descobertas publicadas no The Lancet foram "not�veis" e mostraram que a vacina "salva vidas ao reduzir drasticamente as taxas de c�ncer de colo de �tero entre as mulheres".

 

Michelle Mitchell, diretora executiva da Cancer Research UK, declarou: "� um momento hist�rico ver o primeiro estudo mostrando que a vacina contra o HPV protegeu e continuar� a proteger milhares de mulheres contra esse tipo de tumor."

 

No Brasil, apesar de as doses estarem dispon�veis nos postos de sa�de, a cobertura vacinal contra o HPV � considerada "insatisfat�ria" por especialistas na �rea.

 

Numa an�lise publicada no final de 2020, a Sociedade Brasileira de Imuniza��es (SBIm) aponta que, no ano passado, 70% das meninas de 9 a 15 anos e pouco mais de 40% dos meninos de 11 a 14 anos tomaram a primeira dose da vacina.

 

Na segunda dose, os �ndices de vacinados baixam para 40% e 30%, respectivamente. O ideal, segundo a entidade, � que as taxas atingissem os 80% em ambos os sexos.

 

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